Capítulo 20

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Bernardo

— Bernardo? — ouço minha mãe gritar meu nome lá do quintal e abro a porta.

— Oi.

— Vem sentar, já vamos almoçar.

— Estou tentando falar com a Sam, vou esperar por ela. Podem comer.

— Ela não vem agora e pediu que não a esperássemos.

— Como assim ela não vem? — saio para o quintal e fecho a porta.

— Ela me ligou e disse que não vem. Ela quer ficar um pouco sozinha.

— Onde ela está mãe?

— Não sei.

— Mãe?

— Não vou falar. Ela disse que quer ficar sozinha, então respeite isso. Se ela está chateada, ela deve ter seus motivos.

— Motivos idiotas isso sim.

— Tio, não fala assim da tia. Ela não é idiota.

— Não se mete. — irritado aponto o dedo para ele.

Verônica olha para ele e pede para ele ficar quieto.

— Vem filho, eu vou te ajudar a colocar sua comida. — Matheus o puxa pela mão.

— O que está acontecendo? Nós podemos ajudar? — meu pai pergunta.

Falo que não está acontecendo nada e que a Sam só está sendo infantil.

— Será? Se coloque no lugar dela por apenas um segundo e veja como você se sentiria se fosse ao contrário. — diz minha mãe.

— Mas o que está acontecendo gente?

— Nada. Não está acontecendo nada Paula. — dou as costas para todos e entro em casa e vou para o meu quarto.

Já tentei ligar pelo menos umas vinte vezes, mas todas caem direto na caixa postal.

Tem quase duas horas que eu falei com ela, e apesar de tê-la levado para alguns lugares, ela não conhece a cidade, e estou começando a me preocupar que ela possa se machucar, ou que possa acontecer algo pior com ela.

Não aguento mais esperar e resolvo sair para procurá-la.

Quando estou no meio da escada a vejo entrando no escritório do meu pai, junto com a minha mãe.

— Sam. — ela me olha.

— Nos dê um minuto, filho.

— Mãe...

— Daqui a pouco vocês conversam.

As duas entram no escritório e eu me sento em um dos sofás da sala.

Quase uma hora depois, a porta do escritório é aberta e minha mãe aparece.

— Estão todos lá fora ajudando o júnior a montar o quebra-cabeça, então, vocês podem conversar tranquilamente.

Entro e fecho a porta.

— Resolveu parar com a palhaçada?

— Você vai conversar comigo direito ou vai agir como um idiota?

— Eu idiota? Você está agindo como uma criança Sam. Está sentindo um ciúme bobo, sem pé nem cabeça. Já falei que está procurando coisa aonde não tem. Eu estou com você, eu amo você. A Érika é só minha amiga.

— Mas ela sabe disso? Você deixou claro para ela o quanto nossa relação é seria?

— Meu Deus. Eu não te apresentei como minha namorada? O que pode ser mais sério do que isso? — tento me aproximar, mas ela se afasta. — O que mais você quer?

Caminhos Traçados 2ª EdiçãoWhere stories live. Discover now