Thirteen

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A cama de Baek era macia, eu me deitei o mais afastada dele possível, encarei o teto, ainda estava agitada e com medo. A cada vez que fechava os olhos via aquele homem a segundos de me sufocar.

Baek se remexeu na cama abafando um som de dor. Depois daquele soco, eu duvidava que ele fosse se recuper totalmente em menos de duas semanas.

— Não está com frio? — Ele murmurou jogando uma ponta do lençol.

— Não muito. —  Eu me cobri.

— Vou ensinar você a lutar. —  Sua voz estava baixa e calma. —  Assim que me livrar dessa dor infernal.

O que não seria tão cedo.

— Não acho que serei muito útil num combate. — Confessei.

— Vai ser, quando eu acabar. —  entreabriu os olhos. — Você tem uma boa altura e se bem treinada pode ser ágil.

Nunca me imaginei entrando num combate corpo a corpo com ninguém. Apenas pensar em lutar me dava arrepios, eu era fraca e covarde demais para lutar.

Apertei os olhos fechados, uma parte de mim morreu junto com a minha mãe, ou pelo menos estava trancada tão fundo, que eu não conseguia resgatar. A Suzy que sonhava com viagens pelo pacífico, que usava coturnos e mal via a hora de ter uma moto, tinha sumido.

Eu tinha me tornado aquela coisa solitária e colecionadora de camisas fofas. Nada contra bolinhas e laços, mas anos atrás, não era assim que eu me imaginava aos 22 anos.

— Acha que consigo ser boa de verdade?

— Acho, mas vai levar tempo. — A voz dele estava sonolenta.

***

Eu acordei com os resmungos de Baekhyun. Me sentei esfregando os olhos, ele estava recostado na cama.

Ele trincou o maxilar ao fazer força para se sentar corretamente e soltou o ar como se respirar fosse uma tortura.

— Bom dia. — Eu sussurrei me levantando.

— Bom dia. — Ele parecia ranzinza e dolorido. —  Preciso de um favor seu.

— Conte uma novidade. —  debochei enquanto prendia meu cabelo.

— Está ficando muito soltinha, eu não te dei essa liberdade toda. —  Seus olhos se encontradam com os meus. — Preciso que pegue meu remédio e aqueles adesivos pra dor muscular.

— Primeiro: pare de falar como se fosse meu dono. — Cruzei os braços. — segundo: eu não sei onde guarda os adesivos.

— No armário do banheiro.

Peguei o remédio de Baek e os adesivos, levantei a camisa dele e pus o sobre a mancha roxa que depois de ontem tinha se tornado um pouco maior.

— Vou para casa, preciso tomar banho.

— Pode voltar depois. —  Eu ergui uma sobrancelha. — Por favor.

— Tudo bem, mas tente continuar sem ser grosseiro.

No momento ele precisava e muito de mim ajuda, então o mínimo que podia fazer é ser educado.

— Você fala como se eu fosse um ogro. — Rolou os olhos.

— Você é quase isso. — Murmurei por sobre o ombro antes de sair do quarto.

Para o meu alívio, não encontrei com ninguém ao sair do apartamento de Baek. Tomei banho e aproveitei para lavar os cabelos. Vesti uma leggin cinza e uma camisa branca comprida.

Sequei meus cabelos, me olhei no espelho, parecia cansada, Baekhyun estava acabando comigo.

    Quando voltei para o apartamento dele, o encontrei sentado num sofá com uma tigela em mãos.

   — É arroz. —  ele disse me encarando. —  Ainda tem na panela, frita um ovo pra você.

   — Que ótimo cozinheiro. —  provoquei.

  — O que espera que eu faça quando até respirar dói?

  Ficar quieto já seria um bom começo.

   — Calma, senhor emburrado. —  dei um risinho enquanto seguia para a cozinha.

    Me servi e comi em silêncio. A única vantagem em Baek estar ferido, era que ele para de ser um louco que gritava demais. Me perguntei até quando aquilo iria durar, enquanto lavava as tigelas desejei  que ele não voltasse a me intimidar.

   — Chanyeol está vindo. —  desviou os olhos do celular. — Lhe contei sobre ontem.

  — O  que ele disse?

   — Que iria quebrar a minha cara se você tivesse se machucado e que precisávamos ter cuidado.

  — O Minseok também vem? — Sorri esperançosa.

   — Não sei. —  deu de ombros. — Faz alguma diferença para você?

  —  Ele me trata feito gente, diferente de certas pessoas. —  Sorri cínica. — gosto de conversar com ele."

   Baek voltou a encarar o celular, ele não estava de bom humor, então achei melhor acabar com as provocações. Não sabia qual era o problema dele, parecia ser difícil me tolerar no entanto ontem, enquanto ele cambaleava até mim e me segurava pelos ombros, vi um lampejo de preocupação em seus olhos.

     Quando se levantou do sofá, foram precisos alguns segundos apenas respirando para que ele voltasse a andar e eu observei com medo de que Baek fosse acabar caindo.

    — Precisa de ajuda? — Fiz menção de me levantar mas ele negou.

  — Eu consigo ir ao banheiro sozinho.

   Voltei a encarar meu celular, sabia que Baekhyun não merecia, mas meu coração se apertou ao vê-lo daquele jeito.

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Chanyeol está a caminho

Tem muita coisa em jogo

Knock Out 《Baekhyun 》Where stories live. Discover now