Fifty six

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   — Você está melhor? — afaguei os cabelos de Baek.

   Ele já estava em casa a dois dias, ainda continuava sonolento e com dor de cabeça.

  — Sim, o remédio já fez efeito — me encarou.

   Baek estava deitado com a cabeça em meu colo, eu não conseguia evitar ficar preocupada, as vezes acordava de noite apenas para checar se ele estava respirando. Levaria um bom tempo até que parasse de achar que o perderia novamente.

  —  Amanhã eu tenho que trabalhar até mais tarde  — acariciei seu rosto — vai ficar bem sozinho?

  — Vou, quer dizer que a minha namorada agora é uma chefe de setor administrativo?

No tempo que ficamos afastados algumas coisas mudaram e não tê-lo para ver cada novo progresso doeu.

  —  Muito eficiente por sinal. Espere até ver como eu fico linda de saia lápis e blusas de cetim.

   —  Você fica linda até sem roupa.

   — Idiota —  ri apertando suas bochechas entre meus dedos — eu tenho tantos relatórios pra analisar. Não quero nem pensar nisso.

Ficar cansada de tanto revisar relatórios ainda era melhor do que deixar minha madrasta me humilhar por uma mesada.

  — Eu preciso te contar algo — sentou — eu me lembrei do que a Jinnie disse antes de me apagar.

  — O quê?

Evitei tocar no assunto do que aconteceu no tempo de Baek longe, o hospital o encaminhou para uma psicologa e eu esperava que ela o ajudasse a superar as coisas que viveu.

  — Foi ela que matou a Nami — ele engoliu em seco — mandou que matassem, tudo porque sabia que Nami não ia desistir de mim.

    Jinnie era cruel, eu não podia acreditar que uma garota como Nami, morreu apenas por um capricho de alguém tão desprezível.

   — Que horror, eu sinto muito — apertei sua mão.

   —  Ela precisa ser presa, por tudo que fez, por..—   me encarou confuso — o que eu estava falando?

   — Que a Jinnie deveria ser presa — eu suspirei — mas agora acho que você deveria descansar.

   — Não estou com sono" passou a mão pelos cabelos.

   — Pare de mentir, você nem dormiu direito a noite — eu rolei os olhos — nem tente me enganar. 

Baek ficava se mexendo de um lado pro outro boa parte da madrugada até finalmente cair no sono.

   — Só um cochilo" protestou enquanto se levantava — não me deixe dormir demais.

   ***

    Eu estava terminando de secar meu cabelo, tinha aproveitado que Baek estava dormindo para ir tomar banho. Ainda me sentia ansiosa a cada vez que estava longe dele, precisava me lembrar a todo momento de que Baek estava seguro e ninguém iria machucá-lo novamente.

    Desliguei o secador e dei uma última ajeitada no cabelo, peguei uma bolsa com minhas coisas e segui para o apartamento de Baekhyun.

   Ouvi o barulho do chuveiro, sinal que ele já havia acordado.

  — Eu vou fazer o jantar  — disse próxima a porta do banheiro.

  —  Ok, já estou saindo — ele gritou de volta.

   Eu gostava de cozinhar, mexer com temperos e fazer combinações. Minha mãe era uma ótima cozinheira, talvez eu tenha pego esse hábito dela.

   Fiquei parada encarando o armário, enquanto decidia o que fazer. Resolvi que o jantar seria kimbap com outros acompanhamentos.

   — Você faz isso parecer tão fácil — Baek me pegou de surpresa enquanto eu enrolava o kimbap.

   Os cabelos dele estavam úmidos, o pijama de moletom azul parecia confortável e sua pele tinha um tom mais corado.

   — Não é difícil, é só questão de prática — cortei o primeiro pedaço — experimenta.

   Ele mastigou em silêncio, pela cara não devia estar ruim.

  — Está muito bom, porque parece que agora você cozinha melhor que antes?

  — Quando você estava longe, apesar de não ter fome, eu cozinhava para me distrair —  mordi o lábio — acho que melhorei minhas técnicas. 

   — Você deveria mesmo pensar em abrir um restaurante. 

   —  Eu iria precisar de dinheiro, muito. Não quero pedir ao meu pai.

Abrir um restaurante exigia muitos gastos, precisava ter grana o suficiente para cobrir pelos menos três meses fora toda a despesa com reformas e utensílios.

  — Pode começar com algo pequeno  — Baek sugeriu pensativo — nós podemos ser sócios. 

  —  Pensei que você devia dinheiro ao Boseon.

    — Ele fica com uma porcentagem de cada luta, já que eu preciso me sustentar também — Seus olhos estavam fixos em mim — mas eu tenho um dinheiro guardado, fiz as contas. Se eu vender meu carro, me mudar para uma área mais barata e ganhar mais três lutas, eu me livro do Bonseon.

 — Aí você vai ficar sem nada — me virei deixando a comida de lado.

  — Não, eu uso parte do dinheiro do carro como pagamento e compro uma moto.

  —  E você vai viver de quê? — Cruzei os braços — porque empregos não caem do céu. 

 —  Vou arranjar alguma coisa honesta, eu prometo — seu tom me acalmava — nada de coisas ilegais dessa vez.

   — Meu emprego paga uma quantia razoável, talvez se eu economizar por dois anos, consiga abrir um bistrô.

   Fazer planos para o futuro era animador e ao mesmo tempo incerto. Eu e Baek tínhamos tanto para fazer e eu gostava de pensar que estávamos apenas no comecinho das nossas vidas.

   — Dois anos é muito tempo — fez biquinho apoiando o rosto na mão — mas se for com você, eu posso esperar.

  — Eu vou te fazer provar todos os pratos — sorri animada — você  vai ficar igual um gato gordo.

   — Eu te faço treinar para compensar. 

   — Mal posso esperar.

O futuro já não parecia assustador.

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Cheios de planos...


Knock Out 《Baekhyun 》Onde histórias criam vida. Descubra agora