CAPÍTULO 4

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  Katie

Caminho apressada pelos corredores da universidade. Eu estava atrasada e precisava correr para chegar à tempo no estádio. O jogo de hoje é muito importante para Bryan, um olheiro estará presente observando todos em campo e ele estava todo animado quando o vi mais cedo. Ouvimos dizer que é o mesmo homem que o observou há pouco mais de dois anos atrás, será como uma segunda chance para ele.

Desastrada, deixo os livros escorregarem das minhas mãos e caírem no chão.

Droga! — esbravejo ao me abaixar para apanhá-los.

— Katie? — ouço alguém me chamar. Ergo a cabeça e vejo Arthur parado na minha frente. — Ainda bem que te encontrei aqui. — noto alívio em sua face ao se abaixar e me ajudar a recolher o restante dos livros.

— Aconteceu algo? — franzo o cenho ao me erguer, junto a ele.

— Esqueceu que temos uma entrevista hoje? — agora é ele quem fraze o cenho.

Como eu fui me esquecer disso? tenho vontade de me xingar por ser não ter lembrado. Eu passei meses para conseguir essa entrevista com um dos maiores investidores da universidade. Entrevistar ele será como fechar com chave de ouro todo o meu trabalho aqui.

— Tudo bem? — ele me desperta. — Se você não puder ir eu chamo a Andrea e...

— Não. — disparo. Eu lutei muito por essa entrevista, não posso simplesmente entregá-la de bandeja para outra pessoa. Ainda mais para Andrea que disputou comigo para consegui-la também. — Só espera um minuto, ok.

Ele assente.

Me afasto um pouco. Com os livros apoiados em um dos braços, saco o aparelho celular da bolsa com a mão vaga e disco o número de Bryan. Mordo o lábio, apreensiva, enquanto ouço a chamada. Ele não atendeu. Contragosto, resolvi deixar uma mensagem na caixa postal:

Me perdoa, mas eu não vou poder ir no jogo. Quando chegar em casa te explico. Boa sorte, amor. — sussurrei as últimas palavras antes de desligar. — Vamos. — chamei Arthur e tomei a frente.

Seguimos para o estacionamento. Quando eu estava prestes a sacar as chaves da bolsa, ele falou.

— Os equipamentos estão no meu carro. Se você não se importar, podemos ir nele.

— Tudo bem, vamos então. — murmurei.

Em menos de dois minutos, estávamos dentro do seu carro, à caminho do escritório e o silêncio dentro do veículo tornou-se ensurdecedor.

— Nós precisamos...

— Precisamos falar sobre o que aconteceu. — o cortei, sem encará-lo.

— Sim. — concordou. — Você pode começar, já que sou eu quem devo ser repreendido.

— Então serei direta. Eu sempre soube que nutria sentimentos por mim, mas nunca falei porque não queria prejudicar a nossa amizade. — nesse momento, o fitei. Mesmo que ele estivesse dirigindo, eu precisava dizer tudo olhando para si. — Sabe que tudo muda quando algo que não deve sair pela boca saí, não é? Eu não queria... eu não quero — me corrigi. — ter que me afastar de você por causa disso, porque é injusto com a nossa amizade. Sei que não mandamos no coração e o quão difícil é mantê-lo quieto, mas você sabe que...

— Você ama outro. — parou em um sinal vermelho. — Sim, eu sei disso. Mas ele não sabe. — apontou para o peito. — Me desculpe, eu não quero perder a sua amizade. Prometo que isso nunca mais irá se repetir. — suas palavras pareciam sinceras. — E eu posso me desculpar com o Bryan também, se você quiser. Mas não desiste da nossa amizade, se isso acontecer, eu nunca vou me perdoar por ter estragado tudo.

Uma Chance [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora