Capítulo 4

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Seis horas da manhã.

Dulce foi uma das primeiras que acordou, com aquela típica preguiça se levantou dando um longo bocejo e olhou em volta. Suas amigas ainda estavam dormindo como se nada fosse acontecer em uma hora. Balançou a cabeça em negação e levantou da cama, indo em direção do banheiro.

Olhou-se no espelho e percebeu que havia algumas olheiras nos olhos, a noite passada não foi nada boa. Havia chorado metade da noite devido à um sonho que eu havia tido. Sonhos? Talvez não, o correto seria as malditas lembranças que ao longo desses seis anos vem me acompanhando!

Eu imploro que não faça isso comigo. — Gritava desesperadamente enquanto tentava sair debaixo daquele corpo pesado e forte.

Enquanto gritava, o jovem passava suas grandes mãos por todo o seu corpo, deixando ali apertos e chupões pela extensão do seu alvo pescoço.

Uma lágrima solitária escorreu dos seus olhos. Era difícil guardar aquilo somente para mim, o medo era sempre constante e presente em minha vida. Imagine que você esteja amarrada das mãos aos pés dentro de um recipiente enorme, e a cada minuto ele está se enchendo de água. Imaginou o desespero daquilo se encher até transbordar e você está lá dentro presa sem poder fazer nada? Essa é a sensação que Dulce diariamente sentia! Se passou bastante tempo desde aquele dia, e por mais que eu tenha "superado" no fundo, lá dentro mesmo, eu ainda sangro como se fosse a primeira vez!

— Está tudo bem? — Maite apareceu na porta do banheiro. 

— Claro que está May. — Limpei as lágrimas e dei um meio sorriso. Ela passou por mim, abaixou o short do pijama que usava e sentou no vaso sanitário.

— Porque está chorando? — Perguntou a morena coçando os olhos. — Outro pesadelo ou é por causa do que o seu querido irmão gêmeo fez?

— Outro pesadelo amiga. — Sorriu fraco. — Alfonso as vezes é um babaca, eu sei, mais eu sei que ele só faz esse tipo de coisa para afastar os garotos de mim!

— Por isso que você nunca namorou? — Sorrimos juntas e neguei com a cabeça. — Faz todo sentido Dul!

— Eu já tive namorados May, e inclusive um deles me fez sofrer bastante e por isso que ele é assim comigo. — Soltou um leve suspiro e pegou a escova de dente. — Mais as vezes ele estrapola o limite. — Colocou o creme dental na escova e molhou um pouco na pia.

— As vezes? — Enfatizou, arqueando as sobrancelhas. — Qual é Dul.

Maite terminou de fazer as suas coisas e levantou do vaso sanitário. Era incrível como nós quatro tínhamos tanta intimidade uma com as outras. Não demorou muito e logo terminei de escovar os dentes e sem mais delongas me despir por inteira junto com Maite, sim, a gente também tomávamos banho juntas.

CHRISTOPHER UCKERMANN

Depois de ter comido a gostosa da Larissa e ainda ter pegado umas amiguinhas dela, fui direto para o dormitório. 

Sexo é bom, mais cansa demais!

Acordei sendo balançado por Alfonso, que berrava feito um pato no meu ouvido.

— Vai à merda porra! — Esbravejei sem abrir os olhos tentando dormir de novo, e mais uma vez ele sacudiu a porra da cama. — Alfonso eu não te aviso mais.

— Levanta porra, vai chegar atrasado no primeiro dia de aula é? — Sorriu não acreditando no que acabei de ouvir. 

— Logo tu poncho? Vai se ferrar e me deixa caralho.

— Parece que a donzela acordou de mal humor, tá parecendo a Annie! — Christian disse saindo do banheiro enrolado em uma toalha em volta de sua cintura.

Sombras Do Passado - Livro 1 (FINALIZADO)Where stories live. Discover now