Knock Out 《Baekhyun 》

Twenty seven

    Cada passo que eu dava dentro daquele local me fazia tremer. Baek não parava de dizer que tudo ia ficar bem, mas algo dentro de mim dizia que não.

     O local estava cheio, mas tudo parecia calmo, uma frieza assustadora pairava no ar. Kai colocou a mão em meu ombro fazendo sinal parar eu continuar andando e eu apenas obedeci.

   — Agora eu vou lá me trocar — Baek parou de frente para mim —  não importa o que aconteça, não saia de perto dos garotos e se o Minseok mandar, vá embora com ele.

  —  Você quer mesmo fazer isso? — Eu precisava tentar uma última vez —  pode desistir.

   — Eu já mandei você ficar quietinha — me olhou de cima a baixo adotando um tom ríspido — vai me esperar como a boa garota que você é, entendeu?

  O quê?

  —  Baek...

  — Vá para o seu lugar —  colocou a mão sob meu queixo, erguendo meu rosto. O que estava acontecendo? — Não tenho tempo para seus caprichos agora — foi aí que eu vi a mulher ruiva nos observando. Ele estava fingindo — quando acabar, eu vou recompensar você.

  Continuou me olhando firme e decidi entrar na jogada.

  — Vai mesmo, oppa? — Eu forcei uma voz enjoada quando me soltou.

   — Vou, agora me deixe em paz.

   A ruiva se aproximou, suas longas unhas tocaram o ombro de Baek. Era linda, mas algo naquela mulher... algo estava muito errado ali. Tinha longos cabelos tingidos de ruivo, usava um grande anel na mão esquerda, suas roupas eram apertadas, o vestido preto continha um decote bem chamativo.

  — Vejo que veio, Baek — recolheu a mão, aquela voz me dava arrepios. Era como o canto de uma sereia assassina — e quem é essa?

  Fiquei parada, deixaria Baek seguir com seja lá qual fosse o plano dele.

   —  Eu a chamo de kitten, não se importa não é? — soava tão rude, que eu me precisava me lembrar de que era só encenação — ela é ótima, quando está calada.

  — Faz um tempo que eu te vejo com ela por aí — os olhos malignos focaram em mim — está gostando demais do brinquedinho. Mas você sempre cedeu pra primeira coisa que abrisse as pernas.

   Seu sorriso aberto parecia mais uma ameaça. Ela me analisava de cima a baixo, os dedos de unhas longas se movendo enquanto gesticulava me fizeram perguntar se imaginava como seria me desfigurar com aquelas garras.

    —  Ela está apegada em mim, mas eu já disse que só posso oferecer uma coisa — passou a mão por meus lábios de uma forma bruta —  você sabe de tudo não é, kitten? Agora tire essa bunda bonitinha da minha frente.

     —  Preciso checar meu lutador — foi tudo o que ela disse antes de se afastar.

  Meu coração se apertou, era tão irônico Baek ter chegado tão perto da verdade quando só queria enganá-la. Tudo que eu seria era um brinquedo, por mais que ele não admitisse.

    Eu e os garotos achamos um local onde era possível ver bem o ringue. Jinnie parecia o mal em forma de gente, por trás daquela beleza, era como se algo de ruim estivesse presente.

  Ela subiu no ringue, tinha um microfone em suas mãos.

   — Nessa noite, eu quero lhe mostrar  o começo de uma nova era — sorriu passando a mão pelo vestido — uma em que homens podem se tornar tão fortes quanto deuses. Lhes apresento meu mais novo lutador, Jung Nam.