Capítulo 23

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Feito uma boneca sem vida, ele me jogou na parte traseira do carro e deu partida.

— Eu quero descer, para esse carro por favor William. — Solucei abraçando meu ventre.

— Eu te avisei das consequências, você quis pagar pra ver. — ele gritou enquanto dirigia feito um louco.

— E-eu não ia contar William, acredita em mim eu imploro.

Ele sorriu diabólico e me olhou pelo retrovisor.

— Você vai aprender a nunca abrir essa sua boca Dulce, e dessa vez não vai ter Christopher pra impedir.

Me encolhi ao ouvir tais palavras, o medo agora estava presente em meu corpo. Minhas mãos trêmulas acariciando meu ventre, eu precisava proteger o meu filho desse monstro, e se eu tivesse que passar por qualquer coisa pela vida dele, eu iria passar.

Meus pensamentos estavam em minha família, como iriam reagir quando descobrissem que estavam sendo enganados o tempo todo, e Christopher? Como iria reagir quando realmente descobrisse a verdade? Se realmente descobrissem.

O carro parou em frente ao enorme edifício luxuoso, eu não conhecia-o de forma alguma, aliás, não conhecia esse lado da cidade.

— Se você fizer alguma artimanha Dulce, você me paga.

Ele desceu do carro e em seguida abriu a porta, agarrou meu braço e me tirou do mesmo. Ele me conduziu até o elevador e quando o mesmo se fechou, senti o impacto da sua mão em meu rosto com tremenda força, cambaleei para o lado segurando o choro.

— Então você ia contar não é.

Neguei e outro tapa foi dado e acabei me chocando com a parede de ferro do elevador, meu couro cabeludo doeu quando ele engrenhou suas mãos em meus cabelos puxando-os. A porta de abriu, o corredor não havia nenhum sinal de pessoa por perto, estava completamente vazio, como minha alma nesse momento.

— M-me mate, eu imploro que me mate.

Pedi do fundo de minha alma enquanto era arrastada até o final do corredor, meu rosto estava doente fortemente. De repente ele parou em frente a uma porta, era o seu número onde estava hospedado.

— Te matar? Não, ainda não está na hora. — girou a maçaneta da porta e com um empurrão me jogou para dentro.

Eu só queria que ele acabasse comigo de vez, que não me fizesse sofrer mais, que não me agredisse. Eu não tinha mais vida quando o destino o colocou novamente em meu caminho, em minha vida. O primeiro murro nas costas foi o suficiente para arrancar um grito de dor de minha garganta. Me arrastei até o sofá tentando me manter no apoio do mesmo.

— P-por favor...— supliquei com tanta dificuldade que minha respiração começou a pesar.

— O que você contou pra ele?

— Eu-eu não disse nada. — solucei em prantos. — eu juro.

— Porque será que eu não acredito em você? — ele veio se aproximando e parou em minha frente. — com um telefonema, eu explodo aquela casa com todo mundo dentro.

Uma raiva descomunal cresceu dentro de mim, avancei nele dando-lhe tapas e arranhões.

— Seu desgraçado infeliz, eu te odeio. — gritei em seu rosto chorando desesperada. — você pode fazer o que quiser comigo, mas deixe minha família em paz seu monstro, porco, nojento.

Ele parecia gostar da minha irá, ele começou a sorrir do meu desespero dando altas gargalhadas que ecoava por todo o apartamento. Seu semblante mudou para um semblante sombrio e sem vida, agarrou meu pescoço e apertou com violência e pudor. Comecei a me debater sem ar, dando-lhe tapas e arranhões em seus braços para assim fazê-lo se afastar, inútil. Fui arremessada no sofá e chorei ainda mais, outro tapa foi desferido em meu rosto e dessa vez o gosto metálico do sangue surgiu em meu paladar.

Sombras Do Passado - Livro 1 (FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora