CAPÍTULO 39

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   Katie

Meu corpo é meu inimigo nesse exato momento. Ele não corresponde mais aos meus comandos, tudo o que deseja é sentir o toque das mãos, que rodeiam a minha cintura, em cada pedacinho dele.

Bryan estava provando que, não importavam as magoas ou os conflitos que vivemos separadamente, quando os nossos olhos se fixam, quando sentimos o calor e a respiração um do outro, tudo à nossa volta parece insignificante.

— Eu preciso ouvir dos seus lábios se você me deseja como eu te desejo agora. — os olhos dele estavam escuros e a sua voz soava mais sexy do que eu me lembrava.

— É difícil negar quando o seu corpo está assim, tão próximo do meu. — soltei o ar que, por um segundo, prendi em meus pulmões.

— Você faria amor comigo? — sua pergunta me fez estremecer. Ele com certeza notou, pois segurou-me ainda mais firme contra si.

Nossos corpos estavam tão grudados que eu podia sentir a batida forte dos nossos corações. Eles estavam em completa sintonia, ambos lutando para não saltar dos nossos peitos.

— Eu não posso, não posso te desejar. — falei mais para mim do que para ele.

— Não pode ou não quer? — sua expressão era séria enquanto me analisava.

Hesitei em seus braços. Nesse exato momento, admito para mim mesma que ainda sinto algo por ele, uma paixão ou até mesmo um sentimento mais profundo. Chego a pensar que, talvez, o amor nunca tenha morrido. Talvez ele só esteja adormecido dentro de mim, encoberto pela mágoa da sua traição.

Mordi o lábio. Eu estava na beira de um abismo, e não sabia se me jogava nele sem ter medo do que ia encontrar lá embaixo ou se simplesmente dava meia volta e saia dali.

— Você não quer, não é? — tornou com a voz baixa ao desvencilhar-se de mim.

— Eu... — tentei falar, mas algo atrás dele tirou a minha atenção. — Fogo!

— O quê? — sua expressão é intrigada.

— Atrás de você, a panela está pegando fogo. — apontei para a mesma.

Ele se virou abrupto e correu para apagar o fogo que começava a se formar na panela sobre o fogão.

— Droga! — esbravejou assim que colocou a panela embaixo da torneira. — O arroz queimou.

— Virou torresmo. — não consegui evitar a gargalhada.

— E você acha engraçado? — disparou chateado.

— Desculpa. — controlei o riso. — Eu faço outro.

— Obrigado. — murmurou.

— Eu só vou ligar para Alexa e já volto. — avisei.

Eu queria saber como o Benjamin estava. Mas também queria, de certa forma, fugir do que estava prestes a acontecer.

Ainda não tenho o seu perdão pelo o que fiz, a mágoa pelo o que ele me fez ainda está aqui dentro de mim e também tem o Arthur — que, não sei explicar qual, mas continua ocupando um lugar no meu coração. Por tudo
isso, sei que se ficasse mais um segundo ao seu lado, eu faria algo do qual me arrependeria.

— Tá bem. — ele estava distraído tentando arrumar a bagunça que fizera.

Segui para o andar de cima. Graças aos céus, o meu aparelho celular resistiu a chuva. Eu havia esquecido que o carregava comigo no bolso da calça jeans. Entrei no quarto. Peguei o aparelho sobre a cômoda e disquei o número de Alexa em seguida.

Uma Chance [EM REVISÃO]Where stories live. Discover now