Capítulo 14

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Mais tarde chegou a hora da janta. Como todos da família iriam jantar na casa, eu e meu loiro decidimos fazer o anuncio na hora do jantar mesmo. Nós dois estávamos bem nervosos, mas eu estava mais. Katsuki pediu para que eu fizesse o anuncio. Eu não sei se eles eram tradicionais ou não. Eu realmente estava com um certo medo. Vai que eu terminasse de falar e eles começassem a jogar pedras na gente.

Enfim. Em um certo momento antes da comida ser servida eu me levantei. Naturalmente ao me levantar eu os chamei atenção, então me preparei internamente (Rezei) e comecei a falar.

- Se não se importam, eu gostaria de anunciar algo... Eu e o Katsuki estamos namorando. Espero sinceramente que vocês aprovem nosso namoro. - Falei e me curvei rapidamente, me sentando rápido feito um trovão.

Não era besteira o motivo do meu medo, naquela mesa haviam possivelmente mais de trinta pessoas de todas as idades. Fazer um anuncio desses na frente de tantas pessoas é um grande desafio.

Aos poucos, alguns dos presentes foram abrindo sorrisos nos parabenizando. Porém grande maioria começou a sussurrar entre si e apontar falando coisas como: "Que absurdo.", "Como dois homens podem fazer isso?", "Que pouca vergonha!", "Falar algo assim na mesa com pessoas de idade? Que falta de pudor", "Onde o nosso mundo foi parar?" e "Onde já se viu isso?". O que mais doeu de ouvir foi: "Isso é falta de mão firme na hora de criar. Uma boa surra iria resolver isso na hora".

Eu tentei ser otimista e ignorar os comentários, mas eles eram muito rudes. Parece que meu loiro se entristeceu muito ao ouvi-los. A expressão dele doía muito em mim, por isso planejei dar a ele muito carinho, pra talvez conseguir o deixar mais feliz assim.

(...)

Depois do jantar mais preconceituoso e desconfortável que já tive, eu e meu loiro voltamos ao nosso quarto. Katsuki foi direto pra cama e se enrolou nas cobertas, deixando somente um pedacinho de seu rosto pra fora. Eu me sentei ao seu lado e comecei a cuidadosamente fazer carinho em seu cabelo.

- Eles foram chatos, né? - Perguntei o vendo concordar fraquinho com a cabeça.

Eu queria muito saber o que passava na sua cabecinha de c4, mas eu deveria ir aos poucos pra não o pressionar a falar.

- O que eles falaram te machucou, não foi? - Perguntei novamente o vendo afirmar com a cabeça.

- Eles não tem direito de julgar ninguém... - Ele começou a falar em um tom baixinho, ficando com a voz um pouco turva. - Qual o problema de não ser tradicional? - Ele falou começando a deixar algumas lágrimas caírem. - Por que eles tem que ser assim?

- Eu não sei... Eu até entendo o fato de cada um ter sua opinião, mas bem que eles podiam ser um pouco mais discretos na hora de lançar facas pela língua. - Falei com o tom mais calmo de voz que podia pra assim não chorar junto.

- Eu nasci errado? - Ele perguntou e eu balancei a cabeça inúmeras vezes, negando em resposta.

- Tu não está errado, posso te garantir. - Falei porém minhas palavras nem surtiram efeito para suas lágrimas. - Pode não parecer, mas eu estou bem triste por isso tudo. Eu só não to chorando pra me manter firme pra ser o seu apoio. - Falei tentando conter a dor que estava dentro de mim. Ver alguém que amo chorar não é das melhores coisas.

- Idiota... - Falou abrindo um pequeno sorriso, deixando mais lágrimas escorrerem por seu rosto.

- Sábia que dói muito te ver chorando? - Perguntei passando meus dedos cuidadosamente por seu rosto, secando suas lágrimas.

- Dói? - Perguntou me olhando nos olhos.

- Sim. Dói ver meu loirinho que é todo cheio de si, resistente e imbatível, chorando por conta de pessoas idiotas. - Falei e o vi secar as próprias lágrimas. O que foi fofo de certa forma.

Ele mais ou menos engoliu o choro por uns segundos e se sentou na cama, em seguida me abraçando forte. Suas lágrimas voltaram a escorrer, então elas molharam minha camiseta. Embora eu amasse muito essa camiseta, ignorei o fato dela estar se molhando e foquei em o aconchegar da forma certa.

- Não importa como e quando, eu vou sempre te amar e te proteger, meu loiro. - Sussurrei cuidadosamente em seu ouvido, o sentindo chorar um pouquinho mais.

Continua...

Como fazer um loiro explosivo se declararWhere stories live. Discover now