CAPÍTULO 30

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   Katie

Respiro fundo ao fitar a tela à minha frente, meus olhos estavam cansados. Eu supervisionava a edição, agora assinada pela editora, da próxima revista que seria publicada.

Com os anos, a editora ganhou ainda mais prestígio. Tudo o que Dana e eu pudéssemos imaginar, aconteceu melhor, ampliamos ainda mais àquilo que foi deixado para nós. Mamãe e papai teriam orgulho de ver onde chegamos.

— Mamãe, mamãe... — Benjamin entra correndo no escritório seguido por Alexa.

Os dois haviam saído para um passeio mais cedo.

— Oi. — sorrio ao vê-lo pular nos meus braços. — Tudo bem? — meu olhar é direcionado a Alexa.

— Sim. Nós nos divertimos muito, não foi, Ben? — ela senta na cadeira atrás da mesa à minha frente.

— Sim. — afirma ele assentindo freneticamente.

— Fomos para a minha casa. — Alexa diz, como se quisesse me deixar a par do que tinham feito.

— Eu assisti vídeos do irmão da tia Alexa com o senhor James. Ele joga muito futebol, mamãe! — Benjamin disparou empolgado.

Enguli em seco.

Em Nova York, ele sequer ouviu o nome Bryan Williams. Sendo muito novo, Benjamin não ligava para futebol, por isso, ele não assistia programas de TV relacionados a esportes e nunca teve a oportunidade de ver Bryan por uma tela, até meses atrás quando chegamos a Londres.

Arthur e eu sabíamos que seria uma questão de tempo para Benjamin saber da existência dele, — o que não nos deixou preocupados, pois desde que decidimos voltar à Londres, estávamos nos preparando para a verdade. — porque aqui ele estaria perto dos seus amigos e da sua família, mas ainda assim, não consigo deixar de sentir-me receosa quando ouço-o falar dele.

— Papai mostrou vídeos dos jogos e das entrevistas do Bryan para ele. — Alexa força um sorriso.

— Você sabia que ele é o melhor jogador da Europa? — Benjamin me fita, a expressão maravilhada.

— Sim. — murmuro em resposta.

— Ele é um irmão ingrato. — Alexa resmunga ao cruzar os braços à frente do corpo.

Até onde eu sei, ela está cheteada com o irmão porque ele foi embora como se ninguém de seu passado ou até mesmo a sua família existisse quando refez a sua vida na Argentina

Desde que cheguei na cidade, ouço-a resmungar um impróprios sempre que alguém menciona seu irmão. Ela odeia o fato de ele tê-la abandonado, assim como a todos.

— Por que, tia? — Benjamin voltou a atenção para ela, curioso.

— Hã... nada. Eu falei sem pensar. — ela desconversa.

— Mamãe? — ele volta a atenção para mim.

— Sim? — respondo.

— Onde está a bola de futebol que o papai me deu? — pergunta.

— Está em algum lugar naquele baú de brinquedos que você abandonou no meio do corredor. — digo.

— Eu vou procurar. — desvencilhar-se de mim e corre como um furacão até a porta saindo da sala.

— Cuidado com as escadas. — grito para que ele possa me ouvir, antes de voltar a atenção para a mulher à minha frente. Alexa mantinha a expressão impassível. — O que houve? — pergunto.

— Caleb falou sobre aquilo de novo. — murmura.

Caleb e ela moram juntos na casa dos Williams há algum tempo. Ele quer oficializar a relação casando-se, quer filhos e um futuro ao seu lado. Mas Alexa acha que não está preparada. Não para casar, afinal ela quer isso tanto quanto ele. Os dois estão até vendo qual é o momento mais oportuno para marcar a data. O que a deixa aflita e insegura, é o fato de ele querer filhos.

Uma Chance [EM REVISÃO]Where stories live. Discover now