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Kendell Marano Parker.

- O que viemos fazer aqui? - a Kelly questiona assim que entramos no escritório da correctora.

- A Kendell quer comprar uma casa para ela, e a senhora que está vindo vai ajudar ela a escolher. - o Heitor responde.

- É isso mamy? - ela questiona desconfiando do irmão, fazendo eles revirarem os olhos e eu rir.

- É, sim. - respondo.

- Você não vai morar mais connosco? - ela questiona, já dramática.

- Vou, mas se o chefinho me der um chute na bunda, terei de ter uma casa para vocês virem me visitar. - respondo.

- Hamn... - ela diz. - Mas ele gosta de você, não dará um chute na sua bunda. - ela diz rindo e eu rio junto.

- E como gosta! - os gostosos falam sapecos rindo.

- Shhh, vocês dois. - digo rindo junto com eles.

- Bom dia! - a correctora diz entrando toda de bom humor.

- Bom dia! - respondemos enquanto ela se senta.

- Então, o meu colega já anotou as suas preferências e a sua remuneração disponível, veremos a casa de sua preferência e depois puderemos visitar. - ela diz ligando a Wall TV.

Essa imobiliária é bem chique.

- Prestem atenção e me ajudem a escolher. - falo com os meus pestes que assentem animados, tomando o sumo que ofereceram.

- Pode deixar. - a Kelly diz fazendo eu e a correctora rirmos.

E vamos a batalha, uma casa mais linda que a outra.

Indecisão, indecisão.

Acabou, que estamos aqui, em um prédio chiquérrimo demais para a minha pobreza, e na cobertura vendo a casa que eu e os pestinhas adoramos.

Tem 4 quartos, todas suítes. Tem sala de TV, sala de jantar, uma cozinha americana "segundo a correctora, porque eu não sei nada dessas coisas", lavandaria, hall com sala de estar, um banheiro fora dos quartos, um escritório. Uma sacada fora do sério.

E o tamanho desse lugar é um absurdo, a vista, e está toda mobiliada. Cheira dinheiro por tudo quanto é canto.

E o meu bolso chora. Dá para eu comprar, dá. Mas fico falida outra vez.

Mas se for para investir em algo bom na minha pobre vida, que seja com algo chique assim, mesmo que faça meu coração chorar.

- Assinamos? - ela questiona com o brilho nos olhos de uma típica vendedora, e as minhas pestes, estão circulando por aí, como se eu já tivesse comprado.

Coração chora, chora...

- Assinamos. - digo feliz e automáticamente falida.

- Boa escolha. - ela diz feliz.

Voltamos para a imobiliária para tratar de todas burocracias, e das transações.

Enquanto eu não moro lá, vou alugando e a um óptimo preço, um preço daqueles, assim o meu coração chora menos.

Tratamos de tudo, e agora estou lidando com a fome dos pestinhas esfomeados, vou os levar para a lanchonete da dona Rosinha.

O TJ não gostou muito da ideia, mas as crianças sim.

As pobrezinhas nunca sentiram o que é coxinha de verdade na vida.

Depois da emboscada daquele idiota do Chris, a equipe da fbi ou isso, aqueles que estavam trabalhar com o chefinho fizeram uma boa limpeza por lá.

E não acontecerá nada, com o monte de postes que estão nos seguindo.

E bem, lá na lanchonete da dona Rosinha comeremos bem para caralho, comida gostosa e a bom preço do que esses shoppings que eles querem ir acabar com o dinheiro que eu não tenho.

- Kendell menina! - a dona Rosinha diz vindo me abraçar com suas mãos rechonchudas.

- Dona Rosinha! - digo retribuindo.

- E esses meninos da cidade? Como estão? - ela diz falando com eles, que olhavam tudo com uma admiração estonteante.

- Estamos bem, obrigada. - os gostosos respondem sorrindo.

Eles estão tão perdidos, haha.

- E estão com fome? - ela questiona a eles.

- Desse tamanho! - a Kelly responde abrindo as mãos para demonstrar o tamanho da fome dela.

- Então podem ir sentando, pois a comida igual a minha não há. - ela diz erguendo a colher dela, com o próprio orgulho na comida de sempre, dando tapa no meu ombro.

E os pirralhos já ficam animados indo se sentar. Observando tudo e todos.

Estavam chamando atenção, mas eles não ligam, pois em todos os lugares em que vão, os pestinhas chamam atenção.

A quantidade de postes por aqui, também deixa a desejar.

- Prato de sempre? - ela questiona do outro lado da bancada.

- Prato de sempre! - grito de volta e ela sorri animada.

- Kendell menina, como você está gata! - a pitiguete maior diz para mim, chegando do nada.

- Silvana! - digo a cumprimentando, e foi conversa, atrás de conversa, com mais e mais pessoas.

- Chegou, vão amar até lamber o prato. - ela diz deixando os pratos na mesa de plastico, com pano de plástico vermelho.

- Obrigada! - eles agradecem, ainda observando a variedade e quantidade no prato.

Claro, os pratos do restaurante não cobrem nem metade dos pratos.

O prato tinha bife, arroz, feijão, batata, salada, coxinha, banana frita, é bem recheado.

E não é que eles degolaram toda a comida, e ainda comeram mais coxinhas.

- Minha barriga, ficou enorme. - a Kelly diz se encostando na cadeira, fazendo as pirigas que se sentaram connosco rirem. - Acho que nem vou conseguir andar. - ela completa.

- Vocês querem vir jogar bola? - os ranhentos vêm e questionam aos gostosos que me encaram com os olhos expectantes.

- Podemos? - questionam ao mesmo tempo.

- Vão lá! Só não para muito longe, que o TJ me mata. - respondo e eles levantam e vão.

- Minha filha está lá dentro costurando vestidos para a boneca dela, se quiser pode ir. - a Serafina diz, acariciando os cabelos da Kelly, que se animou no mesmo instante.

- Vou lá, beijos. - ela diz indo toda feliz da vida.

- Agora menina, me conta esse babado. Tu está noiva daquele ricasso bonitão que estão falando em tudo quanto é canto? - minha cara é de espanto.

- Quem disse isso? - eu não fui.

- Nem parece que mora nos ricassos agora. - a Silvana diz, dando um gole da cerveja dela. - Você deu uma bela surra naquela modelo magrinha, e há rumores que você é a noiva do Deus Grego do seu boss. - ela diz e eu engasgo com minha própria saliva.

- Eita, menina. - a dona Rosinha diz dando batidinhas nas minhas costas.

- Eu estou nas fofocas? - questiono.

- Menina, você é muito atrasada mesmo. - a dona Ritinha comenta, colocando o troco dela dentro do soutien dela.

E foi conversa atrás de conversa.

Já eram 4:30 da tarde, e estavamos saindo, as crianças brincaram tanto, mas tanto como nunca brincaram na vida, as camisetes da polo, e bermudas dolce&gabbana, jamais voltariam a ser a mesma coisa. Os sapatos e o vestido da Dior da Kelly que depois foi brincar, até dá pena.

Pelo menos não será um martírio manda-los dormir hoje.

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