Capítulo 42

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Gente se estou falhando nas publicações é por conta da internet péssima. Desculpa.

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POV Pietra

A mão de Anthony não se desgruda da minha barriga um segundo, fico olhando ele me afagar de leve.
Mais cedo eu estava tão atordoada, fora de mim. Só conseguia criar coisas ridículas em minha mente. Achava que a distância de Anthony era por que ele não me queria mais, porque não me amava como ele achava, mas eu me enganei. Ele me ama e ama meu bebê.
Me surpreendeu tanto, assustou no começo. Ele ficou paralisado, andou pela sala com os olhos surpresos e eu não sabia se estava gostando ou não. Meu subconsciente dizia que não, que ele simplesmente não iria mesmo me querer mas me enganei. Ele se emocionou, mostrou uma amor tão lindo e terno.
- Esses dias que eu tenho chegado atrasado em casa foram porque eu ficava horas e horas pesquisando formas boas de te pedir em casamento. Me desculpe manter tantos segredos por tantos dias. - Anthony diz me fazendo olhar para ele.
- Gostei do jeito que foi, mesmo com o medo temporário que senti. - beijo seus lábios e ele sorri.
- Foi do nosso jeito. Cheio de drama! - Anthony brinca e nós rimos. - Está mais calma?
- Muito. - Me viro de frente para ele e fico sob seu corpo. - Te amo.
- Te amo. - ganho um beijo e uma mordida leve nos lábios. - Como suspeitou da gravidez?
- Não suspeitei. Enrico suspeitou. - conto e nós dois rimos. - Vomitei feito o exorcista na frente dele por conta de um molho que me fez enjoar.
- Tadinha. - suas mãos tocam meu rosto com carinho. - Agora eu estou aqui para cuidar de vocês.
- Sempre esteve. - beijo seus lábios longamente, depois nos afastamos.
- Estamos noivos. - ele diz nos apontando, sorrio com a ideia, mesmo com mil coisas rondando minha cabeça.
- Estamos. Como que vai ser isso?
- Não sei, mas não vai ser um noivado de um ano igual minha irmã disse. - ele me avisa e eu rio sem entender.
- Como assim amor?
- Longa história. - ele responde me puxando mais para seus braços. - Que tal marcarmos o casamento para daqui um mês?
- Um mês? - me assusto e ele dá de ombros.
- Somos rápidos em tudo, porque não podemos ser rápidos no casamento?
- Tem razão. Acho que pode ser. Um mês. - respondo voltando a beijar seus lábios, suas mãos escorregam pelo meu corpo e só o simples toque me deixa fora de mim. - Porque ainda não comemoramos nosso noivado em? - beijo seu queixo e depois vou descendo pelo pescoço, ele suspira trêmulo.
- Acha que podemos? Você está...
- Grávida? Sério? - brinco olhando para ele.
- Sua mudança de humor me assusta. - sua ironia me faz gargalhar.
- Amor, grávidas fazem sexo sabia?
- Não sei... Fazem mesmo? - ele pergunta todo preocupado, minha resposta vem com um beijo demorado e quente.
Tudo que eu quero agora é ele, é estar em seus braços, sentir seu amor e sua presença.
Anthony não discute mais, apenas me ajuda na hora de me despir, me beija carinhoso, sussurra coisas lindas em meu ouvido, me emociona. Sinto que agora nada pode nos abalar, que seremos felizes, haverá muitos obstáculos mas nós passaremos por eles juntos.
Anthony fica sobre mim, me invade lentamente e nos movimentamos juntos, entregues ao mesmo desejo e as mesmas sensações.
Depois a paz nos atinge e ficamos deitados abraçados um ao outro.
Fico pensando nesse quase três meses que estamos juntos, no quanto tudo mudou tão rápido.
Éramos duas pessoas diferentes, curiosos sobre cada um, até o dia em que todas as paredes foram derrubadas e começamos a jornada de nos conhecer, de nos ajudar e ser mais forte um para o outro.
