➤ capítulo um

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Coréia do Sul, Seoul
Sexta-feira

Na última porta de um corredor extenso, em uma sala minúscula, se encontrava um ômega de cabelos loiros. Taehyung sentia vontade de chorar por estar ali, céus, como ele queria voltar para casa e ficar debaixo de suas cobertas quentinhas, mas não, graças a seu irmão Namjoon, precisava ficar ali naquele antigo quartinho de limpeza arrumando todos os antigos arquivos do batalhão.

Taehyung odiava isso, odiava o lugar, odiava as pessoas, odiava receber ordens. Mas principalmente odiava a si mesmo por se submeter a isso de boca fechada e cabeça abaixada, como se fosse um ômega dócil a qual não era nem um pouco. Mas o que podia fazer se ainda vivia sob o teto de seu pai, sendo obrigado a fazer tudo o que o mais velho mandasse, não podia questionar, afinal bons ômegas não questionam as autoridades - que no caso são os alfas.

O Kim mais novo era o único ômega da família, até mesmo a sua mãe - Kim Nori - era uma alfa. Seus irmãos mais velhos - Namjoon e Jisoo - também eram alfas.

Quando era mais novo ele se perguntava o porquê de ser o único ômega da família. Muitas vezes se odiava por isso, não gostava do seu sub gênero e seu pai não lhe ajudava muito nisso; o mais velho também demonstrava a insatisfação que tinha por ter um filho homem ômega. Ele nunca lhe falou isso diretamente, mas suas ações demonstravam.

Seu único conforto era saber que pelo menos era um ômega lúpus, não era uma vergonha total para sua família, e assim como eles, também possuía o sangue lúpus em suas veias.

Mas agora com vinte e cinco anos, Taehyung ainda se via como o mesmo ômega de dezesseis anos atrás, ainda estava na mesma estaca. Não saiu da casa dos pais, ainda era tratado como uma criança; mesmo odiando essa coisa de ser um militar, ele nunca foi convocado para uma missão em campo. Sempre foi designado para fazer tarefas simples e chatas - segundo ele.
Mas ele sabia que isso era culpa do seu sub gênero, afinal ômegas não lutam como um alfa. Mesmo que tenha passado pelo treinamento extremamente rígido, no fim isso não importava, afinal ele nunca deixaria de ser um ômega.

Isso era nítido já que no batalhão, os que iam em campo em sua maioria eram alfas, seguido de betas. Não havia nenhum ômega na linha de frente e estes eram obrigados a trabalharem na área de contabilidade, que ficava no subsolo. Era como se todos em volta quisessem esconder os ômegas e seu pai era um deles.

Taehyung estava tão concentrado em organizar as papeladas que nem ao menos notou a presença de Seokjin. O alfa lhe encarava com os braços cruzado sob a farda, enquanto estava apoiado no batente da porta.

Propositalmente o Kim mais velho intensificou seu cheiro de abóbora, a fim de chamar a atenção do amigo. No mesmo instante o ômega farejou o ar e levou seus olhos ao maior.

- O expediente acabou a quase meia hora, o que ainda faz aqui? -O loiro mais velho se aproximou, se sentando na pontinha da mesa.

- O que? -Taehyung arregalou os olhos. Havia perdido a noção do tempo desde que chegou ali.

Se assustou quando o amigo lhe mostrou o visor do celular, o relógio marcava nove da noite, seu expediente se encerrava as oito e meia.

- Sou tão importante que ninguém ao menos se deu conta de que eu não fui para casa. -Murmurou ao que largava algumas pastas em cima da mesa. - Como foi a missão?

- Péssima. O coronel Kim está furioso. -Seokjin contou. - Houve um chamado próximo a fronteira de Seoul com Daegu, os capangas do Jeon estavam lá e rolou uma troca de tiro. Era tudo armado. -Trancou o maxilar. - Dois dos nossos levaram tiro, e no fim tivemos que recuar. Foi um desastre.

Love with a Criminal • taekook Where stories live. Discover now