Duologia: Curados Pelo Amor - Um Novo Começo

Capítulo 29

Boa noite! Chegueeeeii 🔥


POV Pietra

- Oi mãe! Estou na casa do Anthony, nem vai acreditar no que tenho pra te contar! - nem espero que ela diga qualquer coisa, já solto minha felicidade de uma vez.

Tenho um namorado cheio de medos mas que é perfeito para mim.

- Pietra, liguei para te dizer uma coisa que não é boa. Recebemos uma notícia ruim há uma hora. - ela respira fundo, a voz transmite uma certa preocupação, nem tristeza, nem alegria. – Marcelo foi baleado a duas quadras de casa. Está morto...

Não escuto mais qualquer coisa que minha mãe está dizendo.

Meus olhos buscam os de Anthony com o susto e vejo quando ele compreende meu olhar. Me conhece mesmo com pouco tempo.

- Mãe, estou indo para casa agora. - aviso sem saber como reagir. Desligo o celular e fico parada, os pés pregados no chão.

Meu tio morreu e eu fico tentando descobrir qualquer resquício de tristeza ou dor, tento investigar na minha alma, no coração... nada.

Sinto pena dele, pena pelo o que fez com a própria vida, pena por ele ter sido um idiota mesmo sem os efeitos das drogas, pena porque ninguém além da minha avó vai realmente sentir sua falta.

Minha avó.

Só de imaginar sua dor meu coração se parte, me faz ficar fraca. Ela sempre o amou como o preferido, mesmo com todos os defeitos, mesmo com a forma que ele a tratava...

Vovó acreditava que ele era frágil, achava isso porque ele a fez acreditar nisso inúmeras vezes, se fazia de vitima e todos os dias era o mesmo teatro.

Anthony não pergunta nada, já sabe o que aconteceu só de me olhar.

Ele caminha para mim e me abraça forte, afaga as costas e percebo que estou chorando. Mas não pelo meu tio mas sim pela minha avó. Parte da vida dela deve ter ido embora com ele e vai ser enterrado a sete palmos do chão.

Todos da família sabiam qual seria o seu final, mas vovó nunca se preparou para isso, mas posso até entender, ela é mãe. Nenhuma mãe está preparada para perder um filho.

- Não é por ele... - conto para Anthony enquanto me escondo na curva de seu pescoço.

- Eu sei. Sinto muito. - ganho um beijo no topo da cabeça. - Vamos pra sua casa. É lá que sua família está?

- Sim.

Anthony me acompanha, não diz nada e fico até aliviada, não tem nada para ser dito.

As lágrimas foram rápido, restou só suas marcas e uma agonia no peito.

- Obrigado. - Anthony agradece o motorista do táxi enquanto lhe entrega umas notas.

Saímos do carro e observamos a rua que hoje está mais agitada do que de costume. Entramos em casa e já posso notar todo o movimento, meus cunhados estão conversando perto da escada e me olham. Eles não dizem nada, ou dizem e eu simplesmente não escuto. Só sigo meu caminho.

O resto da família está na sala, apenas minha avó está chorando no sofá e vou até ela, me ajoelho para tentar de alguma forma consolar sua dor.

Eu a abraço mas acho que sua dor é tão grande que nem percebe muito que sou eu.

Meu pai estampa uma certa tristeza no olhar, não tem lágrimas mas ele ainda sente algo pela morte do irmão.

A noite passa lenta, a madrugada também. Anthony não são sai do meu lado, gosto de que esteja aqui nesse momento, estranho. Estranho.