Em três meses foram tantas emoções e a paixão nasceu, depois o amor, a primeira briga que não durou nem meia hora, um bebê e um pedido de casamento... Nossa.
Olho minha mão que descansa no peito de Anthony, o anel brilha delicado e sorrio, é bem do meu gosto mesmo. Discreto e delicado.
- Está pensativa. - Anthony me diz e ergo a cabeça para poder olhar para ele.
- Pensando nos últimos meses. - sorrio lhe dando um beijo.
- Eu também estava. - ele confessa tocando meu rosto. - Fez o exame no hospital ou de farmácia?
- Hospital. Quando eu vi Enrico já estava me arrastando para lá. Ele me chamou para almoçar com o pessoal e eu vomitei sentindo o cheiro do molho. - nós dois rimos. - Estou morrendo de vergonha.
- Agora tem a desculpa que estava enjoada. - Anthony me lembra e assinto sorrindo.
- Estou muito grávida. - brinco com ele. - Muito mesmo. Imagina quando a barriga crescer?
- Vou voltar para a academia, malhar meus músculos e ganhar resistência para poder te carregar no colo.
- Que engraçado. Olha só como estou rindo. - reviro os olhos séria e ele ri.
- Falou com algum médico já?
- Ainda não. Vou procurar um obstetra amanhã, estava tão fora de mim quando descobri que não escutaria nada que um médico fosse dizer. - vejo seu rosto ficar preocupado e eu seguro para não rir.
- Pietra, nós fizemos amor agora a pouco e você nem sabe se podia! - Anthony se senta angustiado e faço o mesmo. - Veste sua roupa, nós vamos procurar um obstetra.
- Amor, é tarde, amanhã cedo nós vamos. Pode ser? Não tem necessidade e estou bem. Eu juro. - aviso tocando seu rosto. - Eu não iria arriscar a vida do nosso bebê se eu não soubesse que estou bem.
- Tem certeza?
- Absoluta. - lhe dou um selinho e ele assente. - Vou tomar um banho. Vem comigo?
- Banho com você? Não sei, deixa eu pensar... - ele finge estar pensando e eu rio. - Agora mesmo.
- Esperto. - Anthony se levanta junto comigo e me envolve em seus braços. - Te amo.
- Te amo em dobro agora. - ele brinca enquanto caminhamos juntos.
Me emociono com sua alegria, confesso que tive um pequeno medinho lá no fundo do meu coração. Um receio de que talvez ele dissesse não ao meu bebê, que o negasse, mas meu Anthony não é assim, ele é justo, tem um coração lindo e grande.
Penso em meus pais, na minha família e na dele. Penso em como vão reagir a essa nova notícia... duas agora, o casamento e o bebê. Será que estarão do nosso lado? Vão nos apoiar?
Meus pais eu tenho quase certeza que vão falar que devíamos ter nos protegido que sou jovem ainda e tenho uma carreira pela frente, conheço bem esse papo. Foi assim com minhas irmãs e não vai ser diferente comigo.
Quer dizer, talvez seja mesmo diferente. A situação em si já é diferente. Minha irmã mais velha, a Antonella engravidou depois de quase dez anos de namoro, meus pais meio que sabiam que um dia iria acontecer. Alessandra também engravidou depois de muitos anos ao lado do namorado, sete anos juntos e os dois estavam esperando Allegra, foram morar juntos assim que souberam dela. E tem eu, grávida aos vinte e um anos, em um relacionamento de quase três meses e noiva.
Meu estômago se embrulha só de medo, isso porque ainda nem pensei na família de Anthony.
Minha melhor amiga pode ficar chateada, Bruno pode achar que sou uma maluca e não sei, talvez por minha culpa as coisas piorem logo agora que estavam melhorando.
- Estou com medo Anthony. - solto enquanto descemos para ele cozinhar algo rápido para comermos.
- Do que meu amor? - ele se preocupa, até para no meio da escada para me olhar.
