Capítulo Trinta e Sete

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Diogo Novais

— Bom dia! — disse animado.

Minha semana não poderia ter começado melhor. Com um domingo perfeito daqueles, eu não precisei de muito na minha folga. A segunda-feira foi leve, até levantei cedo pra caminhar com o Hulk, teve direito até a banho de mar, com roupa e tudo.

— Bom dia! — Thiago respondeu amarrando o cadarço de um dos seus coturnos — Que foi que tá de bom humor logo cedo, dando "bom dia" sorrindo? — perguntou com estranheza.

Realmente era de se estranhar. Eu chegava em silêncio e só conseguia me comunicar realmente depois de onze da manhã.
Suspirei ainda sorrindo e abri minha bolsa, pegando a minha farda e começando a me vestir.
Eu não conseguia esquecer! A todo momento eu lembrava da Amanda, de nós juntos.

— Vai fazer mistério? — jogou sua boina em mim.

— Não, só tô pensando. — sorri, abotoando o blusão cinza camuflado — Acordei bem, descansado. Só isso. — o respondi.

— E os pesadelos? Parou? — me olhou — Nunca mais vi você reclamar, chorar... Isso é bom, na verdade.

— Não tenho mais. Dês daquele dia que cê dormiu lá em casa.

— Sério?

— Seríssimo! Nem eu tô entendendo.

— Mas eu tô! — fechou seu armário com certa brutalidade — Evolução, meu irmão! Tá finalmente deixando isso aonde deveria estar, lá atrás! — disse entusiasmado.

— É involuntário, se eu pudesse deixar lá atrás assim — estalei os dedos —, deixaria com toda certeza.

— Não só pode como já tá deixando. — bateu no meu ombro, me chamando subliminarmente pra equipar — A Amanda tá operando milagres. Quem diria, hein? — zombou.

— Tá mesmo. — o segui com meus coturnos na mão — Tô me sentindo tão bem ultimamente. — suspirei, satisfeito — Novo, sabe?

— Aproveita porque você merece! — disse pegando um colete.

Me sentei em um dos bancos presentes no vestiário, colocando meus coturnos.

— Domingo ela foi lá pra casa. — finalmente revelei enquanto eu amarrava o cadarço de um dos coturnos.

— E não me contou?! — franziu as sobrancelhas — Ih... — riu — Deixa pra lá o que eu disse, ela tá é te deixando estranho. — zombou — Você só falta bater no meu portão de madrugada pra contar uma novidade.

— Eu esqueci de falar. Foi sem querer. — me levantei, indo vestir um colete — Ela me fez esquecer de celular, de tudo.

— E aí? — me olhou, esperando exatamente a resposta que eu o daria.

Não disse nada, apenas sorri aberto e levantei as sobrancelhas. Bastou pra que ele entendesse.

— Mentira que cê transou com ela! — disse alto, completamente desacreditado — Caralho! — socou a própria mão, comemorando.

— Fala baixo. — dei um tapa em seu braço — O pessoal vai escutar.

— Quem transou? — o Murilo surgiu entre os armários, indo em direção aos coletes.

— Diogo! — Thiago revelou antes mesmo de eu pedir pra ele não falar — Depois de anos enrolando! — disse mais animado do que eu.

— Enrolando por quê? — me olhou.

— Ele queria fingir que não ligava pra isso e aí tava deixando várias oportunidades passar! — continuou falando.

— Porra, tu tá de sacanagem, né? — disse ajeitando o colete — Para de falar isso alto! — fui em direção aos fuzis.

Entre A Paz E O CaosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora