Forty Six

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   Baek queria vomitar, não ia se perdoar pelo que tinha feito, Suzy não ia perdoá-lo pelo que tinha feito. Tentou fugir de Jinnie, fez todo o esforço possível para evitar mas parecia impossível. Talvez ela tivesse colocado algo na bebida dele, ou talvez ele estivesse tão desesperado a ponto de apenas aceitar tocar nela.

   — Onde está indo? —Jinnie questionou ainda enrolada nos lençóis.

  — Preciso de um banho — foi tudo o que Baek disse saindo da cama.

  — Não demore — os cabelos ruivos caiam sobre seu ombro.

    O quarto de Jinnie era enorme e tinha uma suíte. Baek pegou suas roupas espalhadas pelo  chão e seguiu para o banheiro.

    Trancou a porta, Jinnie tinha lhe arranjado roupas, a maioria inteiramente pretas e confortáveis. Ligou o chuveiro, precisava tirar aquele cheiro de seu corpo, precisava fazer algo para não enlouquecer.

   As lágrimas vieram sem aviso, Baekhyun simplesmente se pegou chorando silenciosamente enquanto ensaboava o corpo.

   Queria sua vida de volta, queria Suzy em seus braços dizendo que o amava.

  — Ela nunca vai me perdoar — sussurrou encostando a cabeça a parede — nunca vai aceitar o que fiz.

   Baek tinha sacrificado tudo, apenas para garantir que todos ficariam vivos.

   Quando saiu, Jinnie ainda estava acordada, o corpo envolto apenas num roupão de cetim.

   — Se importa de dormir aqui? —  O olhar era inocente, mas a maldade exalava de seu corpo — não quero me sentir sozinha.

   Ela queria Baekhyun ali, bem perto, onde seus olhos podiam ver e ele não poderia fugir.

   Baek apenas assentiu, a ideia de matá-la enquanto dormia nunca pareceu tão tentadora, mas caso o fizesse, os seguranças de Jinnie não o deixariam escapar.

  — Boa noite — ela o selou — melhor se acostumar com seu novo lar.

   Suzy pov

Eu estava me sentindo miserável, me enfiei sob os lençóis da cama, após tomar um remédio para cólica e pegar um enorme pedaço de bolo. Por um lado eu estava muito feliz por não estar grávida mas por outro eu queria chorar, já que nunca teria a oportunidade de ter uma família com Baek.

  Ele estava preso aquela louca e eu estava trancada em meu apartamento, degustando cada pedacinho da dor e do sofrimento.

    Meu celular apitou, era uma mensagem de Minseok.

  Seokie: como você está?

Sobrevivendo e você?:Suzy

Seokie: me sinto melhor, mas ainda tenho dor de cabeça.

Quando vai voltar pra casa?:Suzy

Seokie: amanhã.

Posso ir te ver?:Suzy

Seokie: pode, eu adoraria.

  Era bom ver que ele estava melhorando e que o sacrifício de Baek não foi em vão.

   ***

   A casa de Minseok era pequena, mas muito bem arrumada. Ele tinha um tapete marrom que combinava com o sofá, e o relógio amarelo com olhinhos era fofo.

   Ele ainda vacilava ao andar e continuava tomando remédios, mas parecia melhor do que antes.

   — Você quer chá?

  — Não  — sorri fraco me sentando próxima a ele.

No momento o nó em minha garganta impedia que ingerisse qualquer coisa. Pensei que seria mais fácil encarar Minseok mas vê-lo me lembrava do porque Baek se foi.

   — Já faltei o trabalho dias demais — suspirou — preciso voltar logo.

  — Você nunca me disse com o quê trabalha. 

Sempre que via os amigos de Baek eram em situações longe do cotidiano normal, o que me fazia esquecer que fora de toda aquela loucura eles possivelmente viviam uma vida normal, nem que fosse apenas de fachada.

   — Finanças, sou contador numa empresa.

  — Nunca te imaginaria com um emprego desses.

  — O que acha que combina comigo? — ele se esticou no sofá.

  —  Você tem cara de médico — dei de ombros — pelo menos eu acho.

Suas mãos gentis e fala calma com certeza agradariam os pacientes, Minseok parecia alguém inclinado a cuidar das pessoas, me perguntei se alguém cuidava dele.

   —  Acha o quê? — me encarou confuso.

  — Que você tem cara de médico.

  —  Ah —  parou por uns segundos com o olhar distante — eu não consigo me lembrar do que estávamos falando antes.

   Maldita Jinnie, ele agora tinha esses  lapsos estranhos de memória. Torcia para que logo fossem passar, um arrepio me percorreu ao pensar no que Baek poderia estar sofrendo nas mãos dela.

  — Era sobre seu emprego —  sorri tentando não mostrar preocupação.

   — E você trabalha com o quê?

  — Estou desempregada, mas cursei administração.

   Continuamos conversando até que ele cochilou, eu apenas me levantei silenciosamente e fui atrás de uma vassoura.

  A casa estava um pouco bagunçada, então  arrumei, lavei os pratos e até botei para lavar as roupas que estavam no cesto. Já estava escurecendo quando Minseok acordou, os remédios deviam estar deixando-o sonolento.

  — Aigo, por quanto tempo eu dormi? — Me encarou.

  — Duas horas — coloquei o último copo no armário — Você se incomoda por eu ter mexido nas coisas?

Parando para pensar talvez sair arrumando a casa dele sem avisar não fosse uma boa ideia, MInseok talvez não gostasse que mexessem em suas coisas.

  — Não, obrigado por arrumar.

   — Você ainda não está bem, eu só queria ajudar — pus uma mecha de cabelo atrás da orelha.

  — Quer ficar para jantar? — Se apoiou a mesa — eu conheço um ótimo restaurante, eles entregam em casa.

  — Tudo bem, contanto que não seja muito apimentado.

  — Você vai amar. —  sorriu, mas então parou e suspirou encarando a tela do celular. — Eu não consigo lembrar o número. 

    — Você deve ter salvo o número nos contatos.

  — Deixe-me ver —  ele encarava a tela.  — Aqui, achei.

  Minseok fez o pedido e eu apenas conseguia pensar que seria péssimo se sua memória não voltasse  ao normal.

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Baek não aguenta mais

Minseok tá com problemas

Knock Out 《Baekhyun 》Onde as histórias ganham vida. Descobre agora