Uma Chance [EM REVISÃO]

CAPÍTULO 11

   Katie

Encaro o homem à minha frente e mal o reconheço. Bryan estava com o semblante acabado, a roupa toda amassada, os cabelos desgrenhados e o cheiro de álcool que exalava de si me embrulhou o estômago.

Dirigi por quase quatro horas até estar em seu apartamento. Não foi difícil encontrar o seu novo endereço, já que ele mesmo havia o deixado anotado em um bloco de notas ao lado do telefone.

Agi por impulso após ver as fofocas naquele site e aqui estou eu, parada à sua porta trocando um olhar ensurdecedor com ele.

— Tudo bem? — decidi falar. Ele parecia surpreso demais para tomar iniciativa.

— Eu só... estou surpreso. — afirma. — Não esperava te ver aqui.

— Porque? Eu não devia estar aqui? — meu ciúmes falou por mim, o ar mais duro do eu queria.

— Não é isso. — finalmente mexeu-se, me puxou para dentro e bateu a porta. — Desculpe, eu apenas estou surpreso.

— Hum. — murmuro, deixando a bolsa em minha mão cair no chão.

— Estou feliz que esteja aqui. — suas palavras foram sinceras ao esboçar um sorriso.

— Eu também. — retribuo o sorriso.

— Não queria que me visse assim. — olha para si.

— Eu vi que vocês ganharam. Parabéns, meu amor! — eu estava realmente feliz pela vitória na sua estréia, mas as fotos que vi na noite anterior não saiam da minha cabeça. — Parece que a comemoração foi boa, hum?

— É... — levou as mãos aos cabelos deixando-os ainda mais bagunçados. — nós saímos para comemorar. Mas nada aconteceu!

Enquanto o vi desconcertado tentando explicar que havia saído para comemorar, eu percebi que estava errada em encurralá-lo para ouvir algo quando na verdade era eu quem precisava lhe contar. Mas eu estava com medo e não sabia por onde começar.

— Precisamos conversar. — disparei.

— Eu vou tomar um banho antes, ok? — disse e eu assenti em resposta.

Ele se afasta, mas antes de sumir se vira e diz:

— Estou feliz que esteja aqui.

— Eu também. — sorri.

Quando me peguei sozinha, olhei em volta. O apartamento era espaçoso e sofisticado. As cortinas em tons escuros, nas janelas de vidros que iam do teto ao chão, entravam em contraste com as paredes em tons claros. Haviam dois sofás de couro branco e a TV ficava suspensa na parede de frente para um deles. Entre os sofás havia uma mesa de centro e no meio dela um lindo jarro decorado com orquídeas.

Caminho até um dos sofás e me sento no mesmo. Bocejo. Dirigir de madrugada havia sido mais cansativo do que eu imaginava. Deixo o meu corpo cair sobre o macio e adormeço.

**
Acordo com um barulho. Meio desnorteada, olho em volta e percebo que estou em um quarto.

— Desculpa, eu não queria te acordar. — ele caminha até a cama e senta de frente para mim.

— Que horas são? — me recosto na cabeceira.

— Quase onze. Prefere conversar antes ou depois de sairmos para almoçar? — pergunta.

Engulo em seco.

— Eu vi o que foi publicado. Você ficou chateada? — seus olhos estavam fixos nos meus.

— Não... quer dizer, sim, eu fiquei chateada. — admito.

— Eu não tenho nada com ela. — seu tom foi sério. — Você sabe como são esses sites de fofoca, eles...