Dreizehn.

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E ele não ficara sozinho. Apesar de Toni ter ido embora, Reus não demorou para notar a presença de Leon do outro lado da rua, desmanchado no banco da mesma caminhonete que levara Marco para casa. E fora daquele jeito que Leon permanecera por toda noite, sendo acordado na manhã seguinte por Marco e uma xícara de café quente.

— Toni pediu para que viesse? — Marco perguntou, estendendo a xícara para o moreno. Leon sorriu agradecido, piscando seus olhos para se acostumar com a luz da manhã. — Você sabe que não há necessidade.

— Não foi exatamente um pedido. — Goretzka murmurou, antes de bebericar o conteúdo. Deu de ombros. — Ele se preocupa com você.

Aquilo era uma coisa óbvia, que Kroos não fazia questão de esconder e Marco não sabia como se sentia a respeito. Estava caminhando sobre ovos, um caminho que ele já tinha conhecido antes e que esperava não encontrar o mesmo destino. Não que acreditasse que Toni agiria daquela forma, nem que ele estava fadado a repetir os mesmos erros em um loop infinito, mas algo dentro dele não o deixava relaxar totalmente.

Suspirou, tentando ganhar tempo para pensar em algo que mudasse o rumo que a conversa levava.

— Ainda não consegue dirigir sua moto?

— Me curo rápido. — Leon piscou, rindo baixo. — Toni a levou depois que me ligou.

Reus assentiu, trocando seus pés. Tinha certeza de que Toni não tinha comentado os motivos para pedir a Goretzka que passasse a noite ali, então ele sabia que se, caso perguntasse, levantaria dúvidas na cabeça do outro, por isso apenas assentiu.

Tinha tido uma noite atribulada e estava um caco, mas a vida não parava para esperar que ele se recompusesse. Soltou um bocejo, esticando os braços. Se estava cansado depois de uma noite em sua cama confortável, mal conseguia imaginar como Leon se sentia.

— E onde ele está?

— Saiu da cidade. — uma resposta vaga, como era de costume. Marco não insistiu. — Quer uma carona até o trabalho?

— Parece bom. — o ruivo respondeu, aceitando a xícara vazia que era-lhe entregue. — Desço em quinze minutos.

***

Os quinze minutos se transformaram em trinta e agora ele estava levemente atrasado. Mesmo que Leon tivesse acelerado com o carro, Marco não se viu livre do atraso e nem do sorriso de Mario, que o aguardava na recepção.

— Dormiu em uma cama de pedra?

— Bom dia para você também. — Marco fez uma careta, curvando-se sobre o balcão ao lado do amigo, esticando-se para pegar as fichas do dia. — O que está fazendo aqui?

— Horário vago. — Mario deu de ombros. — Participei de uma cirurgia essa noite, mereço alguns minutinhos.

— Uma cirurgia? — Marco repetiu, passando os olhos pelos papéis. Estava prestando atenção no que Götze dizia, dividindo sua atenção entre ele e as fichas de pacientes. — De que tipo?

— Do seu tipo favorito.

Marco ergueu os olhos para ele, arqueando uma das sobrancelhas.

— Está sendo irônico?

— Longe de mim. — Mario ergueu os braços, rindo baixo. — Mas falando sério, como você está?

Reus suspirou, começando a se direcionar para o corredor. Aquela manhã tinha tudo para ser pacifica, o que significava que ele passaria boas horas no sossego de sua própria sala. Estava esgotado, principalmente, em seu psicológico, o que significava que ficar um pouco sozinho, seria bom.

Dogs of War. {Kreus Ver.}Where stories live. Discover now