Neil Melendez (Cute)

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Titulo: Formalidades Passadas

Imagine: Imagina que foste parar ao hospital e não querias lá ficar então saíste a correr pelos corredores e o único que conseguiu te apanhar foi o Dr. Melendez.

Avisos: Nenhum


Sabia que algum dia os danos poderiam ser demasiado grandes para não poderem ser concertados com apenas alguns pensos e compressas, mas nunca imaginei que o sentimento de terror fosse tão grande ao voltar a entrar por aquelas portas grandes de vidro que dão lugar à receção.

Há muitos anos tinha vindo ao hospital, quando a minha mãe tinha ficado doente e se encontrava em estado critico. O dia em que entrei por aquelas portas uma enfermeira veio ter comigo e deu-me as terríveis noticias de que a minha mãe não tinha sobrevivido, desde então tento evitar hospitais a todos os custos.

Depois da morte da minha mãe o meu pai nunca mais foi o mesmo usando o álcool como refugiu e a violência como a única satisfação que poderia ter na vida. Ele sempre tentava manter os danos reduzidos, mas desta vez a raiva fora maior e acabou usando uma garrafa partida contra mim fazendo um corte profundo no meu abdómen. Quem me encontrou horas depois foi a minha melhor amiga e sem pensar duas vezes chamou uma ambulância.

Agora estou aqui no mesmo lugar que simboliza tanta dor para mim tentando desesperadamente agarrar a minha vida. Passei um dia em coma devido à grande perde de sangue e quando finalmente despertei fui confrontada com um monte e perguntas que apenas me deixaram mais nervosa. Completamente em pânico saltei da cama, assim que as enfermeiras viraram a cara por uns minutos, ignorando a dor que passava pelo meu abdómen e desatei a correr pelos corredores infinitos deste hospital.

Escapei muitas das vezes e quando pensava que estava finalmente livre para sair dali uns braços fortes e trabalhados rodearam cuidadosamente a minha cintura aprisionando contra o seu corpo.

- Não devias andar fora do teu quarto. – Terror passou pelo meu corpo.

- Eu quero sair daqui e vou começar a gritar dentro de alguns minutos. – Ele virou-me sempre muito cuidadosamente.

- Talvez se contares qual é o teu problema para te poder ajudar. – A sua voz parecia muito sincera e sem me aperceber ele tinha me puxado para dentro de um quarto vazio quando dois enfermeiros passavam apressados, provavelmente à minha procura.

- Está bem. – Concordei e comecei a contar tudo o que me lembrava e a grande razão de ter fugido.

- Sério então fugiste pelo facto de o doutor se estar a fazer a ti?

- Sim, eu só usei a corrente excessiva de perguntas como pretexto, achei que seria mais fácil.

- Hm...- Ele pensou durou alguns minutos ganhando um brilho estranho nos seus olhos quando teve uma ideia. – Que tal seres minha paciente e do resto trato eu, o que achas?

- Está bem.

Ambos sorrimos e saímos daquela sala nos dirigindo logo em seguida para a sala em que eu deveria estar já há algumas horas se não tivesse fugido. O doutor que estava a me tratar de momento já lá estava e não parecia muito contente com a presença do Dr. Melendez.

- Finalmente, obrigada por me entregares esta fugitiva Melendez, mas já podes voltar para as tuas rondas.

- Na verdade Dr. Coyle a paciente quer mudar de doutor e escolheu-me para a tratar. Acho que precisas de rever as tuas técnicas. – O sorriso na cara do Dr. Coyle desapareceu completamente da sua cara e tomou a iniciativa defensiva.

- Como?! Ela é minha paciente.

- Era... A paciente tem o direito de mudar de médico se assim o desejar e foi o que aconteceu, tu és a razão pela qual ela fugiu. Tu e as tuas maneiras de lidar com as mulheres fizeram-na fugir, portanto ela quer mudar, se não estás contente podes falar com o Dr. Glassman.

Ele saiu rapidamente da sala, claramente zangada pela maneira como o Dr. Melendez havia falado com ele. Perder uma paciente poderia fazer um golpe no orgulho de um médico, muito mais quando tem a haver com a sua conduta e maneira de ser, mas o que mais me preocupou foi de facto a maneira como foi tratada a situação.

- Dr. Melendez, não será que isto poderá causar problemas na sua carreira ainda tendo em conta a maneira me protegeu?

- Nem por isso, a verdade doí, mas nunca prejudicou assim tanto, pelo menos não neste tipo de situações. Nós somos os responsáveis pelos doentes, portanto trata-los bem é o nosso dever... E por favor podes chamar-me Neil.

- Neil?! – Repeti confusa.

- Sim, acho que já passamos a formalidade normal entre médico e paciente. – Ele respondeu sorrindo divertido e eu sorri de volta contente por estar em tão boas mãos.

- Eu sou a (T/N) e estou muito contente por teres sido tu que me apanhaste.

- Eu também. – Ele tratou-me com delicadeza e no final de dois dias de repouso no hospital, no qual ele visitava-me sempre no fim do seu turno, pude voltar para casa, mas desta vez não ia permitir que ninguém me voltasse a tirar a felicidade que o Neil me fizera voltar a sentir.

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