Capítulo 32

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Samantha

De mãos dadas, entramos em casa e a mãe dele diz ter ouvido barulho de carro e quer saber quem era. Ele fala que era Sandra e conta a rápida conversa que tivemos.

— A conhecendo do jeito que conheço, ela deve estar sofrendo tanto. Acho que ela nunca imaginou que um dia veria a filha agindo da forma que vem agindo.

— Ninguém imaginou mãe. Desde menina, Vitória sempre se mostrou amorosa e compreensiva e hoje está completamente desequilibrada, mostrando quem ela realmente é. — Diz Verônica. — Acho que o único que viu esse lado dela, foi o Jú, mas todos nó o ignoramos. Ele sempre se retraiu quando ela estava por perto e isso acontecia desde muito pequeno.

— É verdade. – Evy parece pensativa. — Mais tarde vou ligar para ela para conversarmos. Quanto ao Pedro, o melhor é esperar ele esfriar a cabeça, se não as coisas podem ficar pior do que já estão.

Matheus e Júnior descem nos dando bom dia e o pequeno corre até o colo da avó, dizendo que ela prometeu fazer um bolo de chocolate para ele hoje. Sorrindo ela o abraça e pergunta se ele quer ajudá-la.

— Claro. — Eles levantam. — Mas só se depois a senhora me deixar lamber a bacia.

— Tudo bem, mas antes você tem que tomar café.

— Combinado. — Os dois vão em direção a cozinha.

Quando estamos sozinhos, Bernardo olha para a irmã e fala:

— Contei ao papai sobre os abortos que Vitória fez. — Ela e o marido arregalam os olhos surpresos.

— Porque?

Ele explica e diz que se sentiu mais leve depois de contar.

— E eu me senti mal por ter sido a causadora da desconfiança dele.

— Não fala bobagem Sam, uma hora ou outra, isso ia acabar acontecendo. Se não fosse você dando a indireta, teria sido eu, ou minhas irmãs e até mesmo Bernardo. — Ele concorda. — E quanto a mamãe? Você pretende contar?

— Por enquanto não. Mas se Vitória continuar com a palhaçada que vem fazendo, vou contar até para o pai dela.

Júnior entra na sala chamando os pais para tomar café. Eles nos pedem licença e vão para a cozinha.

Bernardo está pensativo e eu lhe dou um beijo no rosto.

— O que você quer fazer hoje? — Pergunto, tentando distraí-lo e ele me olha com malícia.

— Quero te levar a um lugar. Quero pensar só em nós dois e mais nada.

— Eu acho ótimo.

— Então vamos. — Pergunto onde ele vai me levar. — Em um Motel.

— É sério?

— Seríssimo. Aqui não dá para ficamos juntos do jeito que queremos e gostamos. Eu amo o Júnior, mas ele sempre está atrás de nós dois. — Verdade. — Então, no motel, teremos um tempo só para nós dois. — Ele me dá um beijo. — Vá pegar sua bolsa e coloque um tênis ou uma sapatilha nos pés.

Subo para o quarto e minutos depois, desço com a bolsa na mão. Juntos vamos até a cozinha e ele fala para a mãe, que vamos sair e não temos hora para voltar. Nos despedimos e saímos da casa.

Quatro dias depois...

— Vocês têm mesmo que ir embora hoje?

— Mãe não faz drama. — Bernardo diz. — Estamos indo só dois dias mais cedo do que foi combinado. — Ele a abraça.

— Dois dias é muito tempo, para quem fica meses sem te ver. — Ele sorri e a beija.

— Obrigada por me receber Evy. Adorei ficar aqui esses dias. — Nos abraçamos. — E desculpa alguma coisa.

— Se estiver se desculpando pelo que aconteceu com Vitória, pode ficar tranquila. Você não fez nada de errado, Pedro é que tem que abrir os olhos e enxergar quem a filha dele realmente é. — Ela me abraça outra vez. — Bom, boa viagem, e manda um abraço para os seus pais.

Me despeço do meu sogro e quando vou falar com Júnior, ele está de cara amarrada. Sorrio e me abaixo para falar com ele. Ele, assim como Evy, está inconformado com a nossa partida mais cedo. Mesmo com a mãe e eu explicando que tenho que trabalhar, por isso estou voltando antes, ele não melhora a fisionomia, mas quando lhe dou um beijo barulhento, ele sorri e me abraça. Me despeço também de Paula e Marcos.

— Não se esqueça, que você tem que fazer a primeira prova do vestido. Te espero entre os dias 23 a 28. Aproveita e leva sua mãe e Beth para elas poderem escolher os vestidos delas. — As duas sorriem.

— Pode deixar cunhadinha. Vou ver o melhor dia e te ligo ainda essa semana para marcar. — Concordo.

Martha pergunta mais uma vez para Bernardo se ele tem certeza que não quer que ela vá conosco. E ele diz que não, que ela pode ficar mais alguns dias.

— Curta sua família e volte quando combinamos. — Ela assente.

Nos despedimos e entramos no carro.

Beth e Fernando vão nos levar até o aeroporto e de lá vão para o Hospital, o pai dele pode ter alta a qualquer momento.

No aeroporto, nos despedimos dos dois e reitero que espero por ela, a mãe e Paula daqui a alguns dias. Ela concorda, depois os dois entram no carro e vão embora.

Poucas horas depois, desembarcamos em São Paulo. Já dentro do táxi, ele dá o endereço da minha casa ao motorista.

Minha cabeça começa a viajar, ficamos vários dias juntos, e dormindo na mesma cama praticamente todas as noites. Vou sentir falta disso. Encosto a cabeça em seu peito, já saudosa. Adoro o cheiro dele. Respiro fundo e suspiro.

— O que foi amor?

— Nada.

— Sam, eu te conheço, você não é de ficar quieta assim. O que foi?

— Estou pensando em todos os dias que dormimos juntos. — Olho para ele. — Vou sentir falta de acordar e dormir com você. — Sussurro.

Sorrindo ele me beija.

— Estava pensando a mesma coisa. Vai ser difícil voltar a ter você na minha cama somente aos finais de semana.

— Estou contando os dias para que meu apartamento fique pronto... — Me aproximo de sua orelha e falo baixinho. — Assim, poderemos passar mais tempo juntos, sozinhos e nus na cama.

Ele me segura pela nuca, morde meu lábio e me beija apaixonadamente. Começo a imaginar sua boca passeando pelo meu corpo me dando prazer. Solto um pequeno gemido. Afastamo-nos e nos olhamos. Seus olhos azuis estão intensos, posso ver o desejo, o tesão e o amor dele por mim.

— Desculpe motorista, mas mudamos de ideia. Vamos para a Rua do Chá, número 32. — Sorrio feliz.

O motorista assente e ele me abraça.

Ao chegarmos no apartamento, deixamos as malas em um canto, e começamos a nos beijar. Arranho seu peito sobre a camisa e seguro sua ereção. Ele ofega.

— Você fala da minha libido, mas a sua não é diferente não. — Solto uma gargalhada.

— Culpa sua. Quem mandou ser gostoso desse jeito?

Ainda sorrindo volto a beijá-lo e caminhamos em direção ao quarto, de onde saímos só para comer.


Caminhos Traçados 2ª EdiçãoWhere stories live. Discover now