CAPÍTULO 10

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    Katie

Sento-me na primeira fileira de cadeiras sozinha, Ruth havia ficado em um lugar um pouco mais afastado reservado para os formandos da sua área. No palco à minha frente, estavam os diretores da universidade e Andrea que se preparava para fazer o seu discurso.

Sinto alguém tocar no meu ombro, viro-me de sobressalto e encontro um para de olhos azuis e um sorriso nos lábios de Arthur.

— Tá nervosa? — pergunta ele ao sentar-se ao meu lado.

Eu esqueci completamente o que era nervosismo assim que Bryan sumiu. Agora, eu estava completamente frustrada por estar sentada ali sem poder sair para procurá-lo e com receio de que algo tivesse acontecido.

Olhei de relance para a arquibancada, Dana e os outros sorriram e acenaram para mim, mas ele não estava lá.

Voltei a minha atenção para o homem ao meu lado.

— Tem certeza que este é o seu lugar? — disparei em um tom brincalhão.

— Não sei, eu posso ficar aqui se quiser. — rebateu.

— Não, eu não estou nervosa. Você está? — devolvi a pergunta.

— Não. — cruzou os braços à frente do corpo. Sem intenção alguma, percebi todos os seus músculos se contraíram com esse movimento. Não só eu, como todas as mulheres que estavam sentadas em volta perceberam, porque elas ficaram boquiabertas com tal visão.

Arthur não é o tipo de cara que faz corridas matinais ou que frequenta academia no final do dia. Ele nunca precisou mover sequer um músculo para ter o corpo atraente que tem. Tendo ele como amigo, não foi difícil perceber que qualquer mulher fica de queixo caído quando ele passa por ela na rua.

— Ela decorou cada palavra do discurso. — seus olhos estavam fixos no palco à nossa frente e ele acenava sorridente para Andrea.

— Parece que alguém está apaixonado. — cantarolei. Eu não simpatizava com Andrea, mas queria ver a felicidade dele.

— Ela é só uma boa amiga. — descruzou os braços voltando a atenção para mim.

— Uma amizade colorida, entendi. — dei-lhe uma piscadela.

— Você queria que fôssemos um casal? — de alguma forma, ele parecia se divertir.

— Não... — a rivalidade que ela teve comigo durante todos esses anos falou primeiro, mas logo eu limpei a garganta e me corrigi. — quer dizer, sim. Eu quero que seja feliz — procurei as palavras certas. —, mas... sei lá, talvez você mereça alguém melhor. — não me segurei e fui sincera até demais.

O sorriso divertido em seus lábios se desfez em questão de segundos.

— Também acho. — falou sério. — Estou à procura de alguém que seja parecida com você, mas isso é impossível. — engoli em seco e desviei os olhos dos seus. Ao notar o meu desconforto, ele murmurou. — Desculpa.

— Ela vai começar. — virei-me para frente abrupta ao ouvir Andrea falar algo no microfone testando-o pela última vez. — Acho melhor você ir para o seu lugar.

Sem contestar, ele saiu me deixando livre para soltar o ar que eu nem sabia ter prendido em meus pulmões.

Andrea falava bem em público, parecia ter nascido para àquilo. Naquele momento, eu fiquei feliz por não ter aceitado discursar e passado a responsabilidade para ela. Me peguei pensando em quando a nossa competição começou. Pra falar a verdade eu não lembro, já que tal atitude veio primeiro de sua parte. Apenas vou levar comigo as lembranças de uma colega de classe inteligente junto a felicidade por não ter que vê-la pelos próximos anos.

Uma Chance [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora