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Universitária bêbada

 23/08/2019 

Enquanto o clima insistia em variar entre dias ensolarados e chuvosos pela cidade de Caxias do Sul, três longas semanas passaram diante dos meus olhos. A cada dia, a temperatura decidia diminuir ainda mais, o que nos restava viver em um grau ou negativo – nesses dias eu conseguia me sentir mais animada ainda.

Em uma corrida, é necessário ter fôlego e equilíbrio, manter a mente acessa e se direcionar para a linha de chegada, na parte teórica não aparenta ser difícil, mas o que nos mata é a pratica. De repente, o teu pulmão já está esgotado e o coração insiste em acelerar cada vez mais dentro do peito, quase causando um ataque cardíaco.

Planejei cada semana, achando que eu aguentaria até o fim, mas minha rotina acabou sobrecarregando e eu andava mais rancorosa do que o costume, apesar da brisa fria esfriar nosso rosto, minha mente estava fervendo.

Eu sabia desde o início que consolidar meu trabalho de meio-período com a faculdade, seria cansativo, afinal eu passava a manhã e a tarde na cafeteria e a noite, ia direto para a sala de aula, o que deixava meu cérebro zonzo, onde eu mal conseguia prestar atenção no conteúdo.

Final de semana era meu ponto de paz, mas acabou se tornando apenas mais um dia para trabalhar. Livros e folhas de resumos ficavam sobre a superfície da minha escrivaninha, esperando serem queimados após eu me rebelar.

Por conta disso, acabei aceitando de primeira o convite de minhas colegas para ir beber no pub 65 da esquina da faculdade – o famoso local para afogar as mágoas e não se sentir desanimada, ou até se sentir assim e beber até esquecer o próprio nome –, depois da aula.

O ambiente mal iluminado carregando paredes em tons escuros que me faziam estreitar os olhos através dos óculos, afim de conseguir visualizar melhor o ambiente. Algumas luzes neon iluminavam o bar pequeno, onde um barman atendia um grupo de rapazes animados. Para poder facilitar nossa movimentação, escolhemos uma mesa com poucos metros de distância.

Pela superfície quadrangular podia se ver alguns copos de vidros alongados contendo um líquido amarelado espumento, o qual eu já havia bebido pelo menos oito copos.

— Eu queria algo mais forte, será que tem? – Thamires questiona virando o rosto para o barman, coçando o próprio queixo. — Eu vou ir lá ver!

Noto-a se distanciar graciosamente, aproveito para engolir o último gole da minha cerveja que estava no meu nono copo. A garrafa de vidro a minha frente já havia esvaziando há alguns minutos, notificando-me que já estava na hora de experimentar outra coisa.

Nesse mesmo momento, a garota do cabelo azulado retornou para a mesa com um sorriso alegre em seu rosto.

— O que foi? – Thari pergunta pousando o olhar em Rocha.

— O barman falou que tem a bebida do dia e que é super forte, irão trazer para nós daqui a pouco – responde se sentando de volta completamente satisfeita.

— E hoje que saímos sendo carregadas? – Amanda questionou soltando um riso pelo nariz, enquanto seus dedos digitavam sem parar em seu teclado do celular.

— Não gostaria de ser carregada, apenas a sensação de estar quase – Thamires argumenta e se vira em minha direção. — E o Guilherme Ceci? Achei que ele iria aparecer por aqui.

— Ele saiu com os amigos deles – respondo lembrando da nossa última conversa a tarde.

Observo-a concordar e aproveito para encarar a tela iluminada do meu celular, que não havia notificações.

Meu cupido é um felino [FINALIZADO]Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin