38 | Chapter thirty eight

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Sarah

Abro meus olhos e sinto um braço ao meu lado. Só podia ser uma alucinação, um sonho, alguma ilusão ou algo do tipo que essas pessoas doentes tem quando estão internadas.

Toco no braço dele algumas vezes para verificar se ele realmente é real, se realmente está aqui ou se é outro dos meus sonhos em que ele volta a se preocupar comigo e aparece no hospital do nada ajoelhado e com flores implorando meu perdão.

Sinto sua pele macia contra a minha e escuto sua respiração, percebendo que aquilo não era uma alucinação.

Shawn está realmente aqui.

Percebo ele se mexer e fecho meus olhos torcendo para que ele não perceba que estou acordada. Como que ele veio parar aqui? Eu não tinha mais seu número no meu celular e Shawn não tinha como saber de qualquer coisa.

Então me lembro daquela noite do acidente. Eu tinha colocado o número dele nos meus contatos de emergência hospitalares. Me puno mentalmente por isso, agora ele deve estar achando que o perdoei e que tudo voltará ao normal a partir do momento que sairmos desse hospital. Não tem a mínima possibilidade das coisas voltarem ao normal. Acabei de descobrir depois de anos que a viajem dos meus sonhos tinha sido completamente monitorada por ele e sua equipe para que eu não mexesse um dedo para tentar estragar sua carreira.

E agora tinhamos acabado de perder a porra de um filho.

Não, eu tinha acabado de perder a porra de um filho. Ele não tinha nada a ver com isso, quem carregou o peso extra por três meses fui eu, quem acordava todas as madrugadas para vomitar os órgãos pra fora era eu, quem teve uma criança retirada da sua vagina fui eu. Chamar o filho de nosso não era nada mais nada menos do que uma grande mentira.

E tudo isso por causa de um erro. Por causa de uma noite que minhas emoções me foderam novamente e fizeram com que eu me entregasse nos braços de Shawn novamente. Fizesse ele sentir como se tivesse total controle sobre mim, pois afinal, para ele tudo se tratava de manipulação. Uma manipulação atrás da outra desde que nos conhecemos, e enquanto pra mim ele significava mais que tudo na minha vida, eu era apenas um peão no seu jogo. Um peão que agora havia quebrado as regras do jogo com sua fertilidade do caralho.

Mas eu não o culpava. A culpa era toda minha. Pra ele eu era fácil, eu era extremamente fácil. Fácil de manipular, fácil de jogar na cama onde e quando ele bem quisesse. Não tinha como as coisas terem sido diferentes.

Sinto seus olhos sobre mim mesmo com os meus totalmente fechados. Ele estava me observando e acariciando meu rosto como se eu fosse feita de porcelana.

"Sarah?" Ele pergunta, infelizmente percebendo que estou acordada.

Abro meus olhos devagar e os encontro com os dele. Seus olhos castanhos estavam vermelhos e inchados, e seus cabelos bagunçados como se ele não tivesse tomado banho a uma semana.

Não falo nada, apenas espero algo sair da boca dele. Mas nada sai. Continuamos nos encarando por longos minutos até que um médico entra na sala, me salvando do meu inferno pessoal.

"Sarah Collins?" Balanço a cabeça. "Você tem outra visita."

Shawn me olha confuso, e minha cara de confusão não está nada diferente. Quem poderia ser? Penso na possibilidade da minha mãe ter saído da reabilitação e abro um sorriso, não havia nada nesse mundo que eu queria mais do que minha mãe passando por aquela porta.

"Sarah?" Sou pega de surpresa por uma voz nem um pouco desconhecida.

John Collins.

Perfectly Wrong || Shawn Mendes [COMPLETED]Where stories live. Discover now