♡03

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"Ser atirada para dentro de uma vida totalmente diferente – ou, pelo menos, jogada com tanta força na vida de outra pessoa a ponto de parecer bater com a cara na janela dela – obriga a repensar sua ideia a respeito de quem você é. Ou sobre como os outros o veem."

Anastásia

Essa semana foi uma tédio e sem contar que o senhor zangado e de mal com a vida era um verdadeiro ranzinza que só fez me irritar. Com ajuda de Taylor, eu aprendi tudo que deveria sobre o dia-a- dia do sr zangado, como também sobre remédios entre outras coisas, Taylor esta sendo muito compreensivo e amigo. A todo momento repasso o que ele me falou :

— sobre os dois remédios mais importante, Taylor continuou, mostrando outro frasco, "são os antibióticos que toma a cada duas semanas para a troca do cateter. Eu mesmo dou, a menos que não esteja aqui, nesse caso, deixarei instruções claras. São muito fortes. Temos caixas com luvas de borracha, se você precisar limpá-lo por algum motivo. Tem também essa pomada, para o caso de ele ter escaras, mas ele está muito bem para o caso de ele ter desde que chegou o colchão de ar. Me pergunto por que ele mesmo não faz isso? Christian não é tretraplegico e sim paraplégico e pode muito bem fazer essas coisas, por que ele não o faz? Logo afasto isso da minha mente. De graças a Deus por a mãe dele te contrarta por algo que como Digo, ele poderia fazer. Enquanto eu estava ali parada, Taylor tirou do bolso uma chave e me entregou.

— Esta é a chave reserva — disse. — Não deve ser dada a ninguém. Nem mesmo a Christian, certo? Proteja-a como se fosse sua vida.

— É muita coisa para lembrar. — Engoli em seco.

— Está tudo escrito. Por hoje, você só precisa Daqueles ali. O número do meu celular está aqui, se precisar falar comigo. Quando não estou aqui, fico estudando, então queria pedir para não me ligar muito, mas fique à vontade até se sentir segura.

Olhei bem para a pasta na minha frente. Era como se eu fosse fazer uma prova para a qual não estudei.

— E se ele precisar... ir ao banheiro? — Pensei no aparelho de içar. — Não sei se consigo, você sabe, erguê-lo.

Tentei fazer com que meu rosto não transparecesse pânico. Taylor balançou a cabeça.

— Não precisa fazer nada disso. O cateter cuida do assunto. Na hora do almoço estou aqui para trocar tudo. Sua função não envolve nenhum esforço físico.

— Qual é a minha função?

Taylor estudou o chão antes de me encarar.

— Tentar animá-lo um pouco? Ele é... ele é meio mal-humorado. O que é compreensível, dadas... as circunstâncias. Mas você vai precisar ser um pouco casca-grossa. Aquela pequena cena cômica do seu primeiro dia aqui,foi o jeito que ele tem de desestabilizá-la.

— Por isso o salário é tão bom?

— Ah, sim. Não existe almoço grátis, não é? — Taylor me deu um tapinha no ombro. — Ah, ele é legal. Não precisa pisar em ovos com Christian. — Ele hesitou. — Gosto dele.

Ele disse isso como se fosse a única pessoa que gostava de Christian . Apesar de que eu fiquei super nervosa tentando fazer tudo certo essa semana , no fim eu conseguir. Claro que apesar de parecer complicado, na verdade não era tão complicado. SR. Zangado que complicava tudo na verdade, tinha horas que ele conseguia me atingir com os seus desaforos, eu apenas respirava fundo e sorria como se nada tivesse acontecido. Tinha dias que ele resmungava, reclamava, e xingava por tudo, no meu segundo dia aqui ele gritou aos quatros ventos que ele não era inútil como a mãe dele achava que era, que ele poderia se virar sozinho e que ele não precisava de uma babá idiota para ficar de olho nele. Eu fiquei magoada ao ser chamada de idiota, se eu estava lá era por causa que eu precisava, se eu não precisasse teria largado tudo isso no primeiro instante que eu o vi e percebi que não seria fácil. Mas eu não olhei para a dificuldade que eu teria com ele, eu olhei para minha família que precisava de mim. Então se eu tivesse que ser xingada e humilhada para poder ajudar minha família, eu seria. Por que esse emprego era minha última alternativa, Como tinha dias que ele estava impossível ao ponto de me irritar, tinha dia que ele estava tão calado, tão preso no seu mundo trancado no quarto que me deixava super preocupada. Nesses momentos eu tentava conversar com ele, mesmo temendo ele me falar alguma bobagem. Meio incerta sobre o que fazer, me aproximei o tanto que eu pude... Sr. Zangado continuava a olhar pela janela, como se eu não estivesse ali.

— Quer que eu lhe prepare uma xícara de chá? — perguntei, quando o silêncio ficou insuportável.

— Ah. Sim. A garota que faz chá para viver. Mas Não, obrigado.

— Café, então?

— Nada de bebidas quentes para mim agora, Srta. Steele.

— Pode me chamar de Ana.

— Isso vai ajudar?

Pisquei, minha boca ligeiramente aberta. Fechei-a.

— Bom... posso lhe preparar alguma coisa?

Ele virou-se para mim. Seu rosto estava coberto por uma barba por fazer de várias semanas e os olhos eram indecifráveis. Ele virou-se para o outro lado.

— Vou... — dei uma olhada no cômodo. — Vou ver se tem alguma coisa para lavar, então.

Saí da sala, o coração batendo forte. Na segurança da cozinha, sentei e escondi o rosto nas mãos. É horrível. Ele me odeia. suspirei. Fui até o cesto de roupa suja no banheiro, tentando calcular meio quilo de roupa, e em alguns minutos verificando as instruções da máquina de lavar. Liguei a máquina e fiquei lá, pensando o que mais poderia legitimamente fazer. Tirei o aspirador de pó do armário e limpei todo o corredor, mais os dois quartos , no dele tinha várias molduras com fotos e lá estava ele numa rampa de esqui, ao lado de uma garota de óculos escuros e longos cabelos louros. Parei para vê-lo melhor de óculos de esqui. Estava com o rosto barbeado e, mesmo na luz intensa, exibia aquela luminosidade cara que os endinheirados conseguem ter ao saírem de férias três vezes ao ano. Tinha ombros largos e fortes, o que dava para ver mesmo sob o casaco de neve. Coloquei a foto com cuidado na mesa e continuei a aspirar ao redor da cabeceira da cama. Finalmente, desliguei o aspirador e comecei a enrolar. Quando me abaixei para tirar o plugue da tomada da parede, notei um movimento pelo canto do olho e pulei, dando um gritinho. Christian Grey me olhava da porta.

— Estação de esqui de Courchevel. Há dois anos e meio. Corei.

— Desculpe. Eu estava só...

— Você estava só olhando as minhas fotos. Pensando como deve ser horrível ter tido uma vida assim e depois virar um aleijado.

— Não. — Corei ainda mais intensamente.

— O restante das minhas fotos estão na gaveta de baixo, caso você esteja de novo muito curiosa — disse ele. Então, com um leve zunido, a cadeira de rodas virou à direita e sumiu.

Para Christian Where stories live. Discover now