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Eu gosto dessa música, mas não posso colocar ela como trilha pois lançou esse ano, então aproveitem.

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Tu é meu desabroche

01/10/2019

O tilintar dos talheres atritando e raspando contra as superfícies de vidro e uma música desconhecia, com uma melodia calma acompanhadas de leves acordes de baterias, ecoavam entre meus ouvidos, apontando que hoje seria mais um dia agitado na cafeteria.

Era natural vislumbrar o ambiente movimentado em dias frios, onde a temperatura despencava através da janela de vidro ao meu lado. Apesar de termos adentrando outubro e estar recebendo a primavera de braços abertos, a brisa gélida se fazia presente pelas ruas de Caxias, alegando que não iria embora tão cedo.

Um novo mês havia iniciado, mas eu ainda carregava algumas bagagens velhas que ainda não tive coragem de desapegar, eu acabei apenas levando com a barriga o carrinho e deixei os dias passar. Já estávamos no segundo dia da semana e eu ainda não tinha tomado iniciativa em conversar com Guilherme.

No fundo eu sabia o quão insensível eu tinha sido com Peixoto, a maneira que eu o tratei, não me importando se eu o tinha magoado, doeu mais do que minhas inseguranças. Uma parte de mim tinha plena certeza dos sentimentos, mas a outra insistia em me fazer enlouquecer e destruir tudo ao meu redor.

Talvez seja por esse motivo que eu não tive coragem de olhar em suas órbitas escutas e encarar minha silhueta arrependida. Ontem à noite eu ansiei em vê-lo na frente da universidade carregando o sorriso gentil como sempre, mas eu apenas encarei os automóveis passando pelo asfalto.

— Ceci, pode atender os balcões para mim? Eu preciso procurar uma comprar no computador – Leticia questiona se aproximando do balcão e passando pela pequena porta que bloqueava o caminho. – A Aninha saiu e nos deixou em apuros.

— Claro.

Let apenas assente com a cabeça loira e se direciona para o computador ligado, enquanto eu caminhava até o balcão onde era possível ver dentro da prateleira, que conservava os diferentes bolos cortados, salgados e até mesmo bombons. Ao lado havia algumas máquinas de café, suco naturais e chocolate-quente, as outras bebidas ficavam no refrigerador perto da parede branca. Geralmente, os clientes vinham até o balcão para pedir e em seguida se sentavam em alguma mesa de preferência, esperando por sua comida organizava em pratos.

Após atender quatro pedidos e me movimentar pelo espaço recheado de burburinho, eu pude me sentar em um pequeno banco e apenas observar as conversas paralelas, as risadas, o momento em si. A cafeteria doce sabor era o alvo de primeiros encontros, tanto para amizades quanto para relacionamentos amorosos. Eu gostava de me sentar em umas das mesas quando não havia muito movimento e observar os sorrisos tímidos, as bochechas avermelhadas e principalmente, o primeiro olhar, aquele que transmite toda a essência pura, como se uma corrente circulasse o corpo.

— Com licença, eu gostaria de um pastel de queijo – uma voz grave murmura, me pegando de surpresa. — Por favor?

Encaro o garoto a minha frente sorrindo timidamente, enquanto ajeitava os óculos que escorregavam de seu nariz curvado.

— Gostaria de aquecer? – questiono me pondo de pé e indo até a prateleira, onde uma bandeja de pasteis recém fritos estavam visíveis.

— Não precisa, obrigado – agradece enquanto encara o cardápio atrás da minha cabeça. — Gostaria de um café preto, por favor.

Meu cupido é um felino [FINALIZADO]Where stories live. Discover now