Elf.

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Marco não conseguia pensar em nenhuma palavra melhor do que "acolhedora" para resumir a família de Toni. Estavam ali há quase duas horas e o jantar tinha sido maravilhoso. Não do tipo que ele era acostumado com seus pais — com todo o silêncio constrangedor e o tintinar de talheres — não, na casa dos Kroos havia fartura de comida e de assuntos, e Marco tinha amado isso.

Toni tinha feito um resumo por alto para Marco, sobre o que esperar de sua família e ele tinha acertado em cheio. A mãe do loiro era exatamente como ele tinha imaginado e tinha recepcionado Marco de uma forma, que faria com que sua mãe sentisse inveja. Reus já tinha conhecido Joseph e não tinha o que reclamar do homem que, apesar de quieto, tinha sido bastante gentil à mesa. Mas era Félix, seu irmão mais novo, que tinha realmente surpreendido o ruivo. Ele era o oposto de Kroos e não fazia questão de esconder que não concordava com o que a família fazia, mas ainda assim, tinha seu lugar reservado na mesa. Eles eram unidos, mesmo com suas diferenças e divergências.

— Está muito quieto, querido. — Birgit, a matriarca da família, sentou-se silenciosamente ao seu lado no sofá, longe de toda a algazarra da cozinha. O jantar tinha terminado à quase meia hora e Toni tinha se esgueirado para perto dos amigos. — Qual o problema?

Marco sorriu, voltando seus olhos para ela. Não havia problema algum, ele só não tinha encontrado seu lugar naquele mundo ainda e foi isso, que ele respondeu.

— Está tudo bem. — Reus garantiu, recebendo um afago na mão. — Quero agradecer o convite, significou muito.

Birgit agora sorriu. Toni tinha aquele mesmo sorriso, do tipo que você se via retribuindo antes mesmo de processar o que poderia vir a significar.

— Sei como é ser novo em um lugar em que não conhece ninguém. — murmurou, antes de suspirar e voltar seus olhos para o filho. Quase como se soubesse que era alvo de atenção, Toni se virou para eles e sorriu. — Espero que ele esteja sendo bom para você.

Marco devolveu o sorriso do loiro, recebendo uma piscadinha em resposta. Toni estava sendo bom com ele e para ele, e tudo aquilo parecia mais do que Marco poderia pedir; mais do que ele se achava digno de merecimento.

— A senhora os criou bem. — murmurou em resposta, virando seu rosto em direção à mulher. — Toni é um bom homem.

Birgit aumentou o sorriso, parecendo ter se agradado com o ouvia. Marco conhecia aquele sorriso, porque era o mesmo que sua mãe dava quando o elogiavam perto dela. Aquele deveria ser um sorriso padrão de mães orgulhosas.

— Ele tem seus altos e baixos. — deu de ombros, encostando-se no sofá. Sua mão ainda estava sobre a de Marco, fazendo um carinho calmo e confortante, mas sua mente parecia ter vagado para longe dali. — Você chegou em um bom momento, doutor, acreditei que não o veria feliz assim novamente.

Aquilo era um assunto inexplorado e Marco não pode conter sua curiosidade em saber mais. Com o cenho franzido, ele se ajeitou no sofá e se dedicou totalmente ao que ouvia.

— O que quer dizer?

Marco ouviu um suspiro baixo deixar os lábios da loira e quase se arrependeu de ter perguntado. Não era de sua conta, caso contrário, Toni já teria comentado sobre e Reus não estava na posição de fazer perguntas pessoais, quando ele mesmo escondia tanto de Toni.

— Eu não deveria ter perguntado. — se desculpou, mordendo os lábios, mas Birgit desconsiderou suas desculpas com um aceno.

— Ele vai falar quando se sentir pronto, tenha paciência.

Paciência. Aquela era uma virtude que Marco estava aprendendo a ter. O ruivo assentiu, tendo sua atenção atraída para Kroos, que caminhava até eles com uma garrafa de cerveja nas mãos.

Dogs of War. {Kreus Ver.}Onde histórias criam vida. Descubra agora