Capítulo 7

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Dulce foi guiada pela psicóloga até um pequeno corredor que tinha na sala, em suas mãos havia algas chaves, provavelmente abria a única porta que tinha ali.

— Bom Dulce, você vai entrar dentro daquela sala e fechar a porta ok? 

Dulce engoliu o seco, estava nervosa e suas mãos estavam trêmulas. 

— Eu vou ter que ficar por quantos minutos? — Perguntou respirando fundo.

— Como é o início, apenas dois minutos tá bom? — Assentiu temerosa. — Pra você se sentir segura, as chaves vão ficar com você, não se preocupe que nada vai acontecer!

Dois minutos? Seria dois minutos trancada dentro de uma sala, e se eu lembrasse do que eu havia passado? E se eu não conseguisse ficar esse tempo estimado e entrar em pânico? Respirei profundamente e caminhei em direção da porta com as chaves em mãos, olhei de soslaio e percebi que Fernanda me olhava atentamente.

— É só uma sala Dulce, é só uma sala!

Disse para mim mesma, enfiei uma das chaves e virei, fazendo a sala ser aberta. Olhei em volta e percebi que era um tanto pequena, continha ali somente uma cadeira de madeira.

— Não tenha medo, pode ficar tranquila, eu vou cronometrar os minutos, e se você quiser sair antes, fique a vontade Dulce!

Assento engolindo em seco e dei o primeiro passo, entrando na sala. 

— Você vai conseguir! — Fechei os olhos tentando manter a calma e fechei a porta, sentando na cadeira logo em seguida. 

Sentia meu coração acelerar de uma forma inexplicável, olhava em volta tentando manter a calma e ficar estável até os minutos passar. 

Esse é o seu castigo ruivinha, vai ficar trancada até quando eu quiser.

Mordi meu lábio inferior sentindo lágrimas começarem a se formar.

Por favor me tira daqui, não faz isso comigo! — Pedia entre o choro compulsivo e desesperado enquanto batia naquela porta velha. — Por favor alguém me ajude! — Gritava desesperada.

— Isso vagabunda, grita o quanto quiser, ninguém vai te ouvir! — Ele sorria vendo o meu sofrimento.

Os primeiros soluços escaparam da minha boca, era impossível manter a calma quando essas malditas lembranças surgia em minha mente. Minhas pernas começaram a tremer involuntariamente, eu sentia o suor frio escorrer pela minha testa, o medo, o pânico, chegava aos poucos. 

— Um...dois...três…— Comecei a contar mesmo com a voz entrecortada, sempre quando tinha minhas crises começava a contar, e de alguma forma dava algum resultado. 

Você não passa de uma vagabunda, pensa que eu não vi você se insinuando pramim na sua linda festinha de debutante? — O homem sorria do outro lado. — Você vai ser minha quantas vezes eu quiser!

— M-me tira d-daqui por favor...— Me encolhi no chão, aquele pequeno cubículo estava totalmente escuro. — Alfonso…

Deixei que os soluços por fim escapassem da minha garganta, eu nunca iria superar essas malditas lembranças, elas sempre iriam ficar comigo, iria entrar nos meus pesadelos repetitivos quase todos os dias. 

Você não vai escapar de mim princesa.

Senti uma mão encostar em meu ombro, o pânico se alastrou fazendo com o que eu me levantasse da cadeira aos gritos.

— NÃO ENCOSTE EM MIM! SAI DAQUI! — Tentei abrir a porta mais a mesma estava trancada, lembrei das chaves que estava em meu bolso e sem pensar duas vezes a peguei e por fim abri a porta.

Sombras Do Passado - Livro 1 (FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora