➤ capítulo quatro

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Coréia do Sul, Seoul
Segunda-feira

Taehyung sempre detestou todas as segundas feiras, mas essa seria a pior de todas. O Kim ainda não havia contado para o seu pai sobre ter ido por incidente na boate de Jeon Jeongguk. Ele sabia que seu pai o mataria por esconder tamanha informação, mas na verdade ele não sabia se o certo era contar para o mais velho.

Sabia que provávelmente ele montaria uma mega operação para ir atrás do Jeon, mas no fim apenas vidas inocentes seriam mortas e o traficante sairia ileso - era assim todas as vezes.

Era um círculo vicioso, a polícia achava uma pista, eles iam atrás do alfa, ocorria um tiroteio e no fim não conseguiam prender o criminoso. Pessoas morriam em vão e tudo voltava a estaca zero.

Naquela manhã o ômega se surpreendeu quando ouviu da boca do seu próprio pai que iriam arquivar o caso de Jeongguk. Era surreal ouvir aquilo, mas a polícia estava fazendo.
E Taehyung não foi o único a ficar chocado, mas todos que estavam presentes naquela reunião tiveram a mesma reação.

- Mas, Coronel Kim, isso não é errado? Se arquivarmos esse caso cada vez mais o Jeon crescerá nesse meio, poderá até mesmo se expandir em outros países e sua gangue aumentar. -Um estágiaro teve a coragem de falar.

- Essa ordem não é minha, acreditem, por mim eu mesmo caçaria esse homem até o inferno. Mas não adianta nós tentarmos algo quando o próprio governo da carta branca para Jeon fazer o que quiser, apenas por ser um lúpus. -O Coronel suspirou. - Não temos pistas a meses, e no último confronto não acabou nada bem. Jeongguk nem aparece, apenas manda seus homens em seu lugar. Nós não sabemos nem ao menos onde ele mora, não sabemos de nada sobre ele.

Hoseok que estava ao lado de Taehyung, o encarou. Na mesma hora o Kim sabia o que ele pensava e o que iria fazer, por isso apenas assentiu com a cabeça.

- Coronel, Kim. Taehyung e eu temos algo a dizer em respeito a localização de Jeon Jeongguk. -O Jung falou, atraindo a atenção de todos.

Seojun assentiu e em seguida mandou o resto do batalhão sair da sala - Namjoon e Seokjin permaneceram.

- Então, o que descobriram? -O homem os encarou.

- Na sexta-feira nós fomos em uma balada, e bem, ela era de Jeongguk. -Taehyung foi direto ao ponto. - Não, nós não sabíamos que aquele lugar era dele, só soubemos depois que chegamos lá e o vimos. Jeon estava com sua gangue reunida lá.

- Era a inauguração da nova boate, já que a antiga pegou fogo. -Hoseok completou.

- Estão me dizendo que vocês estavam literalmente no território daquele desgraçado e não fizeram porra nenhuma? Nem ao menos chamaram uma equipe, nem me contataram? -O alfa rosnou e o loiro apertou os olhos. - Taehyung, quando você chegou em casa, olhou nos meus olhos não me disse sobre isso. Qual o seu problema?

- Era impossível fazermos algo. Eles estavam em maioria e outra, haviam pessoas que não tinham nada a ver com aquilo. -Taehyung disparou. - O lugar estava lotado, pessoas morreriam e no fim seria em vão.

- Foda-se as pessoas! Era só ter feito um cerco em volta do local, porra, seria a captura mais fácil de todas! -O homem ralhou. Suas veias de seu pescoço estavam saltadas, mostrando o quão puto estava.

- Senhor, não era tão simples assim. -Hoseok ficou na frente do Kim mais novo, em uma tentativa clara de proteção. - Além de Jeongguk, aposto que haviam aliados e líderes de outras gangues. O senhor sabe mais do que ninguém que essa gente anda armada até os dentes. -Seu tom de voz era calmo. - Taehyung e eu estávamos desarmados e sem nenhum preparo, fora que havíamos ingerido e não estávamos raciocinando direito. -Mentiu.

O Coronel bufou ao que puxava os fios castanhos do próprio cabelo para trás. Sua mente estava a mil e ele precisava chegar em uma solução para aquele problema.

- E o que quer que eu faça com essa informação, hm? -Disparou.

- O senhor não pode arquivar esse caso, não agora como estamos tão perto de prende-lo. -O loiro saiu de trás do Jung e encarou friamente seu pai.

- Irmão, por que está tão interessado nisso? Você nem é um soldado de campo, não pode se meter nesse tipo de coisa. -Namjoon falou em tom debochado. - Sua única tarefa é ficar trancado naquele escritório no subsolo, sendo recluso de tudo a sua volta.

Se fosse em outra época Taehyung estaria chorando agora por aquelas palavras de seu irmão, mas atualmente ele estava tão acostumado em ser pisoteado por ele que não fazia mais diferença; entrava por um ouvido e saía pelo outro.

- Por que será que eu sou obrigado a ficar lá, hyung? -Taehyung devolveu no mesmo tom.

-Não me culpe por você ser um ômega, maninho.

- Já chega! -Seojun rosnou. - Taehyung, se você é contra esse caso ser arquivo então resolva-o você mesmo.

- O que? -O ômega arregalou os olhos.

- É isso o que você ouviu. Você e o Jung serão os responsáveis por esse caso, deem o jeito de vocês para prende-lo.

Namjoon caiu na risada ao ouvir as palavras do mais velho.

- Papai, o Taehyung é insuficiente em uma missão. Acha mesmo ele vai conseguir prender o Jeon? Tsc, é impossível.

- Ele dará o jeito dele. Nem que tenha que se infiltrarem na gangue dele, eu quero que o tragam, me ouviram? -O homem falou sério.

- Sim senhor. -Taehyung e Hoseok disseram ao mesmo tempo.

- Ah, e levem aquele garoto novo da Inteligência.

- O Byun, senhor? -Jung perguntou.

- Esse mesmo.

- Eu quero propor um acordo. -O ômega se aproximou. - Se nós conseguirmos prender o Jeon eu quero me tornar um líder de campo.

- Que? Não! -Namjoon protestou. - Isso é impossível.

- Acordo fechado. -Seojun respondeu. - E para melhor as coisas, você tem até dezembro. Estamos em julho, então você tem cinco meses.

- Tudo bem.

- Podem sair. -O Coronel ordenou, mas Namjoon ficou.

Assim que todos saíram, o platinado encarou o próprio pai.

- Isso é loucura. O senhor sabe que o Taehyung não vai conseguir, não é?

- Por isso mesmo. Isso servirá para ele ficar fora do nosso caminho, e quando o prazo acabar e ele se der conta de que é um ômega inútil, ele voltará para o lugar dele. -O mais velho sorriu.

- As vezes eu acho que ele vive no mundo da lua, sabe? Acha que ômegas podem ser igual a nós, mas todo mundo sabe que ele é inferior, ainda mais por ser um ômega macho.

- Isso é culpa do seu avô, meu filho. É ele que enche o Taehyung de esperança.

O que eles não sabiam é que do outro lado da porta estava Taehyung. O ômega ouviu toda a conversa e agora segurava as lágrimas que queriam cair, mas jamais ele se permitiria chorar novamente por eles.

- Vocês vão ver, eu vou conseguir... -Murmurou ao que seus olhos ganhavam a coloração azul.

Love with a Criminal • taekook Место, где живут истории. Откройте их для себя