Fifty eight

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    —  Olha isso — Baek me entregou um jornal.

   Na manchete estava escrito: cientista presa por pesquisas e testes que colocam em risco a humanidade.

   Jinnie iria passar um bom tempo na prisão e eu esperava que dessem um jeito nela.

  — 40 anos? — Deixei o jornal de lado —ela  devia ficar lá para sempre.

   — Espero que ela pague por tudo. — passou a mão nos cabelos — mas agora nós temos algo a fazer.

  — Você não vai mudar de ideia mesmo? —  Suspirei.

   A memória dele estava quase de volta ao normal e tínhamos recomeçados os treinos.
  
   — Não, é minha despedida — sorriu pegando sua mochila — e eu quero sair disso com estilo.

    Era a última luta de Baek, eu tinha medo de que algo desse errado mas ele tentava me convencer de que nada aconteceria. Uma parte minha ficava aliviada em saber que ele nunca mais se arriscaria em lutas clandestinas mas a outra sabia o quanto Baek sentiria falta dos ringues.

     Peguei minha jaqueta e me levantei. Baek tinha vendido o carro para ajudar a pagar o que devia a Boseon e agora tinha uma moto.

   Durante todo o caminho,  me mantive agarrada a ele. Da última que esteve naquele ringue as coisas não acabaram muito bem para nós.

    — Eu vou me trocar — me beijou rápido — procure os garotos.

   Achar Lilo foi fácil, aquele cabelo azul se destaca em qualquer lugar. Os meninos estavam todos ali, Minseok parecia estar completamente recuperado.

   — Você parece tensa —  Kyungsoo me encarou.

  —Tenho medo de que ele se machuque.

Nunca se sabe quando alguém decidiria trapacear e colocar a vida do outro ainda mais em risco.

  — O Baek vai ficar bem.

   O torneio já não me dava mais medo, eu tinha me acostumado ao local e aquilo me impressionava. A primeira vez que entrei ali, achei que ia ser devorada viva, mas agora parecia estranhamente confortável, apesar da preocupação com Baek.

   — Eu acho que ele vai sentir falta disso aqui, de todos apostando nele —  Kai ajeitou a gola da camisa preta.

  — Talvez, mas acho que o Baek quer um emprego mais seguro.

   — Por que ele não quer por você em risco — Chanyeol falou e Lilo lhe deu uma cotovelada.

  —  Vocês falam demais! — Lilo bufou.

   —Tem algo que eu deveria saber?—  Estava começando a ficar tensa.

  —  Agora que  começou —  Lilo encarou Chanyeol —  termine.

  Chanyeol se encolheu como uma criança que acaba de levar bronca. Eu já estava começando a ter medo do que viria a seguir.

  — O Baek ama lutar. O que ele não gosta é de estar preso ao Boseon, mas se ele pudesse lutar por conta própria, faria isso — Chanyeol parecia estar falando com cuidado — no entanto, ele ama você e acha que toda essa história de luta clandestina, pode te por em risco.

   — Eu pensei que ele ia parar porque queria.

Por semanas ouvi Baek falar sobre como teríamos uma vida nova e que as incertezas do ringue ficariam para trás.

   — Ele quer ter uma vida segura com você  — Lilo sorriu fraco.

  — Eu sugeri te ensinar a atirar, mas o Baek quase voou em mim, quando mencionei você e arma na mesma frase — Kyungsoo deu de ombros — parece que ele não vai mudar ideia.

   —  Vou conversar com ele depois — suspirei.

   Eu já estava enfiada naquela vida até o último fio de cabelo. Se Baek queria continuar lutando, eu apoiaria aquilo, desde que fosse mais seguro. Pensar em ter uma arma ainda me assustava um pouco, não queria machucar ninguém.

Baek subiu no ringue junto com o adversário, as pessoas em volta vibravam e eu sorri. Ele era bom naquilo, o modo como sem movia, ágil e sem piedade.

  Amava o Baek doce e gentil, mas também era louca por aquele lado cretino dele, pelo Baek que me dizia coisas inapropriadas e fazia o meu corpo inteiro se arrepiar. Não se pode escolher qual parte amar, e eu tinha escolhido aceitá-lo por inteiro, até mesmo as partes mais sombrias.

    Eu gritei quando o vi nocautear o oponente e corri na direção da saída do ringue. Baek pressionava uma toalha contra um ferimento no rosto e sorriu quando joguei meus braços a sua volta.

  — Você quase me derrubou — ele riu passando o braço livre a minha volta.

   — Eu amo você — soltei o ar me afastando — você inteiro. E se quiser continuar lutando, eu vou entender.

   Baek franziu o cenho, ele provavelmente não queria que os garotos tivessem me contado.

  — O Chanyeol disse, não foi? — Seu tom se tornou chateado.

  — Disse, mas tá tudo bem — moldei seu rosto com as mãos, ele precisava de um curativo — não precisa parar por minha causa.

Aprenderia a lidar com a apreensão de vê-lo lutar, podia conviver com isso se fosse fazer Baek feliz.

  — Eu não quero por você em risco, não quero que se preocupe...

  —  Não sou mais a garotinha assustada. Agora eu sou forte, Baek — sussurrei fazendo-o engolir em seco — sei me defender.

  — Você sabe que essas lutas  são ilegais, não sabe?

   —  É claro que sei — rolei os olhos — me apaixonei por um criminoso. 

  — Você é imprevisível — Baek riu acariciando meu rosto — agora preciso mesmo lavar o rosto, volto rápido. 

   — Tudo bem, lutador, estarei aqui.

    Observei enquanto ele caminhava em direção ao banheiro. Conhecer Baek foi como ser nocauteada, mas aquela sacudida me fez acordar e para ser sincera eu gostava muito mais dessa nova Suzy.

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curiosidade: minha irmã botou o nome da cachorra dela de Lilo


Knock Out 《Baekhyun 》Where stories live. Discover now