Zweiundzwanzig.

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Existiam trilhares de razões que fariam sua ideia parecer precipitada demais, mas apenas uma era importante o bastante para sufocar todas as outras: ele estava apaixonado por Toni Kroos. E continuava se apaixonando à cada dia, com cada pequena coisinha que o loiro fazia.
Marco sabia que seria complicado segurar as rédeas quando o assunto era Toni, mas jamais imaginou que seria tão difícil.

Kroos era exatamente o que ele precisava e procurava, e era impossível não querer estar com ele. Era apenas nessas coisas que o ruivo pensara durante todo o caminho para seu apartamento e foram esses pensamentos que permaneceram, quando Toni se jogou ao seu lado e estendeu-lhe uma taça de vinho.

— Nada de cerveja?

Kroos deu de ombros, descansando suas costas contra o encosto do sofá. Marco o assistiu fazer aquilo, com a mesma cautela que sempre mantinha.

— É uma noite especial.

Reus revirou os olhos, rindo antes de desviar o olhar para o chão.

— Ganhou uma luta. — chiou, vibrando baixinho. Não estava tentando ser irônico, porque estava feliz por Toni e por suas vitórias — mesmo que em coisas tão estúpidas — mas foi o que sua voz pareceu demonstrar. O loiro abriu os olhos, esforçando-se para conter uma careta ao erguer sua sobrancelha. — Não me olhe assim.

Kroos conteve uma risada, se mexendo no sofá. Pousou a taça, quase intocada, sobre a mesinha e então se inclinou para Reus.

— Estou machucado, Marco. — Toni murmurou, aproximando-se mais dele. — Deveria cuidar de mim.

Ele conhecia aquela voz. Toni a usava com frequência quando queria algo e ele, na maioria das vezes, conseguia o que queria. Era determinado, em cada mínima coisa, e Marco não sabia como não ceder.

Soltou um suspiro, passando seus olhos sobre o rosto de Toni. Ele estava com alguns roxos e pequenos cortes, mas já havia estado pior. Era estranha a forma como tantas cicatrizes eram capazes de contrastar em um rosto tão bonito.

— Não está tão mal.

Ele queria rir da cara que Toni fez, da forma como ele pareceu extremamente ofendido, mas não o fez, porque Kroos tocou sua coxa e se aproximou mais.

— Não quer olhar mais de perto? — murmurou, com um sorriso de canto. O aperto se intensificou e Marco precisou segurar um ofego. — Sabe, em lutas corporais, não é apenas o rosto que se fere.

Voltou a revirar os olhos, desviando o olhar. Era difícil olhar para Toni e se tornava quase impossível quando ele assumia aquela faceta de galanteador, do tipo de homem que pegava o que era dele.

— Não seja oferecido.

— Não estou sendo. — Toni rebateu, recuando um pouco, depois, suspirou. — Certo, talvez esteja.

Marco sorriu, diminuindo o riso aos poucos enquanto levava sua mão até as bochechas de Kroos. Deslizando os dedos com cuidado sobre a pele fragilizada, vendo-o fechar os olhos e apreciar o carinho. E estava ali. Aquela mesma certeza que ele sentira durante todo o percurso até seu apartamento, o breve pulsar em seu peito que lembrava-lhe que a escolha certa, nem sempre era a perfeita; de que talvez, sentisse mais por Toni, do que sequer imaginava.

— O que foi? — o loiro soprou, franzindo seu cenho, mesmo que ainda mantivesse os olhos fechados.

— Não é nada. — Marco respondeu no mesmo tom, dirigindo os dedos até os lábios de Toni. Fez o contorno com cuidado, sentindo a textura ressecada e a palidez comum. — Tenho medo de abrir meus olhos e não te ver mais. — confidenciou, a voz mais baixa que um sussurro. — Não literalmente, mas... Tenho pensado nisso com frequência; em qual vai ser o exato momento, em que vai se cansar de mim.

Dogs of War. {Kreus Ver.}Donde viven las historias. Descúbrelo ahora