Fünfundzwanzig.

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Marco suspirou, jogando-se no sofá. Eram quase sete horas e Toni ainda não tinha aparecido. Ele tinha ligado no almoço e parecera extremamente agitado, mas depois, não voltara a fazer contato e apesar de Marco saber que era assim que Toni funcionava, não conseguia deixar de se preocupar com ele e com a vida que ele levava.

Encarou o teto, enquanto os últimos raios de sol desapareciam e as luzes dos postes inundavam sua sala, e se permitiu divagar. Tinha tido um dia agitado no hospital, sendo parte dele, tentando convencer Joseph de que era importante tomar seus remédios na hora e na quantidade certa, e a outra parte, dividida entre Mario e a sala de emergências. Ele já esperava aquela agitação quando se formou em medicina, mas acreditava que jamais se acostumaria, de fato.

Soltou mais um suspiro, no momento exato em que a companhia soou. Tinha deixado uma chave reserva com Toni, mas era bem provável que seria o loiro do outro lado de sua porta, porque ele sempre se esquecia de pendurar a chave com as outras em seu chaveiro, porque jurava que não cabia mais nenhuma ali.

— Você precisa de um chaveiro... — Marco abriu a porta em um rompante, sua voz soando divertida por um instante, antes de perder toda a diversão. Não era Toni e aquilo não podia estar acontecendo. — novo.

A última palavra morreu entre seus lábios, soando como um sussurro sôfrego. Sentiu quando suas mãos suaram e se agarrou na madeira da porta, buscando um pouco de sustentação.

— Oi, amor. — o outro saudou, um sorriso divertido pairando entre seus lábios. Robert não esperou que ele respondesse, apenas abriu sua boca e desatou a falar, totalmente imparcial a reação de Marco. — Pensei em agendar uma consulta, mas sua agenda anda bem cheia.

Reus entreabriu os lábios, piscando os olhos com força. Aquilo não estava acontecendo.

— O que está fazendo aqui?

— Você não respondia às minhas investidas, pensei que seria bom ver com meus próprios olhos que você está bem. — Lewandowski rebateu, deixando uma piscadinha antes de escanear o corpo de Marco com os olhos. A cena acontecendo como um dejavu, exatamente como Toni fizera quando se apresentara a Marco, mas com um nível mil vezes maior de sagacidade. — E está ótimo, não está?

Marco tocou a própria nuca, mantendo a outra mão firme contra a madeira. Ele poderia recuar e bater a porta na cara do ex marido, mas sabia que aquilo só causaria um acesso de raiva no homem e que tornaria a tarefa de se livrar dele, ainda mais difícil.

— Não deveria ter vindo até aqui, Robert.

— Você mudou seu número, — o moreno recomeçou, dando alguns passos para mais perto. Marco recuou. — Não me procurou depois que te deixei presentes.

— Aquelas coisas não eram presentes. — Reus rebateu, tentando manter sua voz firme. Toni chegaria à qualquer momento e seria um desastre se ele encontrasse Robert ali. — Precisa ir embora.

— Já está pronto para dizer adeus de novo? — o polonês riu, apoiando uma das mãos no beiral da porta. Marco podia sentir a energia, podia quase sentir o toque do outro em seu rosto. Trocou de pés, sentindo-se cada vez mais tenso e acuado. — Por que eu não estou.

— Estou esperando alguém — Reus desviou, tentando arranjar algo que fosse suficiente para convencê-lo à ir embora. — Não é um bom momento.

— E quando vai ser? — Lewa cuspiu, aproximando seu rosto do ruivo. — Quando você não estiver embaixo do seu novo namorado? — soltou um riso baixo, usando a mão livre para desenhar o contorno dos lábios de Reus. — Quando sua boca não estiver ocupada com o pau dele?

Marco engoliu em seco, afastando o toque com um tapa. Robert manteve o sorriso — aquele mesmo sorriso que ele sempre vestia quando atingia seus objetivos; o sorriso que o ruivo conhecia tão bem quanto os seus.

Dogs of War. {Kreus Ver.}Where stories live. Discover now