Capítulo 32

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Oi gente!
Estou com uma dúvida.
Como sabem pretendo fazer uma história seguida dessa, uma continuação mas com um novo casal e com alguns POV's de Anthony e Pietra. O que acham? Querem isso? Porque estou mesmo repensando e apesar do meu amor pela escrita eu não quero fazer uma história só para mim kk. Me digam, é hiper importante para mim.

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POV Anthony

Ela me compreende tanto, me conhece e me ama... Me ama! Não sei o que fiz para Deus mandar essa mulher para minha vida, mas eu fico grato e torcendo para que ele nunca tire ela de mim.
Está decidido, assim que voltarmos para a cidade vamos atrás de um psicólogo, eu e Pietra conversaremos com ele juntos.
Abraço ela assim que descemos para a sala de jantar, são duas horas da tarde e só notamos que acordamos tarde porque Amapola foi nos chamar.
A noite foi intensa, cheia de emoções e apesar do pesadelo achei o resto todo perfeito.
A crise que tive ontem foi a pior e nem sei porque, não sei como. Eu estava tão tranquilo, agindo feito um bobão apaixonado e deitado com Pietra. Nunca que imaginei que algo assim poderia acontecer perto dela. Não de novo.
Almoçamos sozinhos, Pietra morrendo de vergonha por termos praticamente ignorado meu pai e o resto da família.
- Vão achar que sou uma tarada. - ela reclama levando um pedaço de carne a boca, eu só consigo rir dela. - É sério, a primeira vez que vim para cá todo mundo sabia porque demoramos horas e horas no quarto e agora acontece de novo.
- Relaxa, eles não vão pensar nada... - minto e ela revira os olhos rindo. - O que quer fazer hoje?
- Ver os cavalos. - ela conta e eu a encaro confuso.
- Achei que não queria mais cavalgar.
- Eu quero sim. Aquele dia foi tudo da boca pra fora, agora eu vim preparada, a roupa confortável... - ela me mostra os pares de botas e se levanta para mostrar a calça. - Nada de short apertado.
- Ótimo. - respondo a puxando para mim e lhe beijando de leve. - Mas vamos ter que fazer um quilo primeiro, assim não tem perigo de passar mal.
- Enquanto esperamos podemos ir ver os quatro dálmatas. - ela sorri orgulhosa, depois fica pensativa e já sei que vai fazer algum comentário engraçado. - Amor, a gente tem que dar um jeito de totalizar esses dálmatas para 101. Quatro é muito sem graça.
Nem consigo registrar muito bem o que ela diz, só sei que ouvi a palavra amor sair de seus lábios e é tudo que importa.
- É maluca para ter cachorros né? – decido fingir que isso é super normal.
- Sim! Eu não tenho nenhum e o Alberto aquele espertinho tem quatro! Muito injusto isso. - ela reclama me fazendo rir. - Agora vamos que eu já terminei e você também.
Assinto tomando um último gole do meu suco e me levanto, juntamos as mãos como sempre fazemos e saímos da mansão.
Passamos na casa de Alberto e é só os cachorros nos verem que eles ficam todos empolgados, pulam e lambem a gente. Pietra faz carinho em cada um, brinca um pouco com eles e depois vamos para o estábulo.
Preparo as celas nos cavalos, ajudo Pietra a subir no Flash e eu subo no meu.
As paisagens são sempre bonitas, tudo muito verde e florido. A tarde passa rápido e quando voltamos para casa já se passa das cinco da tarde. Encontramos Anna sentada em uma das espreguiçadeiras perto da piscina e ela nem nos nota.
Tem um olhar triste e distante. Já penso logo que o tal do Guilhermo fez alguma coisa, e se ele fez ele vai ter que se ver comigo!
- Anna, tudo bem? - Pietra pergunta se sentando ao lado dela, minha irmã se assusta com nossa chega e nos olha confusa, tenta sorrir.
- Sim, eu estou. - ela abraça minha irmã e vejo que segura a vontade de chorar. - Que bom que está aqui.
