CAPÍTULO 25

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   Bryan

— Vamos! — Noah gritou antes de tomar à frente e sumir em meio ao vasto campo.

Estávamos na casa de campo da família. Há poucas horas olhávamos o sol brilhante pala janela da nossa casa após um café da manhã em família; sorrindo com o momento que há muito não acontecia, Alexa teve a idéia de nos trazer até aqui. Segundo ela, precisávamos cavalgar e nos divertir juntos como nos velhos tempos.

— Ele está fazendo aquilo de novo. — deixo um riso escapar ao fitá-la ao meu lado. Noah adorava nos deixar para trás e se dizer 'campeão' de uma corrida que ele nem mesmo anunciava quando cavalgávamos.

— Ele não vai conseguir isso hoje. — sentenciou antes sair à frente com o cavalo.

— E lá vamos nós. — murmurei ao sair atrás deles.

Alexa sempre teve o espírito competitivo e Noah nunca deixou barato o fato de saber cavalgar mais que ela. Lembrar disso me faz rir novamente, apesar dos anos, nada relacionado a eles muda.

O vento bate forte no meu rosto e meu coração salta em êxtase à cada galope de Zeus, um belo cavalo de raça. Suas crinas claras e compridas, seu tom caramelo e a pequena mancha branca em sua testa — que para mim parece uma estrela — me encantaram assim que o vi aos dez anos de idade. Ele não se deu bem com ninguém quando chegou aqui, eu fui o único que conseguiu montá-lo e, por isso, o meu pai me deu ele de presente de aniversário. A minha mãe costuma dizer que ele me escolheu.

Tudo ao meu redor parece sumir à medida que Zeus corre e eu me lembro de como adorava essa sensação. Cavalgar para mim é como voar sem asas, é sentir o vento abraçar o corpo de todas as formas e, principalmente, sentir-se livre.

Quando me dou conta, não consigo mais avistar Noah e Alexa. Abrupto, seguro firme as rédeas e faço Zeus parar embaixo de uma árvore.

Fito as folhas em um tom alaranjado nos galhos balançarem de um lado para o outro com a brisa e um nó se forma na minha garganta ao lembrar dela. Katie e eu adorávamos vir aqui, era o nosso lugar secreto para ficar sozinhos quando a casa estava cheia. Ela passava horas deitada no meu peito fitando as nuvens e falando sobre cada desenho que conseguia enxergar nelas. Costumávamos conversar sobre o futuro. O que faríamos quanto estivéssemos velhinhos e cheios de netos. Ela ria e falava que eu era louco quando dizia que queria ter pelo menos uns cinco filhos.

— Já cansou? — a voz de Alexa me desperta.

— O que se faz para esquecer tudo? — a pergunta feita para mim mesmo escapa pelos lábios. — Porque eu não consigo simplesmente apagar tudo o que vivi com ela? — os meus olhos à encontram. — Acho que... não conseguirei seguir em frente sabendo que ela está em cada lembrança feliz minha.

— Você não deve apagar. Ela foi o seu primeiro amor, isso é algo que não se esquece. Mas você pode conviver com isso, você pode encontrar alguém e ser feliz novamente. Apenas guarde essas lembranças no melhor lugar aí dentro — faz um gesto com a cabeça. Sei que ela fala do meu coração. — e depois siga em frente. Você sabe como fazer isso, sabe como seguir, só precisa tentar.

Sim, Alexa tem razão. Lembrar do que vivemos, enquanto estava longe, fazia-me sentir que o amor ainda existia dentro de mim, mas quando soube que ela estava com 'aquela pessoa' doeu tanto que cheguei à esse ponto: desejar esquecer.

A verdade é que não devo me martirizar pelo resto da vida por um erro que não pode ser revertido, não posso desejar esquecer tudo o que vivemos porque ela seguiu adiante e está feliz com aalguém. Quero ser feliz também, mesmo que seja sozinho, e lembrar de tudo com o amor que sinto.

Uma Chance [EM REVISÃO]Where stories live. Discover now