Vierzehn.

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Toni encarou o céu azul acima, apertando os olhos por detrás do óculos escuro. Eram nove e meia e ele se sentia cada vez mais cansado, ciente de quê o que o mantinha acordado, era o sol que ardia forte sobre sua cabeça. Ele amava o verão, mas, naquele momento, gostaria de explodir aquela merda.

— Vai cair daí. — Weigl debochou, sentado na moto ao seu lado. Estavam há três horas de Greifswald, sentados do lado de fora de uma barbearia, e Toni nem tinha se dado ao trabalho de verificar o nome na placa da entrada. Dirigindo às cegas, Marco daria-lhe uma bronca se soubesse.

— Você ficou extremamente petulante, depois que se casou. — Kroos respondeu, arrumando sua postura apenas para pegar um cigarro. Estendeu a caixa para Julian, que recusou com um aceno. — Qual o problema?

Toni deu uma longa tragada, antes de ouvir a resposta do amigo. Weigl sempre foi silencioso e, por mais que sempre se fizesse presente, não era o tipo de pessoa que fazia questão de ser notado.

— Você sabe que eu não fumo.

O loiro assistiu a fumaça se dissolver à sua frente, soltando um bocejo em seguida. Fazia quanto tempo desde que tinha tido uma boa noite de sono? Seis dias, talvez mais?

— E você sabe que não é à isso que me refiro.

Julian revirou os olhos, descansando os dois pés no chão.

— Acha que Joseph está me deixando de fora?

Toni virou seu rosto para ele, franzindo o cenho.

— De fora?

— Ele me colocou para escoltar um caminhão de carga, Toni. — mais uma bufada, seguida por um aceno negativo. — É por causa de Roman?

Talvez fosse, mas Toni não sabia afirmar, por não saber o que se passava na cabeça do padrasto. Os Cães não viam a mistura racial como algo bom, mas Kroos achava tudo aquilo uma merda gigantesca. Quem eram eles para ditar com quem seus irmãos deveriam se casar? Quanto ao clube, ele até poderia entender, mesmo que não aceitasse, mas suas vidas pessoais? Besteira.

— Era uma carga importante. — Kroos deu de ombros. — E não, acho que seja coisa da sua cabeça.

Julian não pareceu ter se agradado com a resposta, mas se manteve em silêncio, como sempre fazia quando não concordava com algo e não queria discutir. O moreno suspirou, parecendo se perder em pensamentos, antes de voltar-se para Toni.

— Qual é o seu lance com o novo médico do St. Jude?

— Meu lance?

— É, você sabe, — Julian murmurou, contendo uma risada. — Sua mãe estava feliz da vida essa manhã, me deixando à par do jantar.

— Você a conhece, ela se anima com facilidade. — Toni desconversou, mas aquilo não foi o bastante para cessar o olhar esperançoso do amigo. Ele revirou os olhos, ato que passou despercebido por Weigl, devido à seus óculos. — Somos amigos.

— Amigos? — Julian repetiu, não contendo sua risada. — É por isso Leon não está aqui? Eu o vi saindo apressado ontem, depois de uma ligação sua.

— Você virou um fofoqueiro. — Toni cuspiu, tragando seu cigarro. — Só quero garantir que ele esteja bem.

Era estranho pensar em Marco e mais estranho ainda, vocalizar seus pensamentos. Ele se importava com o ruivo, é claro, mas não sabia dizer o que aquilo significava. Reus tinha se tornado uma parte fundamental de sua vida e era sufocante ficar longe dele, mas Toni não sabia até que ponto poderia avançar com ele. Quer dizer, ele trocaram beijos e amassos, mas nunca tinha passado disso, e Kroos não se referia apenas ao sexo. Era óbvio que queria transar com Marco, e era ainda mais óbvio que pensava sobre aquilo com frequência, mas não era só aquilo. Toni já tinha sentido tudo aquilo antes e acabara mal, por isso ele sufocara todos aqueles sentimentos e, agora, não sabia dizer como se sentia em relação à Reus. Estava levemente assustado, porque Marco conseguira despertar todas as coisas boas que existiam nele e aquilo era, extremamente, preocupante. Principalmente, para alguém que levara tanto tempo para se firmar sobre os próprios pés.

Dogs of War. {Kreus Ver.}Where stories live. Discover now