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Kendell Marano Parker.

Já acordei os meus pestinhas, e estou acabando de dar o relatório completo aqui na cozinha, esperando o motorista do Gregory.

Mas mulher da cidade é um caso mesmo.

- Gastou minha base inteira, para cobrir as marcas de amor. - a Joana diz atiçando mais o barulho aqui na cozinha.

- Kendell! - o Téo diz entrando na cozinha pela segunda vez, me salvando. - O motorista do Senhor Louis, está a sua espera. - ele avisa e eu já vou recolhendo minha comida para comer no carro de dono, tomara que não me olhe mal.

Estou nem aí, na mesma!

- Valeu Téo, estou indo. - digo pegando alguns papéis que achei necessário na minha bolsa. - Estou indo, até mais. - digo fugindo.

Aleluia, amém! É muito interrogatório.

- Você não escapa quando voltar! - a Sara grita.

- Você é que não escapa. - grito também me recordando do galã da gala lá.

- Bom dia! - saúdo o motorista do Gregory, assim que entro no carro.

- Bom dia, senhorita. - ele diz, dando partida.

- Que senhorita qual quê, meu nome é Kendell. - já vou dizendo, metendo papo com o homem, porque a gente tem comichão na boca, e não consegue ficar calada.

Não demoramos tanto, mas babei quando vi o casarão em que chegamos.

Se isso é ter dinheiro! Deus, sua filha está pronta.

É uma mansão, e tem um enorme espaço, a do chefinho é bem maior, mas essa continua comprando o morro inteiro.

E o homem nem filhos tem.

Não que eu saiba pelo menos.

Sou recebida, pelo mesmo, que se encontrava trajado casualmente.

- Sua mansão é muito bonita. - comento me sentando fascinada.

- Depois se quiser eu te mostro em detalhes. - ele diz aparentemente animado com a ideia, se sentando detrás da sua mesa.

Estamos no escritório dele.

- Talvez, em um outro dia. - respondo. - Hoje tenho que terminar isso, e voltar para as minhas crianças. - concluo e ele sorri amarelo.

- Claro. - ele responde. - Comecemos, então. - ele diz e eu fico atenta primeiro a sua explicação.

Captei tudo que ele disse e resolvemos bem rápido esses documentos.

Saí de lá, já às 10 horas e alguma coisa, e o motorista me levou direitinho para o monstral.

Vocês nem sabem o que eu passei, o chefinho me mete em cada coisa.

O Gregory observou o meu dedo enquanto estava mexendo no documento, e não viu nenhum anel de noivado.

Aí ele ficou fazendo questões. E não parou, ele chegou a dizer para eu não me casar, com todas as letras e de maneira explícita.

É incrível o ódio que paira entre ele e o chefinho.

No caminho, eu vi uma publicidade na tela gigante de uma imobiliária, e eu preciso investir o dinheiro que recebi, em alguma coisa.

Os pestinhas estão crescendo, não posso criar expectativas a longo prazo com o senhor leão, nem a curto prazo eu sei se devo, então terei de cair morta em algum lugar.

Desço do carro, assim que o motorista para perto da fonte de água do monstral do chefinho.

- Obrigada Jack, até a próxima!  - o despeço enquanto fecho à porta do carro.

Vou logo entrando no monstral, pela cozinha.

- Voltei! - digo entrando.

- Vamos sair, agora? - a Kelly, que estava na cozinha questiona animada.

- Agora não, primeiro, vocês terão de almoçar e eu ainda tenho de pedir permissão para o chefinho. - respondo, sentando na cadeira da bancada.

- O meu papy já chegou, está lá no escritório com o vovô e o tio Loan. - ela diz, me dando um pedaço do bolinho que ela estava comendo. - E bem que podíamos almoçar com você no passeio, né? - ela diz fazendo olhinhos para mim.

Essa menina é uma artilheira.

- Não sei, não. - digo comendo outro pedaço de bolo.

- Por favor, por favor, por favor... - é chantagem.

- Vai logo Kendell! - a Sara diz rindo junto com as meninas.

- Nós já sofremos demasiado interrogatório, antes de você chegar, com essa gatotinha sapeca. - a Joana diz passando por ela, bagunçando o cabelo dela, fazendo a mesma rir.

- Tudo bem, estou indo. - respondo me levantando.

- Oba! - a Kelly sapeca, grita feliz da vida.

- Ainda não é, "oba", o chefinho lá tem que autorizar. - digo, dando um gole do suco dela.

- Ah, ele não dirá não, com certeza. - a Janaína diz rindo com as outras meninas.

- Shhh! - lhes mando calar a boca e parece em vão, saio de lá imediatamente até ao escritório do chefinho.

E vou rezando mentalmente.

Eu acho que se eu for a ver a cara de grego do chefinho, a minha vai ficar em ponto de ebulição.

- Vamos de uma vez, mulher! - sussurro comigo mesma e bato na porta, com os olhos fechados, tentando não surtar.

Vocês sabem, a vossa Kendell não é nada surtada.

Claro que não.

- Entre. - Essa voz, mata qualquer um.

Respiro fundo e abro a porta.

- Kendell! Como estás, querida? - o bom humor desses homens, deixa qualquer pessoa relaxada.

Mas por algum motivo eu não conseguia olhar directamente para o chefinho.

- Muito bem, obrigada e o senhor? - questiono.

- Também! - ele responde sorrindo.

- Se não é a minha cunhada, famosa! - as formas do Loan saudar, são tão peculiares.

- Loan! - o chefinho o manda calar e o mesmo ri.

- Tudo bem. - ele diz levantando as mãos em redenção rindo.

Destrava Kendell, destrava.

- Er... Eu vim saber, se terá algum problema, em levar as crianças para sair? - questiono tentando o encarar.

Ele estava com uma camisola, de gola alta e mangas compridas.

Ele estava porra de um bonito, me encarando com um sorriso malicioso e debochado, e ainda por cima me secando.

Alguém diz esse homem, para parar?

Alguém!?

- Problema algum. - ele responde. - Mas os seguranças vão com vocês. - ele conclui e eu assinto. - Posso saber aonde vão? - questiona sorrindo.

Que sorriso, meu pai!

- Não! - respondo devolvendo o sorriso.

- Preciso mandar mais seguranças, para ficarem de olho em você? - ele questiona, não poupando o descaramento ao me comer com os olhos, mordendo seu lábio rosa de maneira indelicada.

Há um tremor de terra no meu corpo.

- Não será necessário. - não consigo esconder o sorriso. - Então, nós já vamos, adeus. - despeço, vendo os olhares dos outros dois homens nos encarando.

- Até mais Kendell! - eles despedem e eu saio.

Ufa.

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