XLI - FIM DE SEGREDOS

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— Me... Meicy.

Lirah repetiu roucamente sem acreditar no que os seus olhos vermelhos viam. Suas sobrancelhas franziram e seu corpo congelou-se, embora trêmulo, o seu semblante lembrava uma estátua viva.

Kelmo se apresentava na mesma reação, porém, balançava a cabeça negando o que via. Não conseguia acreditar e nem mesmo falar. Estava pasma como se houvesse visto um fantasma, mas para ela, era isso realmente. Um fantasma! De forma alguma, não haveria possibilidade de Meicy estar vivo, ou.... Tudo o que eles acreditaram havia sido uma farsa.

Meicy dissipou a barreira invisível com apenas um gesto de mão. Repousou o braço ao lado do corpo e encarava as três caçadoras. Mesmo mascaradas, ele reconhecia cada uma delas, menos Salua, já que nunca a conheceu.

Miro estava em choque. O professor ainda estava ajoelhado no chão gramado e de cabeça baixa, repetindo freneticamente: "Isso é um sonho. " Os dedos afundavam na terra fofa por de baixo da relva e com os olhos arregalados. Meicy dispensou as apresentações diante daquilo. Seria melhor cuidar daquele homem do que enfrentar a seita.

— Então... você é o feiticeiro. — Salua falou, caminhando lentamente em direção aos dois homens. — Pensa que esse truque me assusta?

A jovem caçadora levava sua espada em mãos, com a extremidade terminando abaixo de seu joelho. A máscara escondia sua face, embora, não haver identidade alguma para ser revelada.

— Salua! — Kelmo gritou, finalmente conseguindo se expressar. — Esse não é o feiticeiro que procurávamos. Esse não é o Lú Ecss! Esse é... — Ela franziu o cenho, incrédula. — Meicy...

Salua olhou para Kelmo sem compreender o que estava acontecendo.

— O anterior? Isso é impossível. — Ela sorriu. — Mas não importa. Feiticeiro é feiticeiro.

— Salua, espere!

Salua não deu ouvidos. Ela correu em direção ao feiticeiro pronta para o bote, sem mais sem menos. Kelmo sabia que aquela havia sido uma atitude péssima de ataque, principalmente solo e diretamente.

Enquanto a Meicy, continuava pleno como se assistisse tudo em câmera lenta. Entretanto, era uma situação tensa para ele por se reencontrar com as caçadoras. Ele ergueu um braço na altura da cabeça e olhou para Lirah, sorrindo. Estalou os dedos em um som oco.

Salua sentiu o chão sob os seus pés tremerem fazendo com que ela cessasse seu ataque. Ela parou e viu a sua visão tornar-se turva, como se uma névoa negra tomasse conta do ambiente. Olhou para trás e viu Kelmo e Lirah tão confusas quanto ela.

— O que está havendo? — Salua perguntou.

Estavam cegas e de repente um frio começou a arrepiar suas peles e um cheiro de terra molhada inundou ambas as narinas.

— Lirah! Tente iluminar! — Kelmo pediu.

Lirah obedeceu, juntando as duas mãos e gerando uma faísca de fogo que logo foi crescendo até aparentar a chama vermelha de uma tocha. Porém, mesmo se tratando da chama infernal, não obteve sucesso. O ambiente continuava escuro como se as três caçadoras houvessem caído em um abismo de fumaça.

— Não está dando certo! — Lirah exclamou, preocupada por não conseguir ver mais ninguém.

— Fiquem calmas! — Kelmo falou. — Não saiam do lugar.

— Não vou ficar quieta enquanto não o deter! — Salua indagou.

A névoa parecia se movimentar como uma grande nuvem farta e cinzenta. O barulho de água correndo entre as pedras emergiu, fazendo sentido o cheio de terra molhada no ar.

Legend - O Feiticeiro Oculto (Livro 2) EM REVISÃOWhere stories live. Discover now