Capítulo 10

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"Samantha"

Quando chegamos na sala ele está com os olhos vermelhos, e olha para o tio emburrado. Me aproximo, e sento ao seu lado.

— Porque você está com essa carinha?

— Você vai embora? Eu não quero que você vá, eu gosto de ter você aqui tia, você brinca comigo, e eu me divirto quando estamos juntos. — quando termina de falar, ele está chorando.

O coloco sentado no meu colo e seco seus olhos e rosto.

— Para de chorar. Eu não vou embora.

— Você jura que não vai embora?

— Alguma vez eu já menti para você? — ele diz que não. — Então, se estou dizendo que vou ficar, é porque eu vou ficar.

Ele sorri e me abraça.

O Bernardo se aproxima e senta do meu lado. O Júnior me solta e olha desconfiado para o tio.

— está mais calmo agora? — ele não responde. — Você não vai mais falar comigo?

— Vou, apesar de você fazer bobagem às vezes, eu te amo e você é meu tio preferido. — todos riem e o Bernardo agarra o sobrinho e lhe dá um abraço.

Enquanto os dois se distraem brincado, vou até a cozinha tomar um pouco de água.

— Eu não falei minha querida, que tudo ia se resolver? Eu conheço o meu filho, às vezes ele não pensa antes de fazer as coisas, mas logo depois cai em si e volta atrás. Vocês foram feito um para o outro. — ela me abraça.

Depois da confusão, ninguém mais quer voltar para praia, então ficamos todos no quintal conversando, e o Matheus e o Bernardo resolvem fazer um churrasco, os dois e o Júnior saem para poder comprar carvão e a carne, e nós mulheres vamos para a cozinha, prepararmos algumas saladas e um pouco de arroz.

— Sam, porque o meu irmão entrou desembestado no quarto querendo falar com você? — a Paula pergunta.

Estou na pia lavando as folhas de alface, e do jeito que estou continuo, e antes que eu possa abrir a boca para responder, a Verônica começa a falar.

— Paula, para de ser curiosa. — olho para a Evy, que está refogando o arroz e ela está rindo.

— Olha quem fala. Você também quer saber, a única diferença é que eu tenho coragem de perguntar. — a Verônica ri e acaba concordando.

— Conta Sam, a Paula está certa, eu também estou curiosa.

— Não era nada de mais.

— Se não era nada demais, conta.

— Para com isso Paula, se ela não quer falar, deixe-a em paz.

— Você está com vergonha? — ela insiste.

— Não exatamente, mas é que eu não acho que esse seja um assunto que eu tenha que falar com vocês, e muito menos na frente da sua mãe. — ela começa a rir.

— Do que está rindo Paula? — a Verônica pergunta.

— Se ela não quer falar, só pode ter alguma coisa a ver com sexo. — sinto meu rosto esquentar. — Está vendo que tenho razão. Olha a cor da Sam, ela está quase roxa de vergonha. — ela ri muito mais.

— Não ligue para ela Sam, essa minha filha fala demais.

Apesar da vergonha que sinto, acho que seria legal falar do assunto, só para deixar a intrometida da Paula sem palavras pelo menos uma vez.

Caminhos Traçados 2ª EdiçãoWhere stories live. Discover now