Capítulo 01

2.7K 178 10
                                    


Alfonso era um homem frio. A vida fora amarga com ele, e ele retribuía agora. Se apaixonara e fora correspondido, amara com toda a intensidade que podia provar... Então Dulce foi arrancada de seus braços. O fruto do amor dos dois sobrevivera... Mas os anos passaram e a menina nunca andou. Alfonso convivia com a dor todos os dias quando acordava, olhava e via a cama vazia, pois Dulce jamais voltaria ao seu lugar. E toda manhã, quando abria os olhos, ele repetia a mesma promessa: Paul pagaria.


Ian: Alfonso? – Chamou, entrando no quarto. Alfonso revirou os olhos, enquanto fechava o colete, em frente ao espelho do banheiro.


Alfonso: Sinceramente, Ian, onde está Katherine? – Perguntou, terminando de fechar o colete.


Ian: Bom dia pra você também. – Disse, irônico – O mensageiro de Christopher está lá embaixo.


Alfonso: Pois que espere. – Disse, apanhando o terno na cama.


Ian: Vai ser problema seu. Só vim passar o recado pois tens a péssima mania de dispensar todos os criados que lhe enviam recados. – Disse, debochado.


Alfonso: Um dia desses demito a tu também. – Ironizou. Ian riu.


Ian: Não sou teu empregado nem teu inferior, Alfonso. Sonha com isso. – Disse, virando as costas e saindo. Ter que lidar com Alfonso pela manhã era cansativo.


Alfonso deixou a cabeça cair pra trás, os olhos fechados, respirando fundo. Ser rei não era um conto de fadas, muito menos quando se está em guerra. Ele precisava do apoio de Christopher. Conseguira o de Ian recentemente, fato que fez o mesmo se hospedar com a esposa, Katherine, em seu castelo. Mas a quantidade de homens e armas que Christopher possuía seria o cheque mate nessa briga, e ele finalmente teria sua vez com Paul... Mas ele queria ir logo a ação. Dezenas de homens já haviam morrido em sua espada, mas nenhum deles era o que ele queria. A burocracia o entediava. Por fim ele apanhou o terno na cama, vestindo-o, e saiu.


---*


Anahí: Meu Deus... – Rogou, cansada.


Anahí havia cavalgado a noite toda, a galope. Não podia ser seguida, e quando o dia nascesse já queria estar no lugar de espera. Amanhecera e ainda não conseguira sair da floresta. Estava cansada, com sede, suas mãos ardiam pelas correias do cavalo...


XXXX: Tem alguém ai? – Perguntou, a voz vindo de longe. Anahí parou o cavalo, os olhos azuis assustados procurando por alguém.


Ela desceu do cavalo o mais silenciosamente que pode, então desatou a correr. Após um tempo a sapatinha que usava começou a ceder, seus pés doíam em contato com as pedras dentro do mato. Não olhou pra trás nenhum instante. Já era mais de meio dia e ela achava que ia morrer. Não conseguiria. Tropeçara várias vezes, caíra outras inúmeras, chovia... E finalmente ela viu: A cerca de homens fortemente armados, bloqueando a passagem. Chegara a fronteira. Ela, cansada, ofegando, se deixou cair sentada no chão molhado, encostada em uma arvore, e esperou que seu destino a salvasse.

Just One More About LoveWhere stories live. Discover now