Sieben.

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A manhã seguinte foi, no mínimo, atribulada. Era quinta-feira, pouco mais de dez da manhã, quando o hospital virou uma completa anarquia. Aparentemente, havia ocorrido uma explosão em um dos galpões no limite da cidade, e o número de funcionários feridos ultrapassava duas dúzias.

O hospital estava cheio de pacientes e policiais, e começava a ficar difícil se locomover pelo ambiente. Enquanto caminhava com Mario até a sala de emergências, Marco se deu conta de que não teria a paz de sua própria sala, tão cedo. Era sua segunda semana ali e a maior parte de seu dia, era ajudando os poucos enfermeiros e médicos naquela ala.

— Que porra. — Mario murmurou, parando na porta de entrada, correndo seus olhos por todas as macas. O acidente havia provocado queimaduras em boa parte dos presentes, e Götze não lidava muito bem com o cheiro de carne queimada. Marco soltou um riso baixo, tocando seu ombro antes de passar por ele. — Continue rindo enquanto pode, — Mario gracejou, caminhando em seu encalço. — Vai passar o dia todo aqui.

E ele passou. Não apenas o dia todo, mas uma grande parte da noite também. Era um hospital pequeno e por ser Julho, uma grande quantidade de funcionários estava de férias, o que dobrava o trabalho de quem tinha permanecido na cidade.

Ás sete em ponto, Marco caminhou até a recepção ao lado do amigo, pronto para assinar os últimos papéis de alta e ir para casa. Mas seus planos foram barrados, quando ele se deparou com dois policiais que conversavam com alguém que ele demorou a se dar conta de quem era. Toni. Franziu seu cenho, estranhando toda a agitação ao redor do loiro que, até onde ele sabia, nem deveria estar ali.

— Ele chegou à pouco. — Mario murmurou, assinando alguns papéis no balcão. O incidente ocorrera na parte da manhã e só Deus sabia onde Kroos tinha se metido durante aquele meio tempo. — Recusou atendimento.

Marco revirou os olhos. Aquilo era típico, algo que Reus tinha certeza que era a cara do loiro, e aparentemente, Toni estava envolvido com tudo o que acontecia na cidade — mesmo que indiretamente.

— Por que estão falando com ele?

Mario deu de ombros, entregando os papéis para a enfermeira. Olhou para Marco.

— O galpão é do padrasto dele. — as palavras do amigo chamaram sua atenção. Toni não tinha mencionado aquilo. — Não me olhe assim.

Reus sorriu, desviando o olhar. Seus olhos se voltaram diretamente para o loiro, que se despedia dos oficiais com um aceno de cabeça. Quando o viu, Toni direcionou-lhe um sorriso e Marco se pôs a caminhar até ele, deixando um Mario emburrado para trás.

— Está tudo bem? — perguntou, parando em sua frente. Levou uma das mãos até a pequena queimadura no antebraço do outro. Não parecia ser sério. — Quer que eu dê uma olhada nisso?

Toni mordeu o lábio inferior, inclinando-se na direção do ruivo. Os olhos azuis fixos nos de Marco, tornando impossível a tarefa de desviar o olhar.

— Eu adoraria. — confidenciou, afastando-se em seguida. — Mas tenho algumas pendências para resolver.

Marco apertou os olhos, trocando o peso sobre os pés. Ele sabia que Toni não responderia suas perguntas, mas não poderia deixar de tentar.

— Está metido nisso?

Toni aumentou o sorriso.

— Nisso o quê, querido?

Reus fez uma careta. Aquela era nova.

Querido?

Kroos ergueu uma das sobrancelhas, piscando os olhos cintilantes para Marco. A situação toda deveria parecer muito engraçada para ele, mas Reus não conseguia ignorar o fato de que um acidente como aquele, tinha algo a ver com a presença de Toni e o loiro sabia disso.

Dogs of War. {Kreus Ver.}حيث تعيش القصص. اكتشف الآن