Capítulo 12

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POV Anthony

Me sento em um banco de frente para o bar enquanto espero por Pietra.

Torço para que ela e minha irmã de acertem logo, que a amizade delas não acabe por minha causa e que de alguma forma Anna entenda o porquê ela não contou sobre nós.

Não sei o que pensei quando fiquei parado na calçada do bar. Eu sempre fico mais afastado e só quando vejo seus cabelos ruivos é que vou até ela e começamos nossa caminhada de sempre.

Mas hoje foi diferente de tudo, me senti ansioso para tê-la mais rápido em meus braços. Talvez fosse apenas saudade, talvez  fosse apenas desejo, mas tenho comigo que era os dois juntos.

O jeito em que caminhou até mim, envolvida no ritmo da Tarantela, envolvida em meu olhar, envolvida em meu desejo. Senti a sintonia que compartilhávamos, senti ela me desejar, como um fogo que alastra para todos os lados ela conseguiu fazer o mesmo comigo. Só pensava em puxar seu corpo pra mim, beijar seus lábios e acariciar aquela pele que tem me deixado doido há dias.

Sempre que vejo Pietra é como se estivesse olhando para uma estrela em uma noite escura. Ela me ilumina, me contagia, me trás paz...

Vejo o momento em que ela sai do bar, os olhos tristes e os lábios sorridentes. Admiro a força que tem para passar por cima dos obstáculos.

- Está bem? - é a primeira coisa que pergunto quando ela se senta ao meu lado.

- Estou. - a resposta curta me faz ficar preocupado. - Anna entendeu, está bem com a idéia de... de nós dois... - ela nem consegue encontrar uma palavra para o que temos, corta meu coração.

- Bom. - é tudo que consigo dizer.
As vezes quero ser aquele cara de novo, o confiante, o risonho, o que conta piadas e faz carinho nas pessoas que gostam.

- Vamos? - ela pergunta se levantando e segurando a alça da sua bolsa com as duas mãos, apenas me ergo e sigo ao seu lado.

Sinto o clima tenso, algo parece a assombrar, sinto medo. Medo de me dizer que eu fui um erro, que ela se enganou sobre mim... Ela não vai estar errada mas pensar nisso me faz morrer ainda mais por dentro.

Aos poucos ela tem conseguido despertar coisas do meu antigo eu. Sorrisos, carinhos, felicidade...
Mas eu sei que não me empenho muito, eu sempre estou tentando me conter. Sou o que sou agora, um cara que vive mergulhado em meus medos, em minhas perdas...

Pietra para na ruela em que tivemos nossos primeiro beijo, olho pra ela sem entender o porque parou e vejo seus olhos carregados de dúvidas.

- O que foi? - pergunto me aproximando, toco sua mão e noto que está trêmula.

Pietra me olha, parece enxergar minha alma. Seus dedos sobem pelo meu braço, chegam ao meu rosto, ela acaricia a barba por fazer, não sorri como costuma fazer sempre.

- Me beija? - seu pedido me faz ficar um pouco aliviado, mas ao mesmo tempo temendo a melancolia em seu olhar.

Minha mão segue obediente para sua nuca, a outra pra cintura fina, delicada... puxo Pietra pra mim, encaixo nossos lábios em um beijo que vem lento mas que ganha força.

Pietra se cola a mim, sinto todo meu corpo responder ao seu. As mãos delicadas se alternam entre meu braço, minhas costas e minha nuca.

Nossas línguas batalham uma pela outra, se tocam, se sentem de modo mais duro. É o desejo gritando um pelo outro.

Quando vejo estou encostando Pietra em uma parede, tento grudar mais nossos corpos como se ainda fosse possível.

Ela gosta, me puxa mais pra ela, as mãos entram por debaixo da minha camiseta e toca minhas costas me causando arrepios.

Duologia: Curados Pelo Amor - Um Novo ComeçoWhere stories live. Discover now