CAPÍTULO 15

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   Bryan

Ouço a campainha tocar. Meu coração dispara ao caminhar até porta, agora, ela era a única coisa que me separava de uma verdade que viria à tona exibindo a minha canalhice e magoando a pessoa que amo.

Juntei todas as minhas forças antes de abrir a porta. Katie me encarou por alguns segundos, parecia analisar-me para ter certeza de que estava tudo bem, antes de pular nos meus braços e me abraçar forte.

— Eu estava com saudades. — sussurrou ao pé do meu ouvido.

— Eu também. — a apertei ainda mais contra mim. Como eu queria que o tempo parasse naquele momento.

— Vai me deixar aqui? — sorrir fraco ao desvencilhar-se.

— Desculpe. — dou espaço para que ela entre. Bato a porta atrás de mim em seguida.

Ela olha em volta até os seus olhos pararem em mim.

— O que você queria me dizer que precisava ser pessoalmente? — sua pergunta me faz estremecer.

Como contar? Achei que quando estivesse cara a cara com ela, eu conseguiria. Eu realmente queria ser forte o bastante para falar, mas agora que estou olhando nos seus olhos, sinto que me tornei um covarde.

Entreabro os lábios para falar, mas nesse momento uma memória perdida me atinge. Lembro de uma noite em que estávamos caminhando de mãos dadas voltando para casa após um passeio, Katie estancou no meio do caminho, me olhou e falou: "se um dia você desejar ter outra pessoa, termine comigo" eu perguntei porque e ela continuou: "porque eu prefiro sofrer sabendo que você me deixou por outra do que ser traída. Isso é imperdoável."

— Bryan? — ela estava apreensiva à espera de uma resposta.

— E-u... — diminuo a distância entre nós. — não consigo. Eu não consigo ficar longe de você.

— Eu também não consigo. — sua voz é baixa.

Eu a quero. Nem que seja pela última vez, eu preciso provar que a amo e que, independente de qualquer coisa que eu nem mesmo lembro de ter acontecido, é ela a dona do meu coração.

— Me perdoa por isso. — digo em um fio de voz. — Mas eu não consigo ficar longe de você.

— Porque eu devo te perdoar por isso? — sua expressão é intrigada.

— Não me pergunte nada, por favor. Só faz amor comigo. — suplico.

Seu olhar demonstra o quão intrigada está, mas com a expressão mais carinhosa do mundo, ela assente. Seguro a sua mão e a guio em direção ao quarto. Meu corpo inteiro estremece ao entrar no cômodo junto a ela e olhar para a cama à nossa frente.

— Está com a mesma expressão desde que cheguei. — murmurou.

— Qual? — me vejo perguntando.

— Preocupado, como se em um único deslize seu, tudo fosse por água abaixo.

Eu estou com medo, quis gritar. Estou com medo dessa ser a última vez, de não poder mais sentir os seus dedos entrelaçados nos meus, de não beijar mais os seus lábios, de não ver mais o seu sorriso e os seus olhos esmeraldas brilhando quando diz que me ama.

É tão irônico sentir tudo isso quando o único culpado sou eu, mas é difícil evitar ter esses sentimentos. Mesmo que eu tenha cometido um erro, ainda sou um homem que à ama e também vou sofrer quando contar a verdade.

— É quase isso. — murmuro ao ficar de frente para ela. Levo as mãos ao seu rosto e acaricio cada parte. Seus lábios rosados estavam contraídos.

— Eu amo você. — ela segura as minhas mãos. Não consigo controlar as lágrimas que escorrem dos meus olhos. — Não sei o que aconteceu, mas eu estou aqui, ok? — solta as minhas mãos e passa a ponta dos dedos no meu rosto secando as lágrimas que caíam.

Uma Chance [EM REVISÃO]Where stories live. Discover now