Dreiundzwanzig.

140 12 8
                                    

Marco se remexeu na cama, apreciando a brisa fresca que banhava suas costas nuas, aproveitando para se enroscar ainda mais entre os braços de Toni. Um mês tinha se passado desde que ele se entregara para o loiro pela primeira vez, e Marco não poderia reclamar de como as coisas estavam se desenrolando.
Depois da primeira noite que passara com Toni, ele simplesmente tinha se sentido flutuando durante o resto da semana, até que a realidade o puxou de volta — mas pela primeira vez, não foi de uma maneira ruim.

É claro, ele teve que voltar a se concentrar 100% no trabalho e se dedicar as consultas com Joseph, que eram regulares, e só levou Marco a confirmar o que Joseph já sabia: seu problema tinha avançado algumas casas e Reus tinha que tentar contê-lo. No demais, tudo ia muito bem com a presença constante de Kroos em sua vida. Não que Toni estivesse sufocando-o, mas Marco já tinha se acostumado a ver o rosto do outro quase todas as noites.

Era estranho olhar para o loiro depois de tudo, porque Reus sentia que Kroos agora tinha uma visão completa dele e não sabia como lidar com tudo aquilo. Ele gostava,   é claro, de poder ser totalmente ele mesmo com alguém que não procurava brechas para julga-lo, mas também de preocupava em como as coisas se desenrolariam. Tudo parecia tão simples e tão fácil ali, entre os braços quentes e firmes de Toni, que Marco quase acreditava que tudo ficaria bem. E ele desejava, profundamente, que estivesse certo.

Ouviu a risada baixa de Toni entre seus cabelos, aquela típica risada que ele sempre dava quando passava suas noites com Marco; aquela mesma risada que vinha antes de sua frase favorita e altamente clichê.

— Vai fazer isso todas as manhãs? — Marco perguntou, caçoando. Arrastou seu nariz pelo pescoço do outro, respirando fundo contra a pele. Ele amava sentir a textura da pele de Toni, adorava sentir como ela se arrepiava à cada mínimo contato.

— Ainda não acredito que transei com você.

Marco revirou os olhos, como se aquilo fosse a maior bobagem. E talvez fosse, mas Toni parecia soar tão desacreditado, que Reus nunca sabia como se sentir à respeito.

— Estamos transando há um mês, Toni. — resmungou, afastando deu rosto da curva do pescoço do loiro, para olhá-lo nos olhos. — E você não tem quinze anos.

— Você me faz sentir como se tivesse. — Toni rebateu, piscando os olhos rapidamente para se acostumar com a claridade. Reus ergueu a sobrancelha esquerda, contendo uma risada enquanto se apoiava nos braços e se sentava na cama. — Onde vai?

— Hoje é quinta-feira. — Marco resmungou, levantando-se. Sentiu os olhos de Toni sobre seu corpo, na análise cuidadosa que ele sempre fazia e que sempre acabava com um Marco totalmente constrangido, mas ele já tinha desistido de pedir ao loiro que se contivesse e aceitado que aquele era Toni. — Joseph já deve estar esperando impacientemente por mim.

Ouviu o bufar de Kroos, enquanto ele se jogava de novo na cama. Joseph tinha pedido para que as novas descobertas de Marco ficassem entre eles, e como o sigilo médico-paciente exigia aquilo, o ruivo tinha concordado. Porém, em partes se sentia mal por não dizer nada à respeito para Kroos. A relação do homem com o loiro era, no mínimo, complicada e não seria Marco à tornar tudo ainda pior.

Caminhou até o banheiro, girando o registro enquanto aguardava a água esquentar. Já faziam alguns dias que Reus dizia que daria um jeito naquilo, mas ele só se lembrava, quando precisava usar o chuveiro e não restava mais tempo para cuidar do assunto.

Adentrou o box com cuidado, deixando que a água morna o cobrisse por completo. Estava cedo e seu corpo dolorido, mas Reus só conseguiu relaxar por completo, quando sentiu o peito de Toni contra suas costas. Soltou uma risada baixa, afastando-se da queda d'agua para esfregar os cabelos e enquanto o fazia, virou-se para o loiro, que observava seu ato com atenção.

Dogs of War. {Kreus Ver.}Where stories live. Discover now