- Da reação da nossa família, de como vai ser de agora em diante, do futuro...
- Uma coisa de cada vez. Agora vamos só preocupar em alimentar a mãe do meu filho, amanhã nos preocupamos com o obstetra, depois em contar para todos e o futuro é incerto, mas garanto que vamos ser felizes, porque nos amamos e agora temos mais um motivo para sermos felizes. - sua mão toca minha barriga e assinto. Ele está certo, essa preocupação toda é desnecessária e sem cabimentos, temos um ao outro e isso é tudo que me importa.
- Acho que vamos escutar uma palestra inteira dos meus pais sobre o quão imprudentes fomos, que somos novos e tudo mais, mas sei que eles vão aceitar. - conto quando terminamos de descer os degraus. - Meu pai vai gostar muito, ele adora ser avô e quer ter muitos netos. Minha mãe vai se preocupar lógico, sabe que estamos juntos a pouco tempo e até ela acreditar no nosso amor vai demorar um tempo, mas ela também vai gostar de um netinho novo, vai querer me ajudar em todos os momentos.
- Isso é bom, vamos mesmo precisar. Somos bem inexperientes. Eu mesmo nunca convivi com um bebê, nunca troquei uma frauda. - nós dois fazemos uma careta com sua última constatação.
- Eu já amor, e se prepare, é assustador. - me sento na cadeira vermelha e apoio os cotovelos na mesa. - Mas minha irmã disse que quando temos um bebê o nojo passa na hora. Deve ser mesmo verdade, é o que eu espero ao menos.
- Eu também. - ganho um beijo demorado e sorrimos com nossas testas coladas. - Papais de primeira viagem devem sofrer um pouquinho.
- Minha ficha não caiu ainda, tenho que confessar. - conto observando enquanto ele me deixa para pegar panelas e ingredientes. - Estou falando do bebê, da gravidez mas nem parece que sou eu, sabe?
- Sei. Me sinto assim também. Acho que nossa ficha só vai cair mesmo quando a barriga crescer. - ele diz me olhando e eu suspiro.
- Minha barriga vai crescer. Será que dói? Eu devia ter perguntado isso para alguma grávida antes.
- Fica calma estrela, acho que não dói não, nunca ouvi nenhuma grávida reclamar. - Anthony vem até mim e me beija, se continuarmos assim ele não vai fazer esse jantar e estou faminta.
-  Está certo, não deve doer. - sorrio mas me lembro do parto e o olho apavorada. - Mas o parto dói amor, eu tenho certeza disso. Aí meu Deus! Preciso preparar meu cérebro logo para isso. Dor é psicológico. Dor é psicológico.
- Pietra, é sério, você tem que se acalmar, já está pensando no parto. Daqui a pouco está pensando nos netos, seus pensamentos são bem acelerados. - Anthony me faz rir mesmo em um ataque de nervos. - E suas emoções também. Tá me assustando agora. - ele brinca apontando para mim, o semblante engraçado e não sei como tive dúvida alguma sobre esse homem maravilhoso.
Jantamos em um clima romântico, trocando beijos e carinhos, fazendo planos e rindo de coisas bobas.
Acordamos cedo, Anthony mais ansioso do que eu e louco para ir a o hospital. Conseguimos um encaixe na agenda de um obstetra muito bom. Ele nos recebe com um sorriso e divertimento no olhar de ver eu e Anthony tão ansiosos.
Ele me faz perguntas que respondo bem obediente, quero que tudo fique bem certinho para o meu bebê. Depois ele pede para que eu me deite em uma maca de outro consultório para ultrassom e ficamos curiosos.
O gel em contato com minha pele é gelado e troco um sorriso com Anthony que segura minha mão atencioso.
- Vamos ver... - o médico diz olhando para tela, me deixa ansiosa e então sorri. Aponta um pequeno pontinho, quase não dá para ver. - É bem pequeno ainda. Quatro semanas. Vão conseguir ouvir o coração da próxima vez. - Estou emocionada, choro como achei que não aconteceria. É um amor puro, lindo.
