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de madrugada, apenas os felinos agem 

26/07/2019

Sexta-feira finalmente chegará, trazendo consigo um céu azulado completamente limpo, onde poucas nuvens se faziam presente, deixando ultrapassar os raios solares pela cidade. Apesar de estarmos na estação congelante e ser ainda mais frio no Rio Grande do Sul, eu estava extremamente animada. Eu havia acordado antes mesmo do despertador, assustando sem querer minha mãe que passava café de pijama na cozinha.

No inverno eu conseguia ser estranhamente mais ativa, o meu astral subia mais do que cem porcento, eu poderia até mesmo correr uma maratona. Essa estação que surgia logo após o outono entre junho até setembro, iluminava minha alma fria.

Eu tinha uma lista que escrevi aos dezesseis anos sobre as minhas noves coisas preferidas no mundo, entre elas a brisa gélida da manhã enquanto caminho pelas ruas movimentadas, soprando o ar quente que minha respiração expirava e finalmente me aquecer com uma xícara de café quente, estava na posição dois, perdendo para dias chuvosos.

Entre a posição três a cinco, era sobre minha família e amigos, poder sentir o amor e o carinho navegar entre conversas e abraços calorosos, tornavam minha vida mais colorida. Eu tinha privilégios de tê-los em minha caminhada.

Já as atividades que amava fazer no meu tempo livre, estão ocupando as posições seis até a oito, alternam-se de música, livros, filmes, séries – principalmente coreanas, o que eu tinha um grande amor – e biologia, sendo minha matéria favorita e futura profissão.

A ultima posição ainda estava vazia, eu acredito que não conseguimos anotar todas nossas preferências, afinal não havíamos conhecido completamente vida e há áreas para serem exploradas. Um dia, irei finalmente fechar minha lista ou por acaso do destino, aumenta-la.

Para melhorar o dia, a cafeteria teve um bom rendimento, várias pessoas entravam pela porta de vidro, procurando uma xícara quente de café forte e um bolo doce. Desde que eu comecei a trabalhar no Doce sabor, o meu momento favorito era observar os clientes bebericando o líquido quente e recheando o rosto com uma expressão de aconchego.

— Querida, o que acha de pedirmos lanche hoje? Não estou afim de cozinhar – mamãe questiona ao meu lado no sofá da sala de estar enquanto assistíamos uma novela no canal seis. — Podemos pedir naquela lancheria do centro que vende x vegano.

— Eu queria mesmo um hoje – murmuro acariciando o pelo da frajola ao meu lado.

— Então vou pedir! – conclui indo em direção a cozinha onde seu celular carregava sobre o balcão.

A noite havia chegado, trazendo um céu escuro repleto de pequenos pontos brilhantes. Encaro a tela do meu celular, onde estava aberto o whatsapp no grupo suzy gru – para ser sincera, não sabia o que real significado desse nome, Debora havia feito uma montagem do personagem gru do meu malvado favorito e a boneca suzy, no fim acabou pegando.

Quando comecei uma jornada no ensino médio e me deparei com rostos desconhecidos, a primeira pessoa que se aproximou de mim fora Denise Silva, minha colega durante três anos. Até então apenas Deni tinha relação com as gurias, afinal haviam estudado juntas no ensino fundamental. Quando o terceiro ano chegará, deparei-me com as cincos integrantes do grupo estudando na mesma sala de aula que eu, o que ocasionou em uma amizade forte e conectiva.

Em seguida noto uma ligação de vídeo-chamada surgir em minha tela, o ícone do grupo flutuava enquanto encarava meu rosto na câmera.

Eu tenho uma novidade para contar! – Debora exclama entusiasmada, os cabelos escuros escorridos estavam presos em um rabo de cavalo alto, deixando evidente os olhos levemente puxados. – Sabem que depois de começar Jornalismo aqui em Pelotas, eu havia conhecido um calouro por acaso, então, nós estamos namorando! Ele toca vários instrumentos musicais, principalmente guitarra! Eu me derreto vendo-o tocar... e ainda tem cabelo comprido castanho, ele é um verdadeiro personagem de livro de romance!

Meu cupido é um felino [FINALIZADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora