➤ capítulo dezessete

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- Não me olhe assim, Jeon. - o ômega falou, suas bochechas se tornando coradas graças ao o olhar de Jeongguk.

- Eu estou te olhando normal. - o mais novo riu.

- Não, não está. - Taehyung rebateu. - Está com aquele olhar predador que você faz quando estamos transando.

- Então alguém aqui tem reparado nas minhas expressões enquanto eu te fodo, uh? - o tom provocativo na voz do alfa fez Taehyung acerta-lhe uma almofada no rosto. - Aí! Eu só estava brincando com você, loirinho. - trouxe-o para mais perto.

- Você prometeu se comportar. - o loiro formou um grande bico com seus lábios, e Jeongguk achou aquilo uma gracinha.

- E eu vou. - sorriu. - Vai, me diz o que você tem para me contar.

Taehyung engoliu a seco.

Era difícil demais para si, encarar os olhos do alfa e lhe dizer toda a verdade sobre sua vida, sobre quem realmente era. A verdade é: ele não quer perder o que tem com Jeongguk. Taehyung sabe que a partir do momento que contar para o Jeon tudo sobre si, tudo o que construíram e tiveram até aqui, acabará.

Ele tem medo da reação do mais novo, mesmo que algo dentro de si - talvez fosse o seu lobo - lhe dissesse que Jeongguk não faria nenhum mal consigo. Taehyung simplesmente não conseguia.

- É algo sério? - o moreno perguntou, se mostrando preocupado pelo silêncio que havia se instalado entre os dois.

- Não, eu... - não consigo fazer isso, ele pensou. - E-Eu me mudei. Estou morando com o meu irmão e é perto daqui. - forçou um sorriso.

- Isso é ótimo. - o lúpus acariciou seus cabelos. - Eu posso te visitar, não é?

- Uhum. - assentiu.

- Você morava com os seus pais?

- Sim, mas eu detestava. Meus pais não eram boas pessoas comigo. - suspirou. - Eles tinham vergonha por eu ser o único ômega da família. Não me tratavam bem, principalmente o meu pai, era ele quem fazia a cabeça da minha mãe... mas pelo menos ela nunca me bateu.

- Seu pai te batia? - Jeongguk sabia que estava entrando em uma zona perigosa, mas o ômega não se mostrava incomodado com as suas perguntas. Estava curioso, afinal, ele queria saber um pouco mais sobre a vida da sua alma gêmea.

- Sim. Ele começou com isso depois que eu tive o meu primeiro cio, onde eu descobri o meu subgênero. Eram xingamentos, humilhações... e depois os tapas e chutes vieram. Meus irmãos não se importavam, nem muito menos a minha mãe. - sentiu o polegar do alfa limpar a lágrima que derramou. - Com o tempo eu parei de me importar também, parei de gritar, chorar, a medida em que ele me maltratava. Apenas aceitei tudo... e de noite, antes de dormir eu perguntava para lua se aquilo era algum castigo.

O Jeon prestava atenção em tudo. Ele até havia aumentando a sua presença para deixar o ômega mais relaxado.

- Quando eu atingi a maior idade, ele já não podia me bater porquê sabia que eu poderia denuncia-lo. Mas então as discussões se tornaram mais frequentes e todas as vezes que eu ia para casa depois do trabalho, eu só pensava nos dois em que eu poderia sair de lá.

- Eu sinto muito por você ter passado por tudo isso. Seu pai não é um alfa de verdade, alfas de verdades não maltratam seus parceiros e nem muito menos as suas crias. - o moreno disse sério. - Ele é uma vergonha e não você. Você é uma pessoa boa, Tae, e pessoas boas não merecem passar por isso.

- O importante agora é que eu me livrei dele. Não preciso vê-lo na mesma casa e nem obedecer as suas ordens. Me sinto livre de um demônio. - sorriu. - Mas e você? Você nunca disse nada sobre os seus pais.

Love with a Criminal • taekook Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