- E quando vai ser isso doutor? Quero mais do que tudo ouvir o coração do meu filho. - Anthony está eufórico, sorri para o pequeno pontinho como se conseguisse ver o filho todo formadinho.
- Podemos marcar um retorno para daqui duas semanas.
- Pietra pode viajar de helicóptero? E avião? - olho para ele confusa com a pergunta do avião, Helicóptero eu entendo, mas o avião...
- Até o oitavo mês tudo bem, isso se não tiver uma complicação. - meu coração doí só de pensar, olho para o doutor assustada. - Não vai acontecer nada se forem cuidadosos, nada de aventuras muito grandes. Nada de pegar muito peso.
- Tudo bem doutor. - sorrio.
- Vamos voltar para minha sala, lá vou explicar tudo que quiser saber, tirar todas as dúvidas. - doutor Jaques diz se levantando com tranquilidade. - Vou deixar os dois a sós por um momento.
- Obrigado doutor. - Anthony agradece assim que ele abre a porta e sai. Nos olhamos cúmplices. - Ouviu o que ele disse? Vamos ouvir o coração do bebê.
- Vamos. Estou ansiosa.
- Eu também. Quero que essas duas semanas passem rápido. - conto lhe dando um beijo. - Mas porque fez a pergunta se posso viajar de avião?
- Porque vamos casar e recém-casados saem em Lua de Mel. - ele me diz simplesmente, eu nem havia pensado nisso.
- Vamos viajar?
- Claro! Quer dizer, se você quiser.
- Claro que quero. - me estico para o abraçar. - Pra onde vamos?
- Você decide. - ele responde sorrindo, aceito, vou adorar fazer isso.
O doutro faz algumas observações, não posso exagerar em um monte de coisas, tenho que ter cuidado com meu peso e seguir a risca uma dieta especial e saudável. Passo vergonha no Anthony quando pergunto sobre sexo, ele falta explodir de tanto que fica vermelho mas ele tinha dúvidas e agora não tem mais. As nossas noites continuam as mesmas e é melhor aproveitar porque depois do parto tem resguardo e aí sim sexo proibido.
Almoçamos juntos perto da fábrica, depois nos despedimos e cada um segue para seu compromisso. Minha cabeça está atolada de dúvidas e aproveito para me dedicar aos últimos preparatórios do escritório de Anthony.
Tenho tantas coisas para pensar e organizar. Um casamento exige muita atenção, sonho com uma linda cerimônia e uma festa marcante mas apenas para as pessoas próximas e talvez por conta da pequena quantidade os preparativos não serão tão exaustivos.
Mas antes de pensar em casamento e essas coisas eu tenho é que pensar em como contar aos meus pais. Faremos isso hoje e não deixo de sentir medo, insegurança.
Quando as pessoas souberem da gravidez todos vão achar que estamos casando por isso, que na verdade não é amor, é pelo bebê. Fico triste só de pensar, mas passo por cima desses pensamentos bobos e enfrento tudo que for preciso.
O que importa é que eu e Anthony nós amamos e não precisamos provar isso para ninguém. Aconteceu rápido, eu sei, mas isso não significa que nosso amor é menor do que de outras pessoas. Gosto de pensar que somos especiais, aqueles casos raros de amores que surgem rápido, talvez até a primeira vista. Nosso amor é verdadeiro, um amor que colocamos todos nossos sentimentos para ver o outro feliz. É lindo, é puro e sempre se expande.
Vou ensinar meu filho a valorizar isso, o amor, o sentimento mais bonito do mundo e a coisa mais valiosa do que qualquer bem material.
Um dia meu filho ou filha vai encontrar o amor e vai saber valorizar esse sentimento porque viveu cercado de carinho e respeito. O amor é tudo na vida de alguém.

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Noite ❤

Duologia: Curados Pelo Amor - Um Novo ComeçoWhere stories live. Discover now