Sechzehn.

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— Pelo menos é macio. — Toni murmurou, se jogando no sofá de Marco.

Kroos tinha esperado por ele, em total silêncio como prometera, e depois tinha seguido com Marco para o apartamento e pela primeira vez, Toni não veio com o assunto sobre ser evasivo ou qualquer gracinha, ele apenas passou por Marco e se jogou no sofá.

Reus pensara durante todo o percurso, se aquilo não seria estranho demais — acordar e se deparar com Toni largado em seu sofá — ou um passo muito grande, mas chegara a conclusão de que eles já tinham um nível adequado de intimidade e que o loiro realmente parecia precisar descansar. Por isso, Marco rodou os olhos e jogou a chave no balcão divisório, antes de se dirigir ao loiro.

— Não é a primeira vez que você se senta nele. — murmurou, pendurando seu casaco. Olhou para Kroos, esticado no sofá pequeno demais para ele, mas que parecia estranhamente confortável. — Vou cozinhar alguma coisa, você precisa comer.

— Sabe cozinhar? — Toni questionou, abrindo os olhos. Marco assentiu, franzindo o cenho para a pergunta. Kroos assoviou, voltando a fechar os olhos. — Um homem cheio de talentos.

O ruivo sorriu, revirando os olhos. Entrou na cozinha, abrindo a porta do armário e se dando conta de quem precisava fazer compras. Com tantas coisas acontecendo em um curto espaço de tempo, ele nem se deu conta de que não tinha ido ao supermercado desde que chegara. Suspirou.

— O que acha de macarrão? — perguntou, aumentando o tom de voz. Ouviu um murmúrio positivo vindo da sala, e apanhou o pacote. — Tente não dormir ainda.

Enquanto aquecia a água e a aguardava ferver, Reus repensou todo seu percurso até o presente momento. Ele esperava muitas coisas quando se mudou para Greifswald, mas nenhuma delas envolvia se relacionar com alguém e deixa-lo ir tão fundo em seu íntimo. Era estranho pensar em como as coisas fugiam de repente do nosso controle e mais estranho ainda, se deparar com um resultado tão positivo.

Tinha passado a última noite remoendo quais foram seus passos errados para Robert encontra-lo com tamanha facilidade e não demorou muito para chegar a um veredito. Lewandowski já tinha usado as ferramentas de seu trabalho para conseguir o que queria antes.

Suspirou, apertando os olhos com força. Não queria envolver Toni em seus problemas, mas Kroos parecia determinado em ficar no meio do olho do furacão. E de uma forma extremamente estranha, Marco era grato pelo loiro não ter fugido depois de tudo o que ele falara. Por que era o que ele esperava. Se não fosse por sua história pessoal com o ex marido, que fosse pelo fato de ele ser um policial — e não um como Lukasz, mas de um escalão superior, visto que aquela altura, Robert já deveria estar esbanjando seu distintivo de detetive pelas ruas de Dortmund. Pessoalmente, Marco imaginara que Kroos se afastaria por esse segundo motivo; o loiro não parecia ter um bom relacionamento com policiais.

Colocou o macarrão na água, se dando conta do silêncio que se abatia sobre o apartamento. Kroos era muitas coisas, mas silencioso não era uma delas. Abaixou o fogo e caminhou pela cozinha, seguindo até a sala.

Ao entrar no cômodo, Marco se deparou com seu pedido sendo ignorado por Toni. Ele estava na mesma posição que Reus tinha deixado-o, mas totalmente envolvido em um sono profundo. Era estranho ver Kroos com o rosto tão passivo — era como se todas as outras coisas perdessem a importância para ele.

Marco sorriu, abaixando-se ao lado do sofá, apoiando-se nos joelhos para tirar os fios rebeldes de cabelo loiro em sua testa. Ele sempre o mantinha perfeitamente penteado e Reus sempre o admirou pela insistência, mas naquele momento, estava tão adorável com os fios teimosos, que Marco não pode se conter e teve de toca-los.

Toni se remexeu com a carícia tímida, murmurando sem abrir os olhos.

— Não queria acordar você, sinto muito.

Dogs of War. {Kreus Ver.}Donde viven las historias. Descúbrelo ahora