CAPÍTULO 43

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    Bryan

Tento não rir ao ler mais uma das mensagens que saltavam na tela do meu aparelho celular. Arthur insistia me convidando para um passeio com ele e Benjamin. Apesar de achar engraçado que tenhamos chegado a esse tipo de relação e de também querer encontrar o meu filho, eu estava em uma reunião importante e não podia atender ao seu pedido.

A reunião com empresários que queriam entrar em parceria com o WCFC — projeto que criei para crianças e adolescentes que sonham em ter uma vida esportiva — era a primeira grande vitória do trabalho que estava começando.

Digitei rapidamente uma resposta para ele: "Você, Benjamin e eu como uma família. Isso é piada?" Podíamos até estar nos tornando amigos, mas trocar farpas com ele era mais forte do que eu. Por isso, não hesitei antes de enviar e voltar a prestar atenção no homem que falava à frente de todos.

— O nosso intuito é fazer com que os meninos cresçam nesse ramo e se tornem jogadores como... — meu aparelho celular o tocou o impedindo de continuar.

— Desculpe. — desliguei a chamada e deixei o celular no modo vibração sobre a mesa logo depois, em seguida.

— Como eu ia falando, eles têm grande potencial e nosso intuito é fazer com que... — o som incômodo do meu aparelho celular vibrando o interrompeu novamente.

— Me desculpem. Eu preciso atender. — peguei o aparelho. — Volto em um minuto. — avisei antes de me levantar e sair da sala.

Em nome dos novos tempos, me controlando para não xingar o homem do outro lado da linha, atendi quando já estava longe o suficiente.

Eu estou em uma reunião importante, seu idiota. — é a primeira coisa que digo.

Se não me atendesse eu ia te incomodar a tarde inteira. — Arthur atirou, despreocupado.

Claro que eu ia manter o aparelho ligado só para você. — rebati com sarcasmo.

Não me faça rir, Bryan. Se trata do Benjamin, e você não foge de nada que se refere a ele. — afirmou.

É claro que quero estar com o meu filho, mas sem você. — não que eu o odiasse, mas também não precisávamos estar grudados e eu queria ficar a sós com Benjamin.

O que eu fiz para você? — seu tom demonstrava a inocência que nunca teve.

Arthur, você não dormiu só com uma mulher minha, mas duas. Uma delas é a Katie. Por isso, não somos amigos, ok? — disparei.

Sério? Eu adorei tê-la junto a mim durante esses anos. Você não sabe como eu a amei e-

Eu não vou a lugar algum com você. — cortei-o, quase gritando. — Levo o Benjamin para um passeio sozinho na próxima.

Benjamin e eu estamos chegando. — sentenciou antes de desligar o telefone na minha cara.

Imbecíl! — irritado com a sua ação, balbuciei andando de um lado para o outro no corredor.

Arthur e eu estávamos nos dando bem nos últimos dias, ele me ajudou com o Benjamin e se mostrou ser um cara diferente do que eu imaginava. Mas ele ainda é o Arthur, o cara que um dia também foi o amor da mulher que eu amo. O fato de eu saber disso e que ele vai estar para sempre na vida dela, me deixa frustrado.

Mesmo relutante, percebi que nada do que aconteça vai mudar o que eu sempre senti em relação ao Arthur: Ciúmes. Eu sempre vou ter ciúmes dele, seja como ex noivo da Katie ou como pai do Benjamin.

Uma Chance [EM REVISÃO]Where stories live. Discover now