- Anna, você não está bem, para de fingir e me diz o que aconteceu. - peço sem rodeios, não sei ser de outro jeito agora. Ela me olha, tenta dizer algo mas não consegue. - Anna, esse seu namorado fez algo para você? Melhor não me esconder!
- Não, ele não fez nada, eu juro. - ela se apressa. - Anthony eu só estou com problemas de mulher, só isso.
- Anna...
- Eu juro! Que droga! - ela se estressa se levantando. - Se ele tivesse feito algum mal pra mim pode ter certeza que eu diria! E eu mesma agiria!
Então ela se afasta com raiva e fico sem saber o que fazer. É a primeira vez que ela fala assim comigo.
- Anthony, vou subir para conversar com ela. - Pietra diz ficando de frente para mim, se estica e me dá um beijo leve. - Te amo.
- Isso é tão surreal. - falo antes de puxar ela de volta para mim e beijar seus lábios. Um longo beijo.
Meu coração dispara sempre que ouço ela dizer que me ama,  repetimos isso durante toda a madrugada e a cada vez que escutava ou dizia um "Eu te amo" era como se eu estivesse em um sonho, um sonho muito bom.
Pietra separa o beijo com um sorriso lindo nos lábios, os olhos brilham e ela toca meu rosto.
- Amo você. - conto sem medo e sem reservas, gosto de falar meus sentimentos, vejo que faz bem a ela. - Vou conversar com meu pai um pouco.
Pietra assente e se afasta correndo, toda maluquinha.
Entro na mansão procurando meu pai, quero contar pra ele sobre o tratamento porque se eu não contar ele vai descobrir sozinho e pode ficar chateado.
Gabriela está cozinhando com Amapola e escuto a conversa das duas enquanto subo a escada. Bato de leve na porta do escritório e depois de autorizado eu entro.
Meu pai está lendo uma papelada, ergue os olhos para me olhar e sorri de lado, deixa os papéis sob a mesa e se encosta em sua cadeira.
- Senta filho. - meu pai aponta a cadeira em frente a sua e me sento.
- Pai, eu preciso te contar uma coisa...
- Você está bem? - ele se preocupada, encosta o cotovelo na mesa e me olha atento.
- Sim, estou. - uso meu tom de voz mais confiante, não quero que meu pai se preocupe por nada. - Ontem eu tive mais um pesadelo, o pior de todos pai, muito real e acho que nunca senti tanto medo na vida.
- Sinto muito Anthony. - meu pai suspira fechando os olhos e depois abrindo para me encarar. - Deviam ter me chamado... eu nem ouvi nada, sabe que o meu quarto é longe e...
- Pai, tudo bem, sabe que prefiro que não presencie esses momentos. - aviso um tanto constrangido com o momento, não sei há quanto tempo não temos uma conversa só nós dois ou há quanto tempo entro nesse escritório enorme. - Pietra estava lá, me ajudou e talvez esse momento tenha sido necessário para esclarecer as coisas entre nós.
- Esclarecer? Como assim, estavam com algum problema? Pietra está bem? - gosto de como ele parece se importar com Pietra, meu pai é bem assim mesmo, se importa com os outros.
- Não pai, não tinha acontecido nada, mas eu sentia medo de contar a ela como me sentia, contar sobre meu amor mas na hora do medo, do susto, ela se declarou, contou sobre como se sente, disse que me ama. - sorrio com a lembrança, meu pai faz o mesmo. - Perdi todos os medos de dizer tudo que sinto para ela, entende? Tive coragem de dizer que a amo também.
- Isso é bom filho!  Eu torço muito por vocês, Pietra é uma garota incrível, você é, e por isso combinam tanto. - ele conta enquanto se levanta e caminha em minha direção, se senta na cadeira ao lado da minha e afaga meu ombro. - Seja feliz, com ela ou sem ela. Mas de preferência com ela porque eu sei que esse amor é pra vida toda, dá para ver.
- Eu sinto medo todos os dias de que um dia ela não me queira mais e... e me deixe. - suspiro me sentindo um idiota. - Não sou perfeito, no caminho ela pode descobrir que não sou o que ela imagina.
- Isso eu duvido! A história de vocês é bonita, de superação, eu duvido que um dia possa simplesmente acabar. - meu pai diz sorrindo. - Ela te ama, te ajuda e você ajuda ela, acha mesmo que esse tipo de sentimento pode acabar?
- Não sei pai, tenho medo...
- Medo é normal, todo mundo sente Anthony. Querendo ou não é isso que deixa a relação mais emocionante. - meu pai ri um pouco de mim. - Mas me diz, o que queria me contar era sobre seu medo de perder Pietra ou tem mais alguma coisa ai?
- Era outra coisa no começo, mas essas dúvidas parecem ter me atingido no momento em que entrei aqui e acabei me esquecendo um pouco do motivo real.
- Estou ouvindo. - meu pai se encosta na cadeira e faço o mesmo, me sinto envergonhado de repente, coisa mais boba.
- Pai, depois do pesadelo de ontem eu não consegui voltar ao normal, sentia uma dor no peito e uma falta de ar estranha... eu tentava puxar o ar mas não conseguia. Fiquei desesperado, achei que fosse morrer.
- Quanto mais sentia medo mais ar faltava em seus pulmões, certo? - meu pai pergunta preocupado, me analisa por inteiro.
- Certo. Eu estava apavorado e não conseguia coordenar meu próprio cérebro.  - só de lembrar eu me arrepio. - Pietra foi conversando comigo, foi me acalmando e respirando junto comigo. Ela foi essencial naquele momento, de todos os modos. Talvez se ela não tivesse lá eu poderia realmente morrer por besteira, por simplesmente não conseguir respirar.
- Filho, olha para mim. - meu pai pede aproximando mais sua cadeira da minha,  encaro sua expressão agora séria. - Sei que não vai gostar do que vou dizer, mas depois que me contou isso estou decidido que não vou desistir de te fazer acreditar e querer combater isso. Você teve uma crise. Uma crise gerada pelo transtorno que você nega ter há três anos e que você só vai superar quando fazer o tratamento, terapia...
- Pai, eu sei, tenho consciência desse problema agora, na verdade, olhando tudo que eu já passei pode ser que eu tenha consciência desse transtorno desde o começo, só não achava que um tratamento seria necessário.
- Mas é...
- Não sei se para o meu caso pode ser, se vai adiantar alguma coisa mas eu decidi tentar, decidi lutar contra esse transtorno.  - conto determinado e vejo seus olhos surpresos a me olhar. - O que custa eu tentar, sem cobranças ou pressão? Eu vou dar o meu máximo para superar isso, vou tentar por você, por Anna, por Pietra e por mim. Vou tentar porque não quero deixar de frequentar esse lugar por causa de pesadelos, porque quero pegar aquele jipe lá na garagem e viajar ao lado da minha namorada, porque quero voltar aquela fábrica sem medo ou qualquer receio. Não quero deixar a vida passar na monotonia.
- Isso é demais filho! - meu pai sorri animado, toca meu ombro e vejo que se emociona. - Estou do seu lado Anthony, para o que precisar, posso ir as terapias com você, posso passar por qualquer momento difícil ao seu lado... - ele se levanta e me puxa para seus braços. Me deixo ser envolvido e aos poucos o envolvo. - Estou orgulhoso de você, muito orgulhoso!
Seus braços me acolhendo fazem meu coração se alegrar, receber um pouco de esperança. Tantos anos sem ao menos trocar um abraço rápido com meu pai e agora estou aqui recebendo seu apoio e seu carinho.
Nos afastamos emocionados, meu pai toca meus ombros e me balança de leve. Sorri.
- Obrigado Anthony, obrigado por se permitir a lhe dar mais uma chance.
- Pai, não vai ser fácil, todos esses anos eu ganhei muita insegurança, muito medo e resistência... mudei completamente. Preciso que todos vocês tenham paciência comigo.
- E vamos ter, todos nós. - ele garante sorrindo. - Vamos te apoiar, te dar carinho e amor.
- Obrigado pai.
- O amor muda a gente, e você mais do que qualquer um nessa casa sabe disso. - ele sorri, limpa os vestígios de lágrima e suspira. - Essa garota, Pietra, fez muito por nós, te tirou de um buraco que você mesmo foi se afundando, derrubou os muros que você colocava a sua volta para te isolar.
- Ela me faz querer viver pai, viver intensamente e sem medo. Passei anos da minha vida apenas sobrevivendo, vagando por um loft feio e solitário e ela chegou e mudou muita coisa.
- Mudou. - concorda com um manejo de cabeça.
- Agora acho melhor eu ir pai, o senhor precisa ler toda aquela papelada. - aponto a pilha de papéis e ele assente.
- Anthony, a empresa vai estar a sua espera para quando achar que está pronto para voltar. - meu pai diz e apenas assinto.
- Nos vemos mais tarde, bom trabalho. - falo antes de sair pela porta dupla.
O coração agora mais leve, mais tranquilo e ansioso por mudanças.
Quando entrei naquela sala a intenção não era ter uma longa conversa, era apenas contar sobre minha decisão e deixar meu pai a par de tudo. Mas quando eu vi fui falando tudo que meu coração mandava, fui dizendo tudo que minha cabeça maquinava na hora e não foi ruim, foi bom de um jeito que não achei que poderia ser.
Sinto agora que um laço diferente, mais forte foi criado entre mim e meu pai, que a relação de antes pode ser restaurada e que um dia podemos simplesmente ser felizes, derrubando alguns obstáculos juntos porque a vida é assim, cheia de obstáculos que nunca acabam e tudo bem, a gente supera.
Encontro Pietra e Anna saindo do quarto da minha irmã, as duas sorriem tranquilas agora e me sinto mais aliviado por minha irmã estar melhor. Anna é como Pietra, cheia de vida e bom humor, tristeza não dura muito para elas.
As duas me olham, sorriem sincronizadas e chega a ser engraçado. Anna vem em minha direção com os olhos emocionados e sei que já sabe da grande novidade. Nem sei muito reagir a essa emoção.
- Obrigada. - ela diz me abraçando, eu a envolvo um tanto desajeitado, mas o importante é que estou retribuindo. - Estou feliz e orgulhosa. Vou ajudar em tudo que precisar.
- Eu sei, é uma pentelha intrometida. - tento brincar e ela ri. - Está melhor?
- Estou, era uma coisa boba, já passou! - sua sinceridade me deixa aliviado. - Essa minha cunhada tem bons conselhos sabia?
- Sei. - olho para Pietra e ela dá de ombros.
- Vou montar um pouco, sabe como me deixa mais calma. E Flame já deve estar morrendo de saudades da amiga dele. - ela brinca se referindo ao seu cavalo.
Anna nos deixa acenando e quando estamos totalmente sozinhos Pietra vem até mim.
- Como foi com seu pai?
- Bem, muito bem na verdade. - sorrio satisfeito. - Como foi com a Anna?
- Bem.
- Bem? Só bem? - reclamo da resposta curta.
- Sim! Você viu o quanto ela estava feliz, era coisa de mulher. -  ganho um beijo no rosto. - Deixa de ser curioso que não vou te contar nem sob tortura!
- Nem sob tortura? - pergunto malicioso e me aproximando, ela vai se afastando a medida em que me aproximo, um sorriso divertido no rosto. - Olha que acho que é bem fácil te contradizer.
- Pois saiba que está enganado bonitinho. - ela bate o corpo contra a parede e ri.
- Uhm! Parece que vamos ter que descobrir mais sobre isso. - Eu a pego no colo e ela solta um gritinho engraçado. - Lá no nosso quarto.
- Isso! Resolver assuntos lá é sempre a melhor saída. Aposte isso mas próximas vezes. - ela beija meus lábios enquanto abro a porta do quarto e a coloco na cama. - Minha estrela.
- Meu amor.

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Até amanhã se Deus quiser ❤😙

Duologia: Curados Pelo Amor - Um Novo ComeçoWhere stories live. Discover now