CAPÍTULO 24

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  Katie

Coloquei a última peça de roupa no closet e respirei fundo observando-o, esse era o sinal de que o meu desejo de esconder a gravidez de todos estava se concretizando. Eu estava em outra cidade e poderia levar àquilo até o momento em que ele voltasse completamente realizado para saber a verdade que deveria ter ouvido quando pediu para ir sem empecilhos.

Voltei ao quarto e sentei-me à cama, olhando em volta. As paredes em tons claros deixavam o ambiente aconchegante. À minha frente, havia um sofá de couro preto e, logo atrás dele, uma prateleira de madeira embutida na parede era decoranda com miniaturas de câmeras fotográficas de todos os tipos, bonecos colecionáveis, alguns livros — que com certeza irei ler — e porta-retratos. As portas de vidro, que iam do teto ao chão, davam passagem para a varanda e a mesma me dava uma vista incrível do jardim da casa.

As cortinas balançam forte e um vento frio invade o quarto. Me levanto, caminho até umas das portas e fecho a mesma.

A noite caía lá fora. As estrelas brilhavam como diamantes no azul escuro do céu e a lua deixava tudo ainda mais perfeito. A cidade que nunca dorme estava linda com as luzes acesas nos arranha-céus. É a minha primeira noite em Nova York após anos e eu estou feliz por estar de volta à cidade onde nasci.

— Tudo bem? — Arthur me pega de surpresa ao me abraçar por trás.

— Você quer me matar? — por reflexo, coloco a mão no peito.

— Temos uma cama bem ali, não me faz esse tipo de pergunta. — vejo um sorriso malicioso se formar em seus lábios pelo reflexo do vidro à minha frente.

— Eu...

— Eu pedi algo para comermos. — me corta.

— Sério? — desvencilho-me dos seus braços e viro-me para fitá-lo. — Eu estava pensando em uma pizza grande de queijos com anchovas, bastante calda de chocolate e chá de hortelã. — automaticamente, passo a língua nos lábios salivando.

— O quê? — ele faz uma careta.

— Deve ser nojento, né? — não evito o riso. — Ele não me faria comer isso, — aponto para a minha barriga. — porque deve saber que eu odeio pizza doce e com chá? Não mesmo!

— Então você estava brincando. — respira aliviado.

— Estava, mas agora que falei me deu vontade.

— É sério? — pergunta, todo atencioso.

— Ele deve estar me castigando. Você vai me ajudar a comer, não é? — junto as mãos uma na outra.

— Ok, eu vou pedir a pizza...

— Grande. — o interrompo.

— Grande. — ergue um dos dedos confirmando. — Vou fazer o chá, ver se tem calda de chocolate para o caso de eles não colocarem o suficiente e...

O interrompo ao me erguer na ponta dos pés para alcançá-lo e selar os nossos lábios em um beijo. Pego de surpresa, ele sorrir entre o beijo ao mesmo tempo que rodeia a minha cintura com uma das mãos e encaixa a outra na minha nuca. Seus lábios massageiam os meus por um tempo que eu não consigo calcular por estar completamente imersa. Ele morde o meu lábio inferior puxando-o delicadamente para si quando decide parar o beijo por falta de ar.

— Você não quer nada, não é? — seu tom era ofegante quando afastou os lábios dos meus.

Neguei com a cabeça. Eu realmente estava brincando para ver até onde ele iria.

— Então o que quer? — soou amável.

— Quero apenas que fiquemos aqui. — pedi, a voz baixa.

— Você... tem certeza? — sua mão pousou no meu queixo e ergue a minha cabeça para fixar os olhos nos seus. — Tudo bem se não estiver pronta. Não é porque estamos aqui que tem que fazer isso.

Uma Chance [EM REVISÃO]Where stories live. Discover now