Capítulo Dezessete

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Diogo Novais

Sua foto de perfil ainda não havia aparecido, talvez ela não tivesse, ou não fosse ela.

— Que que eu faço? — olhei pro Thiago perdido.

— Tá brincando, né? — disse rindo — Responde ela, cara! Demora muito não, ela pode achar que você não tá interessado.

— Mas tá sem foto, e se não for ela?

— Qual a probabilidade de uma Amanda aleatória te chamar no Whatsapp por engano? — disse pegando uma latinha de refrigerante na geladeira — Se você entrar no perfil dela, vai ver que do lado do número, tá o nome. — disse parando do meu lado — Salva o contato dela, né, Diogo? A foto dela não tá aparecendo por isso.

Ao clicar no seu perfil, foi instantâneo, apareceu sua foto e graças a Deus, era a menina. Não precisei salvar o contato pra foto aparecer. Suspirei, admirando a mesma, aliviado.
Impossível foi não ter imaginado diversas coisas olhando sua foto. Aliás, sua foto era bem comum, até. Ela estava com um biquíni ocre, de costas, mas olhando pra câmera.
O cabelo era sua marca registrada, cheio e volumoso, com cachinhos perfeitamente definidos. Só de olhar eu imaginei o cheiro bom que devia ter, nas vezes que me encontrei com ela, não tive oportunidade de sentir.
No topo de sua cabeça havia um óculos, quase imperceptível, no meio daquela cabeleira enorme e brilhante por conta dos raios de sol que o iluminavam. Ela era a perfeição em mulher, os olhos dela reluziam, assim como sua pele, e dava um ar muito mais sensual a foto, além de seu corpo seminu. Olhando a paisagem ao fundo, percebi que a praia que ela se encontrava não era nenhuma daqui do Rio, era lá de Arraial do Cabo, no Pontal do Atalaia, um dos meus lugares nacionais favoritos, apesar da violência também presente. Já havia ido lá a trabalho.

— E aí, é ela?

— Uhum. — disse com um sorriso bobo.

Deus, eu já estava derretido por ela sem nem saber se valia a pena. O Thiago veio rindo da minha feição e parou do meu lado, pegando o aparelho pra ver a foto.

— Caraca... — ele coçou a nuca.

— Linda, né? — apoiei o rosto na mão cerrada, o olhando.

Parecia uma criança apaixonada no colegial, estava até sentindo borboletas no estômago.

— Vem cá, ela tem quantos anos, hein? — Thiago me olhou.

— Sei lá. — disse me jogando no sofá.

— Ser preso por pedofilia a essa altura do campeonato não deve ser legal. — disse sarcasticamente.

Será? Não, ela não podia ser menor de dezoito. O rosto dela não parecia ser de uma adolescente, o corpo então... Olhei pro Thiago e ri.

— Não, ela com certeza é maior de idade.

— Não dá pra botar tanta fé assim, né? Essa garotada de hoje em dia... Vou te contar! — ele riu — Meu cunhado tem dezesseis anos, o corpo dele é de vinte já, eu com a idade dele era barrigudo e ele tem mais gominho na barriga que eu. — disse desacreditado.

— Eu acho que ela já é de maior.

— Estudante geralmente é de menor, torce pra ela ser repetente.

— Ela é de maior sim, Thiago. Tô sentindo isso.

— Tá sentindo... — estreitou os olhos — Sei onde você tá sentindo, tu só quer fod...

— Porra, Thiago! — o interrompi com uma almofada sendo lançada diretamente em seu rosto, rindo — Ela vai ter mais de dezoito, em nome de Jesus! — disse levantando as mãos e olhando pro teto — Mas cê acha que ela tá afim? Ela me respondeu. Já é um começo bom, né?

Entre A Paz E O CaosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora