Capítulo 21

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Samantha

Subo as escadas de dois em dois degraus e antes de chegar à porta do quarto, as lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto. Entro no quarto tentando me controlar para não quebrar nada, porque a vontade que estou sentindo de jogar alguma coisa na parede é enorme.

Paro em frente a janela do quarto e ao olhar para fora, vejo o Bernardo entrando em um carro. Segundos depois ele sai cantando pneu.

— Se ele acha que eu vou ficar aqui chorando e esperando ele voltar, ele está muito enganado.

Pego minha mala, e começo a tirar minhas coisas de dentro do closet e das gavetas.

Ouço batidas na porta.

— Entra. — seco os olhos e o rosto.

Verônica, Paula e Beth entram no quarto.

— Porque você está arrumando suas coisas?

— Eu vou embora Paula. 

— Por acaso a Érika ter estado aqui hoje, tem alguma coisa a ver com isso?

— Sim. Eu acho que ela quer o Bernardo de volta e ele disse que estou imaginando coisas.

— Sam, ela é casada. — Beth fala.

— Não, ela está separada.

— Tudo bem, mas isso não quer dizer nada.

— Beth, você percebe quando alguma mulher olha de forma diferente para o seu marido? — ela diz que sim. — Então, eu vi que ela olhou para o Bernardo querendo ele. Ela veio aqui hoje, disposta a conquistá-lo outra vez, mas o que ela não esperava era encontrá-lo namorando.

— Sam, o ciúme muitas vezes nos cega, e acabamos pensando coisas que na verdade não é nada de mais.

— Concordo, mas eu tenho certeza do que estou dizendo. Ela sabia que ele estava separado, sabia da armação da Vitória para separar ela do irmão de vocês. — Verônica pergunta como ela sabia dessas coisas. — Bernardo contou.

Explico o que ele me disse a pouco no escritório.

— Porque que relacionamentos são tão complicados?

— Eles não são Paula, nós é que acabamos complicando tudo.

— Olha Sam, eu não acho que você tenha que ir embora, acho que vocês só precisam se acalmar e conversar. Espera ele voltar para casa.

— Não. A Érika vai dar uma festa hoje, e ele queria muito ir, então não vou ficar aqui remoendo o que conversamos, enquanto ele se diverte com a ex-namorada dele. Eu sinto muito, mas eu vou embora.

— Tia? — Júnior entra no quarto. — O Vovô disse que tem uma bicicleta para emprestar para você. — ele fala muito empolgado, mas quando chega mais perto de mim, ele fica sério.

— O que foi?

— Nada.

— Você estava chorando?

— Não. — ele diz que meus olhos estão vermelhos. — Caiu um cisco no meu olho, foi isso. — ele revira os olhos.

— Tia, eu sou criança, não burro, muito menos cego, você estava chorando sim.

Sorrio e olho para a mãe dele.

— Você já levou esse garoto a um médico? Especialista ou algo do tipo? Ele é muito esperto para a idade dele.

— Eu sei.

— Você e o tio brigaram?

— Filho, nós já tivemos essa conversa hoje. O que aconteceu entre a Sam e o seu tio, só diz respeito a eles, além disso, não é assunto de criança.

Caminhos Traçados 2ª EdiçãoWhere stories live. Discover now