Knock Out 《Baekhyun 》

Seventeen

   Eu acordei ofegante com Baek me sacudindo, olhei em volta tentando me lembrar de onde estava. Devia ter apagado no sofá da casa dele depois de beber até perder a conta.

Minhas bochechas estavam úmidas, eu tinha chorado e provavelmente acordado Baek. Tive um pesadelo, eu era torturada por uma mulher com o rosto coberto por uma máscara, eu implorava que parasse mas ela apenas continuou.Ultimamente, pesadelos não eram novidade, vez ou outra eu despertava assustada, no entanto nada comparado com o último.

   —  Você estava gritando e se debatendo. — Baek me soltou. — Pensei que alguém tivesse entrado aqui, que tinham pego você. 

   Seu cenho encontrava-se franzido, os olhos me estudavam, checando talvez o meu bem estar.

   — Tive um pesadelo. —  Me encolhi no sofá. — Uma mulher me torturava.

   — Eu sei que toda essa história é assustadora —  Sentou ao meu lado no sofá. —  mas tenta manter a cabeça no lugar, não pode deixar o medo ser maior que você. 

  Falando parecia muito fácil, não é como se eu possuísse um botão para desligar minhas preocupações, manter a cabeça no lugar, tornava-se muito mais difícil quando a todo momento eu era lembrada de que coisas terríveis poderiam me ocorrer.

  —  Você mesmo disse, que me matar seria um ato de misericórdia perto do que...

  — Eu sei. — Pôs uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. — Mas vamos pensar que a Jinnie nunca vai te ameaçar e continuar com os treinos.

 O que deu nele? Baek não costumava ser tão gentil, principalmente se tratando da ameaça que a tal Jinnie representava.

   — Eu tenho medo do que pode acontecer. — Abracei meus joelhos, apoiando a cabeça sobre eles. — Estou me esforçando nos treinos mas, leva tempo até ficar boa de verdade.

  Mesmo que me dedicasse aos treinos, não me tornaria uma grande lutadora do dia para noite. Esse tipo de habilidade requeria tempo, levariam meses até que eu pudesse me defender sozinha.

  —  Daremos um jeito nisso. — Sorriu fraco. — Agora tente dormir de novo.

   Baekhyun se levantou, sumiu indo em direção ao quarto e logo voltou com um lençol azul em mãos.

  — Obrigada. — Eu me enrolei no tecido macio, estava cansada. — Eu deveria ir para casa.

Hesitação tomou seu semblante, as mãos escorregando para dentro dos bolsos do pijama.

   — Fique aqui, se for para casa, eu não vou saber caso tenha outro pesadelo. — Engoliu em seco.

   —  Boa noite, Baek. — Bocejei.

  — Boa noite, kitten.

  ***

   Dessa vez eu acordei com o barulho do liquidificador, já havia amanhecido e eu precisava trocar de roupa para ir treinar. Parei na entrada da cozinha, Baekhyun tinha acabado de se servir com o conteúdo do liquidificador.

  — É vitamina de banana, quer? — Encheu um copo.

  — Aceito, preciso ir me trocar e ir para o treino.

    Baek me entregou um copo de vitamina  de banana e eu bebi a metade no primeiro gole. 

   — Quer uma carona? Eu vou resolver umas coisas no centro da cidade.

  — Ainda não deveria dirigir. — Bebi o resto da vitamina e deixei o copo sobre a pia. — Não é porque consegue fazer coisas mínimas, que está curado.

  Suas lesões melhoraram o suficiente para que andar não parecesse um problema, isso não significava que ele podia sair fazendo o que bem entendesse.

  — Eu posso aguentar um pouco de dor —  teimoso. —  e vai ser rápido. 

  — Eu dirijo para você. — Cruzei os braços. — Depois do treino eu passo para te buscar.

   Então ele fez aquela cara emburrada  e passou a mão pelos cabelos. Baekhyun era teimoso e por vozes eu me sentia tentando educar uma criança birrenta.

   — Tudo bem, mas não precisa me tratar como um doente terminal.

  — Preciso te lembrar do tanto de remédios que você tomou, ou das vezes que ficou tremendo por se esforçar demais? — Ergui a sobrancelha e ele engoliu em seco. — Achei que não. 

  Eu saí para me trocar, vesti um short de moletom com bordas rosa, e uma regata cinza, calcei meus tênis de corrida e voltei ao apartamento de Baek.

   Ele estava usando calça jeans e uma camisa azul marinho listrada. Eu o levei até o centro da cidade e o deixei em frente ao banco, talvez ele fosse sacar dinheiro.

   ***

  —  Só mais cinco. — Kai disse enquanto mantinha meus pés presos sob os dele, eu já tinha  feito muitas abdominais.

  — Eu não aguento mais. — Murmurei ofegante enquanto erguia o corpo mais uma vez e batia em suas mãos.

  Meu corpo parecia estar pegando fogo, suor escorria por minha testa e minha barriga queimava a cada novo movimento.

   — Agora só faltam quatro. — Ele mantinha a mão numa altura que eu alcançasse.

   Pensei enquanto eu precisava sobreviver tentando me motivar. A cada novo movimento eu sentia meus músculos queimando.

   — Pronto. — Kai sorriu quando eu bati em sua mão uma última vez. — Vá tomar uma água.

   Eu deveria estar muito fora de forma, por que enquanto Kai facilmente corria 40 minutos na esteira. Em 15 eu já estava colocando os pulmões para fora.

  Bebi água até sentir meu estômago cheio, eu estava exausta e não via a hora de chegar em casa, tomar um banho e deitar.

   — Me empresta por favor seu celular para ligar para o Baek? — Me encostei a parede. — Tenho que buscá-lo mas não sei onde está. 

   — Tudo bem.

  Kai me entregou o celular no contato de Baek e eu liguei.

  — Alô. — A voz dele soou calma.

  — Sou eu, Suzy. Onde você está?

  — Numa loja de eletrônicos em Myeongdong. — Tinha barulho de carros ao fundo. — Eu vou te esperar na esquina.

  — Ok.

  Devolvi o celular para Kai e murmurei um tchau, antes de sair. Segui para o endereço que Baek havia falado e o encontrei com uma sacola em mãos.

   — Pelo visto o treino foi pesado. — Ele disse enquanto colocava o cinto.

  — Ou eu que não aguento nada. —Dei partida no carro.

  —Comprei câmeras e umas coisas de segurança. — Comentou deixando a sacola sobre o colo. — Vamos testar assim que puder.

   —  Brincando de espião? —Sorri.

  —  Preciso garantir que a Jinnie ficará longe.

  —  Apenas falar dela me dá arrepios. — Diz uma careta.

   — Eu também comprei uma coisa pra você. — Me encarou.

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Baek finalmente mostrando um lado legal.

Suzy vai ter que ralar muito pra aprender a se